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KORN

Definir uma sonoridade e não olhar para os lados. É isso que o Korn vem fazendo desde a sua formação em 1993 na cidade de Bakersfield, Califórnia. Depois do ápice do new metal no final da década de 1990 e início dos anos 2000, a banda soube inovar e se reinventar. Nos doze álbuns de estúdio a banda trouxe do som mais denso e raivoso a músicas com fortes influências eletrônicas e colaborações com DJs. A personalidade multifacetada de Jonathan Davis (voz), Reginald “Fieldy” Arvizu (baixo), James “Munky” Shaffer (guitarra), Brian “Head” Welch (guitarra) e Ray Luzier (bateria) rendeu uma enorme base de fãs, vendagens expressivas e turnês mundiais. Preste a passar pelo Brasil promovendo o último disco – The Serenity of Suffering (2016) a ROADIE CREW bateu um papo exclusivo com Ray Luzier que está legitimamente empolgado em voltar para o país.

O Korn está prestes a voltar para o Brasil pela quinta vez. Vir para a América do Sul tem algum significado especial para vocês ou é apenas parte do negócio?
Ray Luzier:
 O lugar realmente se destaca. Quando me juntei à banda em 2007 nós começamos a fazer turnês vigorosamente – foram 34 países em quatro meses e meio. Não há muitas bandas que vão para a África do Sul ou Dubai – o Korn cobre o planeta. Nesses dez anos de banda pude ver vários lugares do mundo e o Brasil definitivamente está no topo. Os shows são loucos e se destacam, mas isso não quer dizer que outros lugares não. Tenho orgulho de onde venho, mas o público norte-americano não é tão dedicado e apaixonado quanto o Brasil e outros lugares. Não sei por que isso acontece, pois aqui temos ótimos shows, mas enfim. Sempre que vamos para o seu país os fãs estão lá do começo ao fim e nós nos alimentamos dessa energia.

Além de ser pesada e direta, a música do Korn sempre trouxe muito groove. Você chegou a estudar a música Latina ou algo do gênero para incorporar nas músicas da banda?
Ray: 
Antes de eu entrar na banda eu obviamente já era um fã. O Korn sempre teve um estilo próprio. Todos nós trazemos uma bagagem diferente e gostamos de coisas diferentes. Davis curte pop e música eletrônica, Head gosta de música pesada, Munky é bastante eclético e Fieldy curte rap e muita coisa. Eu amo fusion, música pesada e música progressiva. Quando eu estava com David Lee Roth e Army of Anyone eu também era professor de música e estava cercando de tantos bons professores de música latina, funk, jazz e outros estilos. Isso realmente ajuda o seu estilo principal. Eu sempre digo para as pessoas abrirem suas cabeças e escutarem outros tipos de música. Se você curte Metal, coloque um disco de jazz para expandir a sua mente. Acho que todos esses elementos combinados dão ao Korn uma sonoridade única.

A razão da atual turnê é a promoção do seu último disco, “The Serenity of Suffering”. Os fãs têm respondido bem a ele?
Ray: 
Sim, tem sido ótimo. Temos muito orgulho deste álbum. Algo especial aconteceu – acho que todos estão muito focados na música e família. Não há drama ou abuso de substâncias. Sentimos-nos muito afortunados por ainda poder fazer isso aos quarenta anos e de ter pessoas que ainda tem a vontade de nos ver ao vivo. Isso é algo muito especial, pois como você sabe muitas bandas não duram vinte e três anos (risos). Isso alimenta o nosso fogo e a vontade de fazer mais. Quando chegou a hora de compor este disco nós estávamos no meio de uma turnê – a gente nunca para, mas sempre que tínhamos uma ou duas semanas de folga Head, Munky e eu íamos para algum pequeno estúdio em algum lugar para escrever uns riffs e grooves. Chegamos a registrar cerca de trinta e seis ideias sólidas. Acho que Nick Raskulinecz, o produtor do álbum, tem um jeito de fazer a banda soar como ela deve soar, em minha opinião. Ele sempre foi um grande fã de Foo Fighters até Alice in Chains, passando pelo Rush – foi ele quem produziu Snakes and Arrows (2007). Eu mal podia esperar para encontrá-lo no estúdio em Nashville (EUA) onde ele e eu residimos. Claro que o estúdio do Korn fica em Bakersfield (EUA), então fizemos metade do álbum – bateria, guitarras no estúdio de Raskulinecz e a outra metade no estúdio do Korn. O disco é algo que dura para sempre e depois que ele é lançado não da para voltar mais. O álbum continuará aí depois que estivermos mortos. Quando você tem algo com esta qualidade você fica muito orgulhoso e mal pode esperar para lançar o disco e tocá-lo ao vivo. Nós definitivamente sentimos isso com The Serenity of Suffering.

“The Serenity of Suffering” está bem mais pesado que os dois últimos lançamentos do Korn.
Ray: 
Sim. Com Head de volta a banda (N.R.: O guitarrista deixou o grupo em 2005, retornando em 2013)  nós poderíamos ter feito riffs que soassem como os primeiros discos da banda com facilidade. Para nós era importante resgatar a alma e o coração do Korn, mas também trazer uma roupagem atual. Queríamos fazer algo com alma, mas também com colhões – algo que as pessoas sentiram um pouco de falta nos últimos discos. Acho que conseguimos isso. Raskulinecz é louco por guitarras, assim como eu. Apesar de ser baterista, eu amo a guitarra e para mim é importante que o Korn traga aquela sonoridade que todos querem e amam. Nós queríamos capturar isso, mas deixá-la com uma sonoridade atual.

De fato, “The Serenity of Suffering” traz uma energia que lembra a fase “Take a Look in the Mirror” (2003), mas ainda assim soa moderna e atual.
Ray: 
Sim e é difícil de fazer isso. Em Korn III: Remember Who You Are (2010) – o meu primeiro disco da banda, nós contamos com Ross Robinson (produtor, Sepultura) e ele tentou capturar o possível do passado e tal. Tenho orgulho do álbum, mas não tanto quando de The Paradigm Shift (2013) ou The Serenity of Suffering. Ele foi feito muito rapidamente e as intenções eram boas, mas para mim ele não saiu tão forte quando esperávamos. Ainda ouço o disco, tanto é que há uns dias coloquei o vinil para tocar e fiquei orgulhoso do que ouvi, mas é interessante ver as mudanças que ocorrem quando a banda atravessa períodos de transição. Em 2010 o Korn era eu, Davis, Munky e Fieldy e foi muito interessante ver como o grupo ficou com o retorno de Head. É muito legal ver como ele e Munky influenciam um ao outro. É uma coisa mágica. Eu gostei muito de The Paradigm Shift, mas ali era o retorno de Head e estávamos indecisos no que fazer. Agora que temos vários anos de turnê como um quinteto, a relação está muito mais forte e confortável.

Pois é, quando você entrou para o Korn em 2007, Head estava fora da banda. Como foi se conectar a Head e vê-lo trabalhando com Munky novamente.
Ray: 
Foi incrível. Nós agimos como doidos, há muito humor no ar quando estamos compondo e gravando. O que amo em Head é que ele não tem um filtro – ele diz o que quer dizer. Se você aparecer com uma camiseta estúpida, ele dirá que ela é estúpida (risos). Ele faz o mesmo com a sua performance – ele pode elogiar uma ideia, mas também sugerir para você mudar um groove. E eu vou lá e faço. Não há disputa de egos ou coisa assim. Algumas pessoas tem medo de expressar o que pensa ou de falar a verdade, especialmente quando você chega a um nível como o do Korn. É isso que amo em Head, ele não liga e diz o que pensa. Aprecio essa característica. Munky e ele gravaram todo o The Serenity of Suffering juntos – coisa nunca tinha sido feita na carreira da banda. Era um de frente par ao outro tocando e gravando simultaneamente. Acho que isso os fez tocar ainda melhor.

O Korn evoluiu tanto que rotular o grupo como new metal se tornou muito raso.
Ray:
 Eu já pensava isso quando era fã do grupo. Para mim ninguém soava como eles. O Korn passou pelo meio de todas aquelas bandas de Seattle (EUA) que surgiram na mesma época, como o Stone Temple Pilots, Soundgarden ou Alice in Chains. Eles definiram o seu som e não ouviram mais ninguém. Você precisa ter bolas para fazer algo assim, pois quando uma banda fica muito grande os novatos querem soar como ela para vender discos. Mas ninguém soa como o Korn e acho que isso é algo especial, pois muita música já foi feita e é difícil ser original. Quando Korn (1994) foi lançado todos se perguntaram: “o que é isso”? (risos).

Vocês trarão um repertório focado no novo álbum ou uma mistura de coisa?
Ray: 
Você tem que misturar as coisas, pois há muitas músicas para escolher. Sempre tivermos esse problema ao definir o repertório, pois os fãs querem as músicas mais antigas e tem aqueles que descobriram a banda em Korn III: Remember Who You Are ou The Path of Totality (2011). Tocamos Insane e Rotting in Vain nas últimas turnês e experimentamos Take Me em alguns shows – o que funcionou bem. Sei que podemos adicionar mais uma ou duas aí ainda. Nós curtimos tocar as do último disco porque para nós elas ainda são novas, mas ainda amamos tocar Freak on a Leash e Blind, por exemplo. Elas estão aí para ficar.

Metade da turnê sul americana do Korn acontecerá no Brasil. Que recado você quer deixar para os fãs?
Ray:
 Para aqueles que já viram o Korn várias vezes, obrigado pelo apoio e por sempre voltarem – nos os amamos mais do que você sabem. Se esta for a sua primeira vez vendo a banda eu espero que agente chute a sua bunda com tanta força a ponto de você não consiguir parar de pensar nisso por semanas. Essa é uma característica dos nossos shows – eles não muito pesados e agressivos, mas também bastante divertidos. Os fãs saem esgotados (risos).  O legal da música é que ela te tira dos problemas do cotidiano – espero que todos tenham um ótimo momento. Por favor, não baixem o disco ilegalmente pela internet, comprem ele (risos).

O Korn já vendeu cerca de cinquenta milhões de álbuns pelo mundo. Mesmo com o mercado indo mal, vocês estão se saindo bem.
Ray:
 Sim, a banda vai bem. Ainda somos fãs também. Quando vejo uma das minhas bandas favoritas fazendo algo eu sempre apoio ela. Geralmente quando você é um fã da banda você vai lá e da o seu apoio – nós vemos pais, mães, filhos e filhas nos shows. É ótimo ver diferentes gerações.

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