Mantendo certa regularidade em seus lançamentos, Scourge of the Enthroned surge, com o perdão do clichê, como um divisor de águas em sua carreira. Sendo o 11º álbum de uma discografia coesa, os irmãos Alex Camargo (baixo/vocal), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) novamente se cercaram de excelentes profissionais para compor todo o trabalho.
Na produção temos o velho conhecido Andy Classen, do Stage One Studio (Alemanha) e na capa a nova sensação, Eliran Kantor, responsável por algumas das mais belas artes da atualidade, vide trabalhos com Soulfly, Satan, Green Death, Testament, etc. Scourge of the Enthroned soa absurdamente orgânico e mantém a brutalidade de sempre, mas são os detalhes é que fazem a diferença.
Se no disco anterior, Forged in Fury (2015) havia mais groove, aqui o que se ouve é uma dose maior de velocidade, mas tudo muito nítido e executado com a precisão absurda dos gaúchos. Com o lançamento do single e lyric video de Demonic III e do clipe de Devouring Faith os fãs já tiveram uma amostra do que viria a seguir (e são dois belos exemplos), mas é com monstruosidades do naipe de Eletricide e a fenomenal A Thousand Graves que fazem o Krisiun ser o que é: a melhor banda de Death Metal da atualidade.
Em Abismal Misery (Foretold Destiny) Moyses e Max mostram uma coesão absurda, destacando os riffs cortantes e a velocidade que os admiradores de Conquerors of Armageddon (2000) tanto veneram. Os solos também são um destaque à parte, com Moyses inspiradíssimo e guiando a quebradeira de modo singular. A faixa-título tem um clima épico em seu início, evocando antigos deuses sumérios e é nela que se concentram os riffs e solos mais marcantes do álbum, tornando-se um possível novo candidato à novo clássico do Krisiun.
A evolução foi tanta desde a primeira demo, Mortal Toxic, lá do inicio da década de 1990, que fica difícil saber até que ponto eles chegarão e não será preciso dar tempo ao tempo para transformar Scourge of the Enthroned num clássico. Já é!
O CD será lançado no começo de setembro no Brasil pela Century Media/Shinigami/Sound City.