O lendário guitarrista, compositor e produtor Rick Derringer faleceu aos 77 anos. A notícia foi confirmada por Tony Wilson, seu cuidador, em uma postagem nas redes sociais e posteriormente divulgada pela Guitar Player. Sua esposa, Jenda Derringer, informou ao TMZ que ele morreu “em paz”, durante o sono, após ser retirado do suporte vital.
Nascido Richard Dean Zehringer, em 5 de agosto de 1947, em Celina, Ohio, ele começou a tocar guitarra ainda criança e ganhou notoriedade como líder da banda The McCoys, que alcançou o topo das paradas com “Hang on Sloopy” em 1965. A canção se tornou o hino oficial do rock de Ohio. O grupo também obteve sucesso com covers de “Fever” e “Come On, Let’s Go”.
Nos anos 1970, Derringer colaborou com o bluesman texano Johnny Winter, integrando a banda Johnny Winter And, e posteriormente se juntou ao Edgar Winter Group, participando do álbum multiplatinado They Only Come Out at Night, de 1972. Em 1973, lançou seu álbum solo de estreia, All American Boy, que trazia a versão definitiva de “Rock and Roll, Hoochie Koo”, sua marca registrada e um clássico da guitarra.
Na mesma década, trabalhou com grandes nomes como Steely Dan — tocando em faixas como “Show Biz Kids”, “Chain Lightning” e “My Rival” — e com o vizinho e amigo Todd Rundgren. Apesar da fama de rigor dos integrantes do Steely Dan, Derringer declarou: “Eles basicamente só me mostraram a música — ‘Aqui está, Rick. Queremos algo com um clima de blues.’ Então foi isso que eu fiz.”
Durante os anos 1980, contribuiu com solos memoráveis para hits como “Making Love Out of Nothing at All”, do Air Supply, e “Total Eclipse of the Heart”, de Bonnie Tyler, além de colaborar com Meat Loaf, Cyndi Lauper, Barbra Streisand e até mesmo produzir o álbum The Wrestling Album, da World Wrestling Federation, em 1985.
Mas foi com “Weird Al” Yankovic que Derringer conquistou dois Grammys, ao produzir os primeiros seis discos do parodista. A canção “Eat It”, paródia de Michael Jackson, contou com um solo inspirado no de Eddie Van Halen, e segundo Derringer: “O interessante é que o Eddie nos disse que copiou aquele estilo ouvindo a gente.”
Na década de 1990, sua carreira desacelerou. Convertido ao cristianismo, passou a lançar álbuns religiosos em família nos anos 2000. Tocou com a Ringo Starr & His All-Starr Band entre 2010 e 2011 e participou do projeto “Guitar Circus”, de Peter Frampton, em 2013, ao lado de lendas como B.B. King e Steve Lukather.
Em 2024, refletindo sobre o álbum mais recente, Rock the Yacht, feito com sua esposa, disse: “As pessoas querem que eu continue tocando como quando eu era adolescente. Mas eu não sou mais um cara jovem — tenho 76 anos, então nossos gostos mudam um pouco.” Mesmo assim, reafirmou seus princípios: “No que diz respeito à musicalidade, isso vem do coração. Boas músicas são boas músicas.”
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