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LIBERATION FEST TOUR 2018 (Kreator e Arch Enemy) – 11 de novembro de 2018, Fortaleza/CE

Por Leonardo M. Brauna

2018, em Fortaleza/CE, segue como ano de consolidação para a Liberation Music Company, pois a produtora que em junho de 2017 presenteou os cearenses com os ícones do metal extremo, Amon Amarth e Abbath, retornou em março de 2018 trazendo o Epica em show único e, em setembro, os gigantes do Napalm Death e Cannibal Corpse no mesmo palco. Sem completar dois meses do último evento, os organizadores estão de volta com a perna nordestina da “Liberation Fest Tour 2018”, que chegou com mais dois nomes de referência do metal mundial, Arch Enemy e Kreator.

Fortaleza foi o segundo destino do passeio brasileiro das duas bandas que, no dia 9 de novembro, estiveram no Bar Opinião, em Porto Alegre/RS. Dois dias depois, na capital cearense, o Arch Enemy inicia a noite do evento. O primeiro a surgir foi o baterista sueco Daniel Erlandsson (ex-Brujeria, Carcass e outros), depois veio o outro sueco Michael Amott (Spiritual Beggars, ex-Carcass e outros), seguido pelo restante da banda formada pelo guitarrista norte-americano Jeff Loomis (ex-Nevermore), o baixista sueco Sharlee D’Angelo (Spiritual Beggars, The Night Flight Orchestra, Mercyful Fate e outros) e pela vocalista canadense Alissa White-Gluz, que após a pequena introdução “Set Flame to the Night”, arrepiaram com “The World Is Yours”, relacionadas no último álbum “Will to Power”, de 2017. Como pode observar, o Arch Enemy é como se fosse um “dream team” de múltipla nacionalidade do metal pesado, e suas estrelas são indiferentes a qualquer tipo de arrogância e pretensão, a começar pela comunicativa Alissa que retribuía ao máximo o carinho dos fãs com oratórias, saltos pelo palco e instigação.

Quando sucessos como “Ravenous” de “Wages of Sin” (2201), ou “War Eternal” do álbum homônimo de 2014 eram tocados, o público respondia bem, mas a animação da plateia não se limitava apenas às execuções mais conhecidas, pois em canções menos habituais, as pessoas podiam contemplar a técnica e presença de palco dos músicos que fazem escola nesse quesito. “Fortaleza, você é nossa família e hoje faremos uma grande festa!”, disse Alissa em um de seus diversos momentos de empolgação, a moça é um furacão não apenas no vocal – que por vezes foi ofuscado pelo peso da banda, dando um pouco de trabalho ao técnico de som –, mas na condução completa do show. Enquanto tocavam “My Apocalypse” de “Doomsday Machine” (2005), ela empunhava a bandeira com o estandarte da banda, com todos na pista de punhos erguidos. Após um discurso onde finaliza dizendo que “é muito bom estar aqui com o Kreator, todos vocês são maravilhosos”, Alissa anuncia a próxima: “Agora vamos tocar uma do nosso novo álbum, ‘The Race’”.

O show do Arch Enemy saiu como o esperado, apesar de o início ter sido embaraçoso devido ao volume baixo do microfone, a equalização encontrou seu caminho, havendo muita troca de energia, repertório variado e cheio de ‘temples’ e ‘overdubs’. A raça de cima do palco resultou numa técnica musical de cair o queixo tanto pelos riffs ao vivo, como pela apresentação de solos executados pelos mestres Jeff Loomis e Michael Amott. O set da banda sediada na Suécia terminou com um ‘encore’ mais que selecionado, com as músicas “Avalanche” de “War Eternal”, “Snow Bound” de “Wages of Sin” (2001), “Nemesis” de “Doomsday Machine” e “Fields of Desolation” do ‘debut’ “Black Earth” (1996). Muita coisa será guardada na memória de quem estava neste show, desde os gritos do fã chamando por “Arch Enemy – Arch Enemy!” ao luxo da apresentação que, na maioria do tempo, seguiu isenta de qualquer falha.

Quando Fortaleza estava entrando na rota dos shows internacionais, as primeiras atrações a se apresentarem por aqui foram Gamma Ray e Helloween em abril de 2008, Nightwish em novembro do mesmo ano e, em 2009, a coisa “desandou” de vez com Motörhead em abril e Kreator e Exodus em outubro. Depois disso a cena alencarina nunca mais seria a mesma. De Chuck Berry e Paul McCartney a Cannibal Corpse e Napalm Death, todos já bateram ponto na famigerada “Cidade da Luz”. Mas para o Kreator, como mencionado agora há pouco, a dose foi repetida. Há quase nove anos de sua primeira visita, a banda alemã que influentemente alicerçou cenas undergrounds pelo mundo inteiro, inclusive no Brasil, trouxe um repertório tão variado que diversos clássicos tocados na última visita, como “Choir of The Damned”, “Terrible Certainty”, “Betrayer”, “Extreme Aggression” e “Tormentor”, ficaram de fora nesta turnê. Aqui no Complexo Armazém, a banda alemã iniciou os trabalhos com a intro “Mars Mantra” que, assim como no álbum “Phantom Antichrist” (2012), abre para a faixa título do CD, que também foi a primeira do ‘set’. Show de thrash metal é sempre uma grande emoção, ainda mais quando o anfitrião é um grupo do calibre do Kreator. Os fãs não paravam de ecoar o nome da banda em todos os curtos intervalos. Mille Petrozza (guitarra e vocal), Sami Yli-Sirniö (guitarra), Christian “Speesy” Giesler (baixo) e Jürgen “Ventor” Reil (bateria) mostravam de cima do palco a excelência da arte musical, mas lá embaixo na pista, o público complementava o show com seu mosh monstruoso regado a muitas rodas. “Hail to the Hordes” do álbum de divulgação “Gods of Violence” (2017) foi a seguinte e teve boa receptividade, mas não tanto quanto “Enemy of God”, do álbum homônimo de 2005, que está em transição para virar clássico. “Já faz muito tempo que estivemos aqui, mas se tem uma coisa que ficou em nossa memória, foi o grande ‘pit circle’ que só vocês sabem fazer”, relembrou Mille, que conduziu um grande “wall of death” com os envolvidos muito empolgados.

O espetáculo seguiu com outra do novo álbum, “Satan Is Real” e mais uma de “Phanton Antichrist”, “Civilization Collapse”, mas quando chegou em “People of the Lie” de “Coma of Souls” (1990) a explosão de sentimentos inundou o coração do headbanger mais “tiozão”. Depois de fazer uma cena com o público, reclamando que a energia da plateia parecia acabar, e é claro que ele falava isso num sentido bem satírico, Mille, segurando a mesma bandeira ilustrada na capa do EP “Flag of Hate” (1986), pedia para que todos exclamassem o nome da música, que também está presente no primeiro álbum “Endless Pain” (1985). Se em “Peolpe of the Lie” os “tiozões” marejavam os olhos e sangravam os ouvidos, em “Flag of Hate” passaram mal de vez! Tomado também pela emoção, o “frontman” do Kreator não hesitou em dizer que nutre muito sentimento pelo Brasil. Após a execução desses dois clássicos absolutos da banda, “Phobia” do mediano “Outcast” (1997) proporcionou a alguns, tempo suficiente para comprarem suas cervejas, mas aqueles fãs mais ‘die hard’ ficaram na pista gritando o refrão “Phobia!” no volume máximo da voz, enquanto explosões de fumaça assustavam quem estava mais próximo do palco.

Um dos momentos mais legais e hilários da noite, foi quando após a execução de “Gods of Violence” o vocalista abre no palco a bandeira do time de futebol Fortaleza, campeão da série B do campeonato brasileiro deste ano, só que, entre os aplausos, vaias se levantavam, pois não sabia o músico com cara de surpresa que, pelo menos neste local, a torcida do arquirrival Ceará era maior. Enfim, apesar da “má educação” descontraída dos alvinegros o artista não ligou, dobrou a bandeira, a pôs no bolso da calça e não tirou-a até terminar o show que continuou com “Hordes of Chaos (A Necrologue for the Elite)”, do álbum “Hordes of Chaos” de 2009 e a última da noite, “Fallen Brother”, presente no álbum de divulgação.

No bis, a introdução “The Patriarch” trazia a poderosa “Violent Revolution”, do álbum de mesmo nome lançado em 2001, e o megaclássico “Pleasure to Kill”, do também homônimo álbum de 1986. Nem preciso dizer que nesta hora o perímetro do Armazém tremeu, e o “tiozão” que passou mal em “Flag of Hate”, nesta morreu de vez! Depois deste frenesi, o Kreator se despede ao som mecânico de “Apocalypticon”, introdução que abre o CD “Gods of Violence”. Agora sim, a “Liberation Fest Tour 2018” em Fortaleza, é encerrada. O headbanger nordestino mais uma vez foi presenteado com um show de organização da Liberation M.C. e Gallery Productions (produtora local que cuidou da estratégia do evento), e não podemos deixar de mencionar o apoio da Ultimate Music Press, que sempre garante a presença da ROADIE CREW nos eventos que faz assessoria. Os outros dois shows promovidos pelas bandas foram sensacionais e serão lembrados para sempre em nossas mentes e corações. Foi um domingo cheio de harmonia, amor pelo metal e respeito ao próximo. Parabéns!

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