Prestes a completar vinte anos de estrada, a Lion Heart vive uma das grandes fases da carreira, desfrutando da boa recepção que O Ferro do Escorpião, seu novo álbum, vem recebendo. Incansáveis no hard rock, a dupla Thiê Rock e Brandon Lion nos atenderam para falar sobre esse bom momento da banda. Foi um longo-bate papo, e agora você confere a parte complementar da entrevista publicada na ed. #266 da ROADIE CREW, que você adquire clicando aqui. Curta essa experiência!
Assim como em 2015, a formação da Lion Heart volta a ser um duo. Gravar O Ferro do Escorpião com Brandon tocando os demais instrumentos além da guitarra foi para não perder tempo na busca por novos membros ou a cena carioca está escassa de músicos de hard rock?
Brandon Lion: O rock n’ roll nunca foi o forte no Brasil, muito menos nas linhas mais pesadas. Hoje em dia, a concorrência de estilos é bastante alta, até porque o investimento na mídia e marketing está bem versátil e apelativo. O lado bom disso é que diferente de antigamente, com a abrangência de estilos, nos deparamos com pessoas mais ecléticas, principalmente os músicos. Aqueles que vivem somente disso no Brasil, acabam por priorizar formatos que geram maior retorno financeiro. O foco da Lion Heart sempre foi direcionado ao que gostamos de verdade, onde criar um clima divertido, inovador e polêmico com certeza faz parte do estilo Lion de ser. Em uma banda com muitos músicos, provavelmente pode gerar bastante discórdia, e acertar o ponto que agrade a todos é uma tarefa demorada e desafiadora. No caso da Lion Heart, o fato de que eu possuo essa versatilidade em compor e gravar os demais instrumentos facilita bastante o caminhar da banda, embora o peso nos investimentos acabe sobrecarregando a dupla.
Thiê Rock: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Como ficará a questão da formação em relação aos shows?
Thiê: Sempre teremos uma ótima banda de apoio conosco. Conhecemos excelentes baixistas e bateristas que fariam shows conosco com muito prazer. Fizemos uma live completa durante a pandemia com músicos maravilhosos, um deles foi o Thiago Velásquez, que já era nosso baixista. Isso não será problema para futuros shows. Os fãs podem ficar tranquilos.
Brandon: A alma da banda está em nossas mãos, em relação ao clima que a Lion Heart se propõe, com certeza ela será mantida. Imprevisíveis serão os músicos de apoio, pois estes, como não são fixos, provavelmente teremos uma “dança das cadeiras”. Claro que pequenas alterações sonoras em palco irão ocorrer, pois são mudanças de um ou dois músicos – o que com certeza afeta um pouco na sonoridade ao vivo -, mas, independentemente dos detalhes e das personalidades, o principal será mantido: o rock fervendo nas veias!
Considero O Ferro do Escorpião o álbum mais bem produzido e musicalmente inspirado da Lion Heart. Tal evolução é fruto de um bom momento criativo ou do foco para superar o nível dos trabalhos anteriores?
Thiê: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Brandon: Nenhum artista projeta lançar uma obra pior que a anterior. Se superar e surpreender o público faz parte da essência do artista, embora isso nem sempre ocorra. Com certeza O Ferro do Escorpião veio com essa missão de não excluir as músicas anteriores e sim completar mais um pedaço da história da banda, apresentando amadurecimento em todos os sentidos. Não temos pressa em nossos lançamentos, priorizamos emoção e qualidade sonora, claro que dentro dos nossos limites técnicos e financeiros, mas nada que certa dedicação não possa resolver.
A demo Now or Never (2003) é o único material em inglês da Lion Heart. A partir do debut Coração de Leão (2005) vocês optaram por compor em português e sinto que essa é a ‘praia’ da Lion Heart; a ‘malandragem’, a malemolência carioca caem bem para o som da banda. Na visão hard rock da Lion Heart, seria o Rio de Janeiro a Los Angeles brasileira?
Thiê: A gente também curtia som em português e sentia que, como o Brasil era do tamanho de um continente, talvez já tivéssemos lugares e pessoas suficientes por aqui para as atingirmos com nossa música. Se você pensar que a educação pública geral em nosso país é fraca e muitos falam mal o nosso próprio idioma, apostar em nossa língua natal seria um caminho mais curto e palatável para os ouvidos de nosso povo. Então, fizemos a experiência de compor em nossa língua e a identificação foi instantânea. É legal ouvir o Mötley Crüe cantando em inglês, usando gírias californianas e falando da Sunset Strip, mas não seria tão verdadeiro fazermos o mesmo, pois esse cenário não faz parte de nosso cotidiano. Cantar em português, falar da nossa vida no Rio e com essa malandragem carioca que você citou, acabou trazendo uma identidade muito única para o nosso som, e foi algo muito natural para mim, pois minha interpretação fluiu fácil e alcançamos a identidade que buscávamos.
Embaixo da Lua é uma música que considero não apenas a melhor da carreira da Lion Heart, como do hard rock nacional. Nos áureos tempos em que o hard dominou os holofotes e invadiu o Brasil, ela teria potencial, por exemplo, para ser usada por aqui em comerciais publicitários ou em trilhas de novelas, algo que era comum na época. Como veio a inspiração para essa que é um dos singles e clipes do álbum?
Thiê: Fico feliz por suas palavras! Ela tem um clima bem típico do hard rock oitentista, algo na veia de Poison, Stryper, TNT e afins. Os arranjos do Brandon ficaram incríveis, essa linha de som é uma das especialidades dele. Ajudei na letra, coloquei minha interpretação e o resultado foi fantástico. É uma das que o público mais gostou. Concordo com você sobre o potencial para comerciais e trilhas de novela. Essa fórmula de “hit rocker praiano” é bem característica da Lion, se lembrarmos que já fizemos músicas como Sedução, Noite de Verão e Menina de Copacabana. Segue essa linha, porém com melhor produção, execução e com arranjos ainda mais inspirados.
Brandon: Todas as músicas recebem um carinho especial, mas é claro que às vezes o artista acerta em cheio, e essa foi uma delas. Muitos fatores contribuíram para que muitas músicas desse disco acabassem ficando em evidência. Com o aperfeiçoamento dos arranjos baseados em uma longa jornada no hard rock, aliando uma letra bem podada e agradável e, claro, corretamente bem executada e gravada, com certeza temos elementos que contribuem bastante para o sucesso de uma canção. Mesmo uma música de simples execução, torná-la um hit não é uma tarefa fácil.
Ter gravado o clipe ‘praiano’ de Embaixo da Lua sob a direção de Jay Roxx, outro aficionado pelo hard rock, além de vocalista de uma banda do gênero, a Sixty Nine Crash, parece ter sido essencial para o resultado do vídeo, que condiz com a qualidade da música. Qual foi a importância de Jay Roxx em termos de concepção e acabamento estético do vídeo?
Thiê: Nós o chamamos de Lion Jay! (risos) É um cara talentoso e mostra isso por onde passa, além de ser um grande parceiro da Lion Heart. Antes desse videoclipe, ele já tinha sido o fotógrafo do CD O Ferro do Escorpião e também baixista em nosso último show antes da pandemia. No clipe ele contribuiu em diversos aspectos, desde técnicos, como escolha de horário e local de filmagem para extrair as melhores iluminação e fotografia possíveis, quanto em direção, para tirar a melhor interpretação da gente e das garotas que atuaram conosco. A edição também ficou sensacional.
Brandon: Gostamos bastante da ideia do Jay dirigir um clipe da Lion Heart, pois para filmar e editar um clipe de uma banda de hard rock é necessário ter um olhar especial que apenas fãs do estilo compreendem, e ele fez um ótimo trabalho dentro das possibilidades que tínhamos.
Fale também do clipe de Animal, em que vocês aparecem pintados como felinos e contam com animais do Santuário Recanto dos Bichos, além da participação da atriz Nathaly Thoyane.
Thiê: Queríamos trazer coisas impactantes e que fizessem as pessoas terem vontade de assistir o vídeo mais de uma vez e ainda recomendar para os amigos. Daí surgiram as ideias das máscaras felinas, da atriz Nathaly como “mulher-gato” e também da interação com animais de verdade, caso da cobra e da coruja. Filmamos na Floresta da Tijuca para ajudar a trazer um clima selvagem para as imagens. Acho que conseguimos e o resultado ficou muito bom. Agradecemos ao editor Gustavo Moraes pelo trabalho excelente!
Brandon: Essa música exige uma atenção especial devido a sua temática, com isso buscamos artifícios e pessoas de peso artístico para que compusessem uma obra especial. Conseguimos contatar um especialista em maquiagem, uma equipe que trabalha com diversos animais adestrados e a participação da Nathaly, atriz e ex-miss Espanha 2012 que, com certeza, ajudaram bastante na composição deste clipe.
Outra música que quero destacar é Suingue. Ela faz críticas à politica do Brasil e tem um instrumental grooveado que remete à sonoridade ‘funkeada’ do Extreme, principalmente pelo uso de metais. Interessante vocês falarem de política com uma música literalmente cheia de suingue.
Thiê: Essa é uma de minhas favoritas do álbum! O suingue dela – com o perdão do trocadilho (risos) – é muito contagiante. Somos muito fãs de Extreme e acabou ficando nessa pegada mesmo e com umas pitadas de Aerosmith. A letra politizada misturada ao groove animadíssimo entrega algo presente no povo brasileiro, que mesmo com todas as dificuldades ainda consegue ser feliz. Não temos muita opção, a não ser tirar força do inimaginável e encarar nossa dura realidade de problemas sociais e convivência com políticos safados, lutando e se superando por dias melhores.
Brandon: Não podemos esquecer que vivemos em um país gigante, com variadas culturas e particularidades regionais. Nada como trazer um suingue para retratar o modo de viver ‘malandro’ do brasileiro. Para sobreviver no Brasil é preciso muito jogo de cintura para lidar com essa realidade desafiadora que o país nos traz.
Apesar de a pandemia ter prejudicado a questão dos shows, vocês têm divulgado bastante o novo álbum: gravaram clipes para Rock Vai Rolar, Embaixo da Lua e Animal e fizeram lives – uma delas tocando acusticamente -, entre outras ações. A tendência agora é mostrar as músicas ao vivo ou já focar em um próximo material?
Brandon: Infelizmente, muitos artistas ficaram com seus shows descompensados em relação a lançamentos. Temos certeza de que muitos estão ansiosos para retornar às atividades no palco, algo que é insubstituível. (Acompanhe o complemento da resposta na ed. #266 da ROADIE CREW).
Thiê: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Imagino que quem conhece superficialmente a Lion Heart pensa que as músicas só falam de curtição, mas apesar do alto astral, O Ferro do Escorpião, por exemplo, oferece algumas letras sérias, não?
Thiê: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Brandon: Essa situação não acontece somente na Lion, podemos observar muitas pessoas que sabem superficialmente sobre a grande maioria dos artistas. Geralmente os ouvintes escolhem poucas bandas para se aprofundarem. Eu mesmo já me surpreendi com muitos artistas ao me aprofundar em seus trabalhos, inclusive alguns que eu tinha preconceito, o que me fez abrir a mente e aprender muito com eles. No caso da Lion Heart, o público não dá muita atenção às nossas letras mais sérias, uma parcela pequena admira e se apega a essas canções mais reflexivas. De maneira geral, os nossos fãs esperam letras com temas mais picantes e extrovertidos, o que não é ruim, apenas nos ajudam a direcionar por onde devemos focar mais o nosso trabalho. Daremos aos fãs o que eles querem!
Ao longo da carreira, a Lion Heart foi alvo de muitas galhofas e memes nas redes sociais. No entanto, vocês nunca foram de entrar na pilha e tiram onda com bom humor. Creio que essa good vibe acabou fazendo com que muita gente passasse a olhá-los positivamente e a respeitá-los. Concordam?
Thiê: Nunca é fácil quebrar padrões, mas quando você é perseverante e verdadeiro, o jogo vira! Quando começamos a Lion em 2002, outros estilos dentro do rock eram muito mais populares do que o hard rock, como, por exemplo, o black metal sinfônico. Ou seja, o cenário era o mais hostil possível (risos). O hard rock estava em baixa e a maioria dos músicos brasileiros do estilo apostava em covers, enquanto a gente investia todas as forças no som próprio, e na época era difícil ser uma banda independente e conseguir gravação de ponta, com qualidade internacional. Para completar, fazíamos letras em português e enfrentamos barreiras dentro do próprio hard rock. Além de todas as bandas clássicas internacionais e nacionais que tocavam em inglês, também curtíamos brasileiras com letras em português, como Hay Kay, Taffo, Anjos da Noite, Rosa Tattooada, Cavalo Vapor, os primeiros do Yahoo e por aí vai. De toda forma, só continuamos no idioma porque testamos e conseguimos uma identidade que nos diferenciava até mesmo dessas brasileiras que gostávamos. No mais, continuamos fazendo o que amávamos, sempre buscando evoluir na composição, nos arranjos, na execução e na produção. A maturidade e o tempo de estrada ajudaram muito e hoje estamos colhendo os frutos.
Brandon: Manter a “good vibe” na Lion é um pré-requisito. (risos) Lidar com essa crítica que recebemos há anos por esses motivos não é uma tarefa difícil para quem ama o que faz. Essas “brincadeiras” passam direto e não nos afetam, acaba que alguns cansam ou mudam de opinião. É muito difícil uma banda receber apenas elogios, cabe ao artista saber filtrar e refletir sobre o que pode contribuir para o seu crescimento.
Thiê, esse bom humor para lidar com as críticas e gozações gerou algumas coisas bastante positivas. Uma delas é a questão do marketing favorável à banda. Fale de seus vídeos divertidos que têm viralizado na Internet. Você tem sido contratado por empresas e também por pessoas que querem passar uma mensagem bem humorada para aniversariantes, por exemplo, ou mesmo para sacanear alguém. Como essas ideias surgiram?
Thiê: Com a pandemia, tudo o que poderíamos fazer era trabalhar na Internet. Como um vídeo meu anunciando um antigo show nosso tinha viralizado, resolvi entrar de cabeça nos vídeos e explorar de forma muito mais forte o Twitter, Instagram e o YouTube, abordando a banda, o rock’n’roll e questões gerais do meu cotidiano. Minha desenvoltura perante a câmera foi boa e a coisa cresceu em proporções muito maiores do que imaginei (risos). Apenas fui eu mesmo, um eterno rocker, usei jargões que criei para a Lion, mas acabei caindo no gosto de muita gente, inclusive de fora do rock que não conhecia nem a mim, nem a Lion. Com isso, tenho feito muitas propagandas para empresas, de todos os ramos que você possa imaginar, e muitos fãs também me contrataram para vídeos personalizados, para dar parabéns, felicitações, um ‘salve’, um abraço, uma força em algum momento difícil, etc. É aí que você vê o potencial comercial do rock’n’roll, pois nos vídeos sou um rocker sem concessões, porém com bom humor e dose de carisma, e isso acaba encaixando em qualquer coisa.
Há algum caso engraçado que tenha acontecido e você queira compartilhar com nossos leitores a respeito dos pedidos que você recebe?
Thiê: Já fiz vídeo até de convite para casamento! (risos) Os mais divertidos são os de aniversário, contratados por amigos das pessoas, porque sempre entregam momentos vergonhosos e engraçados da vida delas (risos). Mas também já rolou muita coisa bacana, como felicitação por aprovação em concurso, emprego novo, formatura na universidade… Curiosamente, alguns dos que mais curti fazer foram dar força e energia positiva em momento de doença e até mesmo homenagem póstuma. Um que fiz para uma vovó de 90 anos com a família inteira reunida também foi muito legal! Foi engraçado conciliar meu jeito rocker empolgado com termos mais comedidos e respeitosos. (risos)
Voltando à questão do bom humor e aos clipes, nos do novo álbum noto que vocês curtem tirar onda quando atuam. Embora os clipes me remetam a bandas “sacanas” como The Darkness e Steel Panther, você, Thiê, atua com seu habitual carisma; e no seu caso, Brandon, suas atuações são bem divertidas. Existe um clã de fãs de hard rock aqui em São Paulo (me incluo) que usa a palavra “patifaria” para se referir ao lado divertido do gênero. No caso de vocês, a “patifaria” nos clipes é bem espontânea. Está correta a minha percepção?
Thiê: Percepção corretíssima! (risos) Curto essas bandas que citou e cresci vendo videoclipes de Kiss, Van Halen, Twisted Sister, Mötley, W.A.S.P. e muitos outros. Se não tiver essa pegada de “patifaria”, curtição, diversão, parece que o rock’n’roll está incompleto. O rock leva diversão para as pessoas desde os primórdios, é só lembrar de Elvis, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Little Richard. Para quem cresceu no meio do rock, acaba realmente sendo algo natural durante as filmagens. Esperamos continuar surpreendendo e levando boa música e performance cheia de “patifaria” para os fãs por muito tempo!
Brandon: Caras e bocas devem fazer parte da interpretação. Aliás, todo artista é um ator direto ou indireto. Independentemente do estilo musical, podemos observar instrumentistas e cantores fazendo caras e bocas nas execuções. Eu acredito que essa performance ou os reflexos não programados denunciam o que o artista está sentido emocionalmente ou o que gostaria de causar no público. Não há muitas regras em relação a isso, mas essas atuações performáticas sempre foram comuns e contagiantes para quem assiste. No caso da Lion, acabamos expondo o que aprendemos com nossos ídolos, assim como o que é natural nosso.
Thiê, ter se tornado um digital influencer lhe rendeu convites para vídeos em parceria com o Vasco da Gama. Fale da experiência da Lion Heart participando da Vasco TV em jogo do Campeonato Carioca.
Thiê: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
E como foi a experiência de ter sido entrevistado no programa Globo Esporte, da TV Globo?
Thiê: Essa foi a cereja do bolo da minha ligação com o Vasco (risos)! A TV Globo me entrevistou como um torcedor-símbolo do Vasco e abordou não somente a minha paixão pelo clube, mas também a Lion Heart e meu trabalho como editor de livros. Foi sensacional a gravação na minha casa e também no estádio de São Januário. Levarei na memória para sempre com muito carinho. O mais legal é que, onde quer que eu vá, dou um jeito de abordar a Lion na entrevista, gerando sempre novos seguidores e fãs.
É louvável o Lion Heart estar há vinte anos lutando no hard rock, gênero pouco valorizado no Brasil. O que os motiva a persistirem mesmo com mudanças no line-up e poucas casas de shows no Rio?
Brandon: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Thiê: Amamos o que fazemos. Se parássemos o vazio seria enorme, então pretendemos seguir em frente até o fim da vida. Nem sempre as condições serão as melhores, mas ninguém disse que seria fácil! (risos) Nunca foi uma escolha, sempre foi um chamado interno muito forte que só quem já sentiu entende. De toda forma, nosso público aumentou muito após o lançamento do Ferro... e fico feliz em ver nossa música atingir pessoas de mundos tão variados, muitas vezes até de fora do rock’n’roll. Isso é motivador, um ótimo combustível para a nossa chama rocker!
O que mais vem de novidade para promover O Ferro do Escorpião?
Thiê: Esperamos fazer mais um ou dois videoclipes para o álbum, continuar fazendo entrevistas para os principais meios de comunicação do Brasil e fechar ótimos shows pelo país, levando nosso som para o maior número de cidades que conseguirmos.
A Lion Heart completará vinte anos em 2022. Planejam algo para comemorar?
Thiê: Acompanhe a pergunta e a resposta na ed. #266 da ROADIE CREW.
Nesses 20 anos de carreira, qual vocês apontam ter sido o grande momento ou acontecimento vivido pela Lion Heart?
Thiê: É difícil pensar em uma única coisa, mas era especial quando fazíamos “LionBus” e colocávamos 50 rockers loucos para viajarem conosco, para tocar em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Vila Velha. A diversão era insana! As edições do festival “Lionfest”, em que convidávamos bandas e DJs e tínhamos participações especiais para um grande evento contendo um show completo da Lion Heart também foram incríveis. Não posso esquecer das entrevistas que fizemos para a MTV, numa época em que ela ainda era o termômetro da música no Brasil. Cada aparição ali era a realização de um sonho de garoto, um turbilhão de emoções!
Aproveitem o espaço para finalizar.
Thiê: Muito obrigado pela entrevista e por sempre abrirem espaço para a Lion Heart na ROADIE CREW, desde a nossa primeira demo em 2003! É um prazer e uma honra mostrar nosso trabalho para uma revista que crescemos lendo e que tanto ajudou em nosso conhecimento musical. Obrigado também aos fãs pelo apoio de sempre. Continuaremos juntos em 2022, produzindo, trazendo novidades e fazendo a engrenagem do rock’n’roll girar mais forte do que nunca!
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