Em um álbum orientado para as guitarras, até onde vai a paixão pela música, e a partir de que ponto começa o exibicionismo? A pergunta é relevante, há muito permeia a mente dos fãs de rock, e muito bem poderia ser um dos enigmas da esfinge, ou sphinx, como nossos colegas ingleses preferem dizer. Embora não exista uma resposta possível (exibicionismo e paixão não são conceitos incompatíveis), o que ouvimos neste EP de estreia do Lucas Ray Exp., intitulado justamente Sphinx – nos permite dizer que a paixão pela música foi o que motivou o guitarrista, vocalista e compositor maranhense, radicado em São Paulo. Com Neemias Teixeira (teclados), Alexandre Panta (baixo) e Bruno Valverde (bateria, Angra), o EP destaca composições fortes e sofisticadas, como Run, Rabbit Run, Iceland (movida basicamente por linhas acústicas), Xibalba (com linhas que lembram música latina) e Reveries, um prog rock emotivo e ricamente arranjado que abre o disco. Instrumental impecável, mas vale perceber que uma maior variação vocal pode melhorar o resultado final.