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LUCIFER – São Paulo (SP)

Por Antonio Carlos Monteiro

Fotos: Edu Lawless

O final de ano, aparentemente, foi dedicado às bandas com mulheres no vocal por aqui. Se no final de outubro foi a vez do Blues Pills, tendo à frente a espetacular vocalista Elin Larsson, o início de dezembro nos trouxe o Lucifer (ambas pela primeira vez por aqui), com a não menos espetacular Johanna Sadonis. A mistura de anos 70, heavy metal e mais algumas coisas garante o sucesso do Lucifer, que entrou em cena com o jogo ganho.

Só que antes tivemos duas bandas de abertura. A primeira foi o Mattilha, que entregou uma apresentação curta, mas corretíssima, apesar de haver ainda bem pouca gente na casa. O hard rock com alguns toques de rock’n’roll cantado em português da banda é muito eficiente e o quarteto ainda conta com um guitarrista muito acima da média, Victor Guilherme, um mestre na escolha de timbres e nos solos repletos de melodia e bom gosto. Após a apresentação, o vocalista Gabriel Martins era só alegria: “Vivemos uma noite muito especial, estamos realizados e satisfeitos com o que entregamos. O carinho da galera e a resenha foram monstruosos!” Ponto para a banda, que certamente ganhou vários fãs.

Em seguida foi a vez do stoner do Grindhouse Hotel que, diante de uma casa bem mais cheia, tinha tudo para repetir o sucesso da antecessora. Só que não rolou. Os timbres excessivamente distorcidos das duas guitarras geravam uma massa sonora indefinida, prejudicada por uma caixa de bateria ardida e um baixo inaudível. Aliás, o baixo do Grindhouse Hotel foi o protagonista da noite, já que parou de funcionar várias vezes – e o equipamento não podia ser desculpa, já que foi exatamente o mesmo usado pelo Mattilha. Pra deixar tudo ainda pior, os músicos não conseguiram sequer disfarçar o mau humor, o que fez com que saíssem do palco emburrados e sob aplausos contidos.

Já o Lucifer subiu ao palco exatamente no horário previsto (animador notar que isso vem se repetindo nos shows realizados por aqui), já com a casa lotada e com um som impecável – tanto na qualidade como na execução. Não precisou de mais de um minuto para que se percebesse que estávamos diante de uma banda talentosa e muito bem ensaiada. A cozinha formada por Harald Göthblad e pelo excelente Nicke Andersson (Entombed, The Hellacopters) era firme, eficiente e pesada. Os guitarristas Linus Björklund e Martin Nordin, por sua vez, alternavam bases e solos muito bem sacados, especialmente Nordin, que, sem precisar ser um malabarista das seis cordas, não desperdiçou uma nota sequer. Mas a atração do Lucifer é mesmo Johanna Sadonis. Com forte presença de palco, afinação irretocável e grande poder de interpretação, ela é daquelas que sobem num palco e você não consegue desgrudar os olhos.

Diante de um público totalmente receptivo, o início foi com Ghosts, música de Lucifer III (2020) e movida a riff contagiante e batera pesada. De cara já deu pra notar que Johanna não é falante como Elin, por exemplo, mas era indisfarçável sua surpresa com a reação positiva da galera. E foi assim, diante de uma plateia que não parava de gritar o nome da banda, que o Lucifer mostrou, em músicas como Wild Hearses (do último disco, Lucifer IV, de 2021) e Coffin Fever (Lucifer III), que uma de suas mais fortes influências é inegavelmente Black Sabbath.

Enquanto Linus e Martin faziam backing vocals econômicos mas certeiros, Johanna continuava dando seu show, abusando um pouco do vibrato, mas com afinação e potência impecáveis. Isso ficou ainda mais evidente em temas mais melodiosos, a exemplo de Archangel of Death e Mausoleum (ambas do último álbum) – aliás, Lucifer III e Lucifer IV responderam por dez das treze músicas apresentadas.

E foi para espanto geral que após cerca de cinquenta minutos de show a banda agradeceu e saiu de cena. Foi aquela manjada saidinha fake que durou pouquíssimos minutos, já que os cinco voltaram para apresentar com dois rockões vindos diretamente e sem escalas dos anos 70, California Sun e Reaper on Your Heels, ambas de Lucifer II (2018).

E assim, após apenas uma hora, estava encerrada a apresentação. Ficou aquela sensação de que a banda poderia ter tocado mais (repertório para isso ela tem de sobra), mas ninguém foi pra casa insatisfeito. O Lucifer deu uma verdadeira aula de como fazer um show de rock sem exageros. Foi apenas a música como centro das atenções. E numa banda com essa qualidade, pode ter certeza, não precisa mais.

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