O que faz um fotógrafo fazer uma breve resenha do show de Paul Di’Anno? Ah, esta pergunta deve ser muito fácil de responder, ainda mais se você também é um seguidor da banda inglesa Iron Maiden. O Manifesto Bar, tradicional casa de Rock da noite paulistana, abrigou no dia 21 de abril (sábado) o “Maiden Day 2012”. O maior encontro de fãs de Iron Maiden do Brasil contou com a conhecida banda tributo Children Of The Beast (Iron Maiden Cover Brasil), tocando ao lado do ex-vocalista do Maiden, Paul Di’Anno.
Estar frente a frente com os grandes profissionais da música e poder registrá-los nos momentos mais espontêneos e mais dedicados é o que faz a nossa vida, ainda mais aos que amam o Iron Maiden. Para falar a verdade, tanto para mim, como a todos que compareceram ao “Maiden Day”, a banda serve como fator motivador de nossas vidas, principalmente como exemplo de dedicação e qualidade. Estar num “Maiden Day” mais uma vez é extremamente prazeroso, pois entramos em contato com diversos pontos de vista e formas de relação dos fãs.
Logo na entrada, na gigantesca fila, pude ver pessoas de todas as idades e tipos, desde pessoas mais velhas de blazer, até os headbangers mais ortodoxos. Isso é fantástico e realmente adoraria que os meios de comunicação mostrassem mais como é a vida do rockeiro de verdade. E, claro, dificilmente se encontra estilo musical que une tantas gerações e que evolui de forma tão consistente como o Rock – Metal, Hard, Thrash, Death, Prog e por aí vai.
Paul Di’Anno, queiram ou não, foi um marco para o que o Iron Maiden se propunha na época. Ele representou muito bem o espírito da NWOBHM, com seu vocal cheio de energia e personalidade. Para tanto, até hoje o bom fã de Iron Maiden conhece os primeiros álbuns e se identifica com as bases originais da banda. E Di’Anno tem um carisma fantástico, que até hoje atrai pessoas por seu jeito sem travas de falar e seu estilo que define muito bem o Rock’n’Roll. E um dos pontos principais: sua estreita relação com o Brasil. Isso é muito bom – juntando-se a qualidade sonora e o estilo da música britânica e o jeito de ser brasileiro, uma mistura que exponencia o seu carisma. Ele já não tem mais aquele pique de outros tempos, mas quem se importa? Seus clássicos estavam lá e o Children Of The Beast começou aquecendo a galera com “The Ides Of March”, logo emendando com a clássica “Wrathchild” para delírio dos presentes.
O ambiente estava muito bom e o show fluindo, com muitos gritos e o ‘headbanging’ crescendo com “Prowler”, “Murders In The Rue Morgue” e “Purgatory”. A adrenalina voltou a subir com “Killers” e “Phantom Of The Opera”, ficando claro que a Children of The Beast sabe atender o público sem apelação e preenche todo o ambiente, fazendo com que cada pessoa se sinta parte de uma celebração, de um show completo, onde cada um ajuda a construir o todo. A qualidade técnica dos músicos obviamente auxiliou o desempenho de Di’Anno. E mais, têm carisma e coesão – algo para poucos.
Todos que participaram, interagiram e gritaram ao som do bom e velho Metal, ainda se divertiram com as piadas proferidas por Di’Anno, que adora tirar sarro de times de futebol brasileiros e contar suas piadinhas em português. Se Rock é diversão e entretenimento, Paul Di’Anno com Children Of The Beast foi realmente a melhor escolha para o “Maiden Day”. No final, clientes satisfeitos, comida de primeira, cerveja gelada, atendimento decente e um show fantástico. Quem saiu de lá se sentiu parte de algo muito maior. Up the Irons!
Colaborou: Douglas Jurcovich