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MAMMOTH WVH – MAMMOTH WVH [8,5/10]

Dizem que grandes poderes trazem grandes responsabilidades, ou melhor, grandes sobrenomes trazem grandes responsabilidades. O trocadilho pode ser infame, mas retrata bem o caso de Wolfgang Van Halen, filho de Eddie e sobrinho de Alex Van Halen.

O DNA musical da família foi logo cedo confirmado, pois com apenas 16 anos o prodígio assumiu o desafio de substituir o baixista Michael Anthony na turnê de reunião do Van Halen em 2007, fato que posteriormente confirmou seu posto na gravação do derradeiro álbum de estúdio lançado pelo grupo, “A Different Kind Of Truth” (2012).

Os fãs mais conservadores podem até considerar Wolfie um estranho na formação clássica da banda, mas não há como ignorar sua habilidade musical, que agora está seguramente confirmada com a criação de seu projeto solo, o Mammoth WVH. E “solo” é realmente a palavra mais adequada, pois o músico se encarregou de todos os instrumentos, do vocal à bateria, no melhor estilo “one-man-band”.

Por óbvio, é praticamente impossível escrever sobre o Mammoth WVH sem fazer referência à Eddie Van Halen e seu grupo. Isso porque “Mammoth” é uma homenagem aos primórdios do Van Halen, que quase teve esse nome, mas é preciso ter em mente que as semelhanças com o clássico grupo dos anos 80 não vão além disso.

O que se ouve agora no autointitulado álbum de estreia de Wolfie é um talentoso multi-instrumentista criando sua própria identidade musical em um vigoroso e moderno hard rock, que vai direto ao ponto com refrões que grudam na cabeça e letras que intensificam ainda mais a individualidade deste trabalho. A impressão que fica é que Wolfgang Van Halen se valeu de 14 faixas para percorrer um caminho terapêutico, que vai de frustrações com pessoas ou situações (“You’re To Blame”) a perspectivas mais positivas, como podemos ouvir em “Don’t Back Down”, “Mammoth” e “Think It Over”.

As canções têm algumas características em comum que dão uniformidade ao álbum. Assim, há uma sutil influência de Foo Fighters da fase “Wasting Light” (2011), especialmente nos refrões (ouça “Epiphany” e “The Big Picture”). Além disso, Wolfie apostou muito nas melodias, tanto nas músicas mais pesadas quanto nas mais leves, a ponto de algumas canções soarem quase pop, como é o caso de “Think It Over” e “Horribly Right”.

Ou seja, há um toque refinado na estrutura das faixas, o que não é nenhuma surpresa se considerarmos o histórico musical da família. Até mesmo nos momentos mais pesados (não deixe de ouvir “Stone”) ou naqueles com riffs cheios de groove (“Don’t Back Down”), Wolfgang Van Halen priorizou músicas acessíveis e encorpadas por ritmos melodiosos.

Escrever a respeito de um álbum como este é uma experiência interessante, afinal, tudo se refere obviamente ao único membro da banda. Portanto, se é bom ou se é ruim, só existirá um “culpado”. E ouvir as 14 canções também traz uma sensação curiosa, pois logo na segunda música (“Horribly Right” e seu ótimo refrão!) você esquece que apenas uma pessoa ficou a cargo dos instrumentos, fato que é mais para frente potencializado com a inusitada e curta jam session na música “Feel”.

Já que o ponto central do Mammoth WVH é Wolfie, vamos às diversas facetas deste artista. No quesito vocal, temos contato com uma voz que se adapta bem aos momentos mais intensos do hard rock nas faixas “Don’t Back Down” e “The Big Picture”, e a outros suaves e emotivos, como é o caso de “Circles” e “Distance”, cabendo também destacar a balada “Resolve”, em que ele explora vocais mais agudos. Não há dúvidas de que sua voz contribuiu muito para ressaltar a característica melódica do trabalho.

O Wolfie baixista deu peso às músicas e mostrou logo sua potência em “Mr. Ed” e também em “Epiphany”, enquanto o Wolfie guitarrista apresentou riffs de stoner (“Don’t Back Down”) e algo próximo ao doom (“Stone”), sem contar que também mostrou influências de AC/DC (“You’ll Be The One”) e U2 (“Think It Over”). Bem, e o Wolfie baterista não deixou por menos, trazendo cadência e técnica afinada desde a canção mais leve à mais pesada.

Por fim, é interessante mencionar 3 grandes destaques do álbum.

“Mr. Ed”, que abre o disco com um baixo digno de nota, traz um explosivo refrão que mostra o talento de Wolfie no vocal, sem contar o solo de guitarra que se encaixa bem no clima da faixa.

“Don’t Back Down”, com seus riffs cheios de groove, é, sem dúvida, a melhor faixa do trabalho. Eletrizante, ela sintetiza toda a energia de Wolfgang Van Halen em uma canção que equilibra peso e melodia numa técnica apurada. Se você ainda não ouviu Mammoth WVH, esta é a faixa perfeita para o ponto de partida, pois ela resume toda a proposta do disco.

E eu não poderia deixar de mencionar “Distance”, momento mais íntimo do álbum, no qual o artista despeja suas emoções em uma bela homenagem ao pai. O curioso é que a música foi escrita enquanto Eddie estava vivo, e hoje a letra ganha ainda mais significado quando Wolfgag canta no refrão: “No matter what the distance is/ I will be with you” (Não importa a distância/ Eu estarei com você). A faixa é marcante e encerra o disco em grande estilo.

“Mammoth WVH” representa um bom e sólido início na carreira “one-man-band” de Wolfgang Van Halen, que optou por buscar sua própria identidade e, ao mesmo tempo, reverenciar o legado musical de seu pai. O resultado surpreendeu pela qualidade das canções e cria fortes expectativas para os próximos passos de Wolfie, que sabe muito bem a responsabilidade de carregar seu sobrenome, um mamute nas costas.

 

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