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MANILLA ROAD & OMEN

São Paulo, 04 de julho, Copa Do Mundo da FIFA 2014, jogo da seleção brasileira. Para muitos, estes ingredientes tornavam o dia não muito favorável para show de Rock. Errado, neste mesmo dia duas grandes bandas  do Heavy Metal dos Estados Unidos pisavam em São Paulo: o Omen, pela segunda vez, e o Manilla Road que, em 37 anos de carreira, se apresentou pela primeira vez na América do Sul. Após o fim do jogo, às 19h, já era possível notar alguns fãs chegando. Timidamente, é verdade, mas estavam chegando. Minutos depois, as portas do Hangar 110 se abriram e o público pôde entrar no local.

Com um pequeno atraso, às 19h30, os paulistas do Mythological Cold Towers, iniciaram sua apresentação para uma ainda tímida plateia. A banda de Doom/Death Metal, com temática nas civilizações pré-colombianas e formada há vinte anos, iniciou o show com “In The Forgotten Melancholic Waves Of Eternal Sea”, “Lost Path to Ma-Noa” e “Beyond The Frontispiece”, fazendo com que público pudesse conhecer e admirar o trabalho da banda. O set foi crescendo e a sequência com duas do mais recente álbum, “Immemorial” (2011) – a faixa título e “Akakor” –, além de “Contemplating The Brandish Of The Torches”, de “Remoti Meridiani Hymni (2000)”, contou com maior interação entre a banda e o público. A ótima apresentação foi encerrada às 20h10 e as cortinas se fecharam para a montagem do palco para a próxima banda.

Àquela altura, já com a casa cheia mas com espaços deixando o público confortável, os mais fanáticos se aproximaram do palco e às 20h10 o show do Manilla Road teve início. Apontada com uma das pioneiras da linha épica do Metal, a banda agora só conta com o guitarrista Mark Shelton da formação original, que data de 1977 – o grupo hoje é completado pelo vocalista Bryan Patrick, o baixista Josh Castillo e o baterista Andreas Neuderth. O show se iniciou com duas faixas do álbum “Mystification” (1987) – “Masque of the Red Death” e “Death by The Hammer” –, ambas ovacionadas pelos fãs. A seguinte foi “Hammer of the Witches”, faixa de destaque do álbum “The Deluge” (1986). Após a sequência inicial, os fãs que nunca imaginaram que poderiam ver o ídolo  Mark Shelton estavam frente a frente curtindo o trabalho da lenda viva mostrando seu excesso de técnica na guitarra.

O fato de alguns membros serem novos não prejudicou a execução fiel de clássicos como “Witches Brew”, “Open the Gates” e “Mystification”. Além disso, o competente vocalista Bryan Patrick mostrou um carisma enorme no palco e interagiu com os fãs. Andreas Neudi Neuderth, monstruoso na bateria, toca muito e é bem acompanhado pelo baixista Josua Castillo, que também mostrou boa técnica e presença de palco. O melhor do show ficou para o final, notadamente na execução de “Cristal Logic” que, logo no primeiro riff, já foi saudada pelo público – alguns mais audaciosos até tentaram fazer uma ‘pirâmide humana’. Em seguida a banda mandou “Necropolis” e encerrou sua apresentação às 21h20 com “Heavy Metal to the World”.

Instantes depois chegava a hora do Omen entrar em cena após cinco anos de sua primeira vinda à São Paulo. Ao contrário do que ocorrera em 2009, Kenny Powell veio acompanhado do baterista Steve Witting, que também pertence à formação original do grupo, completado por Andy Haas (baixo) e Kevin Goocher (vocal). Antes mesmo das cortinas se abrirem, os músicos já executavam “Death Rider”, sucesso do primeiro álbum, “Battle Cry”. A sequência do set veio com “Dragon’s Breath”, mais uma do debut lançado há trinta anos e um dos sucessos de “Warning of Danger” (1985), “Rudy (of The Serpent)”.

Àquela altura os fãs puderam presenciar o excelente trabalho que Kevin Goocher realiza na banda ao cantar clássicos gravados pelo saudoso J.D. Kimball, falecido em 2003. Além disso, ele mostrou uma presença de palco surpreendente e um enorme carisma com o público. Kenny Powell se mostrava super empolgado com o show e após essa sequência inicial, tirou sua camiseta e jogou-a para o público – Kevin, por sua vez, iniciou o show com uma ombreira que lembrava muito as armaduras medievais.

Os fãs seguiam vibrando a cada clássico executado, como “Last Rites”, “Be My Wench”, “Dont’t fear the Night”, “In The Arena”, todos embalados pelos tradicionais ‘mosh pits’ e ‘air guitar’, que tomavam conta da casa. O ápice, entretanto, veio com a faixa título do primeiro álbum, “Battle Cry”, que teve grande parte dos fãs cantando-a em uníssono. “Teeth of The Hydra” encerrou a primeira parte do show. Após um pequeno intervalo, a banda voltou para o bis para encerar sua apresentação com “Die by The Blade”. Um show que certamente ficará gravado na memória de seus fãs pela técnica, profissionalismo e carisma que os músicos apresentaram no Hangar 110 e que foi encerrado por volta das 21h40, com direito até a ‘stage diving’ do guitarrista Kenny Powell. E ele merecia mesmo terminar nos braços do público.

Set list Manilla Road:   
Masque of the Red Death
Death by the Hammer
Hammer of the Witches
Witches Brew
Mystification
Divine Victim
Open the Gates
Only the Brave
Road of Kings
The Ninth Wave
Crystal Logic
The Ram
Necropolis
Heavy Metal to the World

Set list Omen:
Death Rider
Dragon’s Breath
Ruby Eyes (of the Serpent)
The Axeman
1000 Years Reign
Last Rites
Warning of Danger
Be My Wench
Don’t Fear the Night
In the Arena
Termination
Battle Cry
Teeth of the Hydra
Die by the Blade

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