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MARTY FRIEDMAN analisa os contrastes entre fãs de heavy metal no Japão e na América

Na última segunda-feira (25), o ex-guitarrista do Megadeth, Marty Friedman, participou de uma sessão no prestigiado Foreign Correspondents’ Club of Japan, em Tóquio, para discutir sua música, sua vida e a jornada cultural extraordinária que o levou dos Estados Unidos ao Japão, onde reside há 21 anos. Durante o evento, Friedman explorou questões sobre o impacto social do heavy metal e as diferenças culturais entre os dois países.

Rock como refúgio para os rejeitados

Friedman abordou o estereótipo de que o heavy metal atrai pessoas que se sentem excluídas da sociedade. Segundo ele, na cultura americana, o rock pesado e o metal sempre foram associados aos “desajustados”. Ele explicou:

“Quando eu cresci, as pessoas que ouviam hard rock e música alta não eram os populares — não eram os jogadores do time de futebol ou os melhores da classe. Eram os caras que cabulavam aula, fumavam cigarro e talvez faziam outras coisas. Eram os excluídos.”

No entanto, ele destacou que no Japão a realidade é completamente diferente:

“As pessoas que tocam rock no Japão muitas vezes eram populares na escola, tinham boas notas, eram educadas e respeitosas. É um contraste fascinante.”

A conexão cultural do Japão com o som distorcido

Friedman acredita que a relação especial dos japoneses com o rock e o heavy metal vem de uma herança cultural ligada aos instrumentos tradicionais:

“A música tradicional japonesa, como o som do shamisen tocado de forma agressiva, lembra guitarras distorcidas. É algo familiar para os japoneses há gerações. Aqui, o som distorcido não é visto como rebelde, mas como algo natural e integrado à cultura.”

Ele comparou isso à recepção inicial da guitarra distorcida nos EUA:

“Nos Estados Unidos, guitarras distorcidas eram vistas como algo revolucionário. Era uma forma de irritar as pessoas. No Japão, não creio que tenha irritado ninguém.”

Foto: screenshot (YouTube)

De ícone do Metal a embaixador cultural

A trajetória de Marty Friedman o levou do metal de bandas americanas como Cacophony e Megadeth para o universo pop no Japão, onde ele se tornou uma figura cultural icônica. Vivendo no país desde 2003, ele ampliou sua influência ao trabalhar na TV, no cinema e como autor. 

Reflexões e impacto

A análise de Friedman destaca não apenas as diferenças culturais entre os dois países, mas também como o rock pode assumir significados distintos dependendo do contexto. Enquanto nos EUA o metal muitas vezes foi um refúgio para os marginalizados, no Japão ele é abraçado como parte de uma rica tradição musical.

Com uma carreira que transcende fronteiras musicais e culturais, Marty Friedman continua a inspirar fãs e a construir pontes entre as culturas ocidental e oriental.

Marty Friedman e suas manifestações artísticas em 2024

Aos 62 anos, Marty Friedman tem tido um ano bastante produtivo em 2024. Em maio, o guitarrista lançou seu novo álbum, Drama, 14° de estúdio. Drama apresenta muitos traços de new age, remetendo aos seus antigos álbuns Scenes (1992) e Introduction (1994). No dia 3 de dezembro, ele lançará sua biografia, Dreaming Japanese, que narra sua jornada única, desde o sucesso global até começar do zero em uma cultura completamente diferente.

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