Depois que o guitarrista Chris Broderick e o baterista Shawn Drover deixaram o Megadeth em 2014, o líder da banda, Dave Mustaine, se dedicou à realizar a vontade da maioria dos fãs do Megadeth: trazer de volta o guitarrista Marty Friedman e o baterista Nick Menza, numa tentativa de reunir a chamada formação clássica do grupo – completada pelo baixista David Ellefson. No entanto, o plano de Mustaine não deu certo e, em suma, o grande problema para as negativas de Menza e Friedman se baseia em discordâncias financeiras.
Friedman, que deixou o Megadeth em 1999, em meio a turnê do controverso álbum Risk, veio à público agora e confirmou que a questão financeira realmente foi crucial para sua decisão de não aceitar retornar ao Megadeth.
“Meu principal objetivo era estar feliz para fazer isso, mas não vou aceitar menos dinheiro do que já estou ganhando”, afirmou Friedman no novo livro de Mustaine, Rust in Peace: The Inside Story of the Megadeth Masterpiece.
“Já estava no Japão há mais de dez anos, cultivando uma carreira com sólidas recompensas. Estava ganhando dinheiro não só para mim, mas também para minha administração e equipe. Meu manager está comigo há 15 anos”, explicou o guitarrista.
“Tudo estava certo e sólido profissionalmente, e quando de repente a oferta de me juntar ao Megadeth surgiu – desde que eu não ganhasse menos -, eu estava pronto pra aceitar. Mas certamente não iria entrar em uma banda que, francamente, naquele ponto, não parecia ter muito a oferecer musicalmente. Alguns membros da banda haviam saído recentemente e, musicalmente, eu não tinha ouvido nada do que eles fizeram nos últimos tempos. Eu não sabia o quão relevante eles continuavam a ser no mundo da música. Não era como se o Megadeth estivesse na ponta da língua das pessoas – pelo menos não no Japão. Eu tinha chegado ao ponto em que as pessoas pararam imediatamente de me conectar ao Megadeth e começaram a falar sobre as coisas que eu tinha feito no Japão”.
Friedman também alega que recusou a oferta, em parte devido ao fato de que, na época, o Megadeth era visto como se fosse a banda solo de Mustaine, com um alto índice de rotatividade entre membros.
“Se tivesse sido mais uma situação de banda e não tanto um cara, a festa do cara principal, Dave Mustaine, eu poderia ter considerado aceitar por um pouco menos”, afirmou. “Mas, no final do dia, o Megadeth é tão Mustaine porque foi assim que ele planejou. Eu não senti esse tipo de camaradagem, o diamante de quatro homens, (como) os Beatles, Kiss, Metallica”, alfinetou.
“Senti que iria sair em turnê e seria o grande sucesso de Mustaine. Se vou fazer isso, certamente não vou perder dinheiro. Estava indo muito bem no meu próprio negócio no Japão”.
Em 2010, Mustaine concedeu entrevista à Guitar World e falou sobre como foi trabalhar com Friedman em estúdio durante as gravações de Rust in Peace.
“Fizemos o que fizemos. E funcionou por causa das diferenças na dinâmica do nosso modo de tocar. Você tinha ‘o fogo e o gelo’, como as pessoas costumam dizer sobre nós. Amor e ódio, sabe? Achei muito legal ter um guitarrista tão diferente de mim, mas que também vinha de um lugar parecido. Porque o cara que estava lá antes do Marty (Jeff Young), era grande fã de Tony MacAlpine, e eu não. E o cara antes dele (Chris Poland) era grande fã da Mahavishnu Orchestra, de quem eu gostava, mas, mesmo assim… Tínhamos vários tipos diferentes de guitarristas no Megadeth. Quando o Marty entrou, foi como, ‘É disso que gostamos. É isso o que precisamos’”.
Na última semana, Dave Mustaine concedeu entrevista ao canal Loudwire para falar de seu novo livro, e também deu sua versão sobre Marty Friedman não ter retornado ao Megadeth.
“Marty tem uma carreira de muito sucesso no Japão, onde ganha muito dinheiro. E esta é a parte em que achei um pouco estranho, em que ele disse que precisava pagar toda a sua equipe enquanto ele está fora, ao invés de apenas ele mesmo. Porque pensei que pagaríamos o que ele está ganhando, então isso é trocar de cavalo no meio do rio – não é grande coisa, a menos que você caia. Assim, quando descobrimos isso, ele queria vender o seu produto, seu isso, seu aquilo, seu isso, seu aquilo… Ele queria essa quantia absurda de dinheiro e voar de primeira classe para todos os lugares. Eu disse aos nossos agentes: ‘Não posso lidar com isso’”. Leia mais aqui.
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