Max Cavalera (SOULFLY, CAVALERA CONSPIRACY e ex-SEPULTURA) foi entrevistado no episódio mais recente do “Rock Talk With Mitch Lafon“.
Perguntado sobre como foi sair do SEPULTURA em 1996 após o lançamento do que acabou por ser um dos álbuns mais bem sucedidos da banda, “Roots“, Max disse: “Os primeiros três meses foram uma depressão total. Eu não queria tocar, estava muito desapontado com a coisa toda. É como se você trabalhasse toda a sua vida para chegar no seu objetivo, e depois você sabe, eu não tinha mais a banda. Eu me senti desolado, totalmente sem esperança. Mas acho que por pouco tempo, as pessoas me ajudaram a virar o jogo. Eu tive encorajamento de pessoas como o Ozzy [Osbourne] – nós tivemos um jantar na casa dele, e ele foi muito legal em dizer: ‘Você tem que ficar de pé de novo.’ E a Gloria [esposa e gerente de Max] também foi [de importância] enorme, realmente me ajudando… praticamente me fazendo voltar e escrever mais. E então eu escrevi uma demo que tinha duas músicas – Eye For An Eye e No – elas deixaram o Monte Conner da Roadrunner completamente maluco. Nós tocamos para ele em uma versão em cassete, e ele adorou. E, a partir desse momento, nunca mais olhamos para trás. Foi como, ‘É isso. Nós estamos criando algo novo.”
Aproveitando o gancho, Max também falou sobre a criação do álbum de estreia autointitulado de SOULFLY, até hoje o único álbum da banda a ser certificado com disco de ouro nos Estados Unidos. Ele disse: “Eu acho que o álbum mexeu com os metalheads em todo o mundo. Praticamente todos com quem falo dizem que gostam desse disco, é incrível. E eu estava em uma posição estranha, na real – meio sem esperança, num tipo de desolação que eu não me importava mais, não dava a mínima. Era, como, ‘este sou eu. Aceite-me ou me deixe de lado. Não me importo’. E, para minha surpresa, todos adoraram o álbum. E até hoje é um dos discos do SOULFLY favoritos das pessoas. É realmente difícil fazer outro [como esse]. Não acho que possivelmente eu possa fazer qualquer registro assim novamente. Aquela situação – nunca mais vou passar por isso de novo. Graças a Deus, porque não foi divertido, foi em puro sofrimento que o álbum foi escrito. Mas acho que a boa arte vem do sofrimento, então essa é a única razão pela qual eu posso explicar o álbum ter sido bom – porque foi um trabalho de sofrimento”.
Max Cavalera está prestes a embarcar na perna canadense da turnê Point Blank With Soulfly, em que o SOULFLY está tocando o álbum Point Blank (1994) do NAILBOMB na íntegra.
O SOULFLY está dando os últimos retoques em seu novo álbum, que será lançado via Nuclear Blast. O sucessor de Archangel (2015) está sendo gravado com o produtor Josh Wilbur, que anteriormente trabalhou com LAMB OF GOD, GOJIRA e ALL THAT REMAINS, entre outros.