A noite de sábado 26 de novembro foi, no mínimo, surpreendente para os fãs do guitarrista, vocalista e compositor Mark Jansen (Epica, ex-After Forever). Apesar do cancelamento dos shows em Curitiba e Rio de Janeiro por falta de público, os fãs de São Paulo compareceram animados e ansiosos para a apresentação no Carioca Club. O assunto mais comentado da noite era a participação da ex-vocalista do After Forever e atual ReVamp, Floor Jansen, recentemente diagnosticada com Síndrome de Burn Out (esgotamento físico e psicológico devido ao trabalho excessivo). Meses antes, por conta da doença, ela cancelou a turnê que incluiria o Brasil, deixando os fãs preocupados com sua saúde e a volta aos palcos. O que muitos não esperavam, e que foi uma surpresa agradável, foi a confirmação da presença da cantora nos shows, deixando os brasileiros ainda mais ansiosos.
O evento previsto para começar às 20h teve início às 18h30 com a banda de abertura Melline, que tocou diante de um público reduzido. Já o MaYan, subiu ao palco às 19h15, o que causou certo desconforto para os que se programaram para o horário divulgado. Assim, muitos chegaram quando o set já havia começado. Segundo a organização, a mudança de horário foi um pedido da própria banda, que acrescentou músicas ao set list, como alguns clássicos do Iron Maiden e canções líricas.
O MaYan subiu ao palco mostrando toda empolgação e entusiasmo com a agressiva Symphony Of Aggression que seguiu o show contando com o coro do público, do convidado Henning Basse (vocal, Sons Of Seasons) e dos vocais femininos de Simone Simons, Floor Jansen e da cantora lírica Laura Macri. Laura, aliás, ganhou o carinho dos fãs e se tornou o destaque da noite em seus dois solos impecáveis de Essenza Di Te e o clássico de Puccini O Mio Babbino Caro.
Enquanto Laura chamava a atenção nos solos e participando de outras músicas do MaYan, Simone limitava-se aos coros e a poucas interações com o público. Já Floor Jansen e Henning Basse, bem animados, participaram, interagiram e deram aos fãs, junto com Mark Jansen e banda, o que todos estavam ali para ver.
Com um time de músicos pra lá de experientes, composto por Mark Jansen (vocal Epica), Isaac Delahaye (guitarra Epica, ex-God Dethroned), Frank Schiphorst (guitarra Symmetry), Rob van der Loo (baixo ex-Delain, ex-Sun Caged), Jack Driessen (teclado ex-After Forever) e Ariën van Weesenbeek (bateria Epica, ex-God Dethroned), o MaYan certamente conquistou fãs que até então seguiam a banda apenas por conta do trabalho de Mark com o Epica. Ele provou também que, além de ter um propósito diferente de sua antiga banda, pode juntar maior diversidade de fãs e garante que seu sucesso não depende apenas de trabalhos passados, mas também daquilo que desenvolve com o MaYan – e sempre enfatizando que o Epica continua na ativa.
As músicas da banda, com uma sonoridade bem mais pesada que a do After Forever e Epica, teriam um toque único e próprio se não fossem os vocais mais que conhecidos nos coros e as pequenas participações de Simone e Floor. Mark, que declarou ser apaixonado pela cultura Celta, criou no álbum Quarterpast versões e histórias diferentes do álbum Consign To Oblivion, lançado em 2005 com a vocalista Simone Simons e que em nada lembra o trabalho desse seu novo projeto.
O show seguiu com as canções de seu álbum e, entre uma música e outra, eis que Henning Basse assume os vocais para brindar o público com um ‘Iron Maidley’ (expressão usada pela própria banda), um mix de The Number Of The Beast, The Trooper, Fear Of The Dark e Run To The Hills muito bem executadas para a felicidade dos bangers presentes. Basse recebeu os aplausos e gritos da platéia, e demonstrou sua satisfação com agradecimentos, elogios e vestindo uma camisa da seleção brasileira. Ele ainda disse estar emocionado por cantar para pessoas tão receptivas e animadas.
De volta ao palco, Mark retomou seu repertório com euforia e, entre agradecimentos e brincadeiras em português, cantou boa parte das músicas Bite The Bullet e Drow The Demon fora do palco, junto com os fãs, dando a impressão de que queria cantar para cada pessoa ali presente, o que deu trabalho em dobro aos seguranças.
O show durou cerca de duas horas e no bis vieram Sinner’s Last Retreat, música do MaYan e a participação de todos os vocais presentes nos coros, e Cry For The Moon, na voz da Simone Simons e com Coen Janssen nos teclados – era quase o Epica no palco fazendo uma boa apresentação, mas sem muito entusiasmo por parte da Simone. Encerrando o show, a famosa e talvez a mais cantada da noite, Follow In The Cry (After Forever) com Floor Jansen nos vocais levando o público à loucura com sua marcante presença de palco e excelente performance na companhia e presença de todos os integrantes do MaYan.
Minutos depois do fim do show, Mark, Henning e Floor voltaram para uma sessão de autógrafos e fotos com os fãs que, mesmo após as luzes se acenderem anunciando o final da apresentação, não saíram da pista aguardando seus ídolos aparecerem.
No domingo foi realizado um set acústico do Epica no Manifesto Bar, evento destinado apenas para o público pagante, sem convidados ou imprensa, e ainda teve um meet & greet com a banda para apenas quarenta pessoas, com ingressos sorteados na noite.
Formação – show do Brasil:
Mark Jansen (vocal, Epica)
Isaac Delahaye (guitarra, Epica, ex-God Dethroned)
Frank Schiphorst (guitarra, Symmetry)
Rob van der Loo (baixo, ex-Delain, ex-Sun Caged)
Jack Driessen (teclado, ex-After Forever)
Ariën van Weesenbeek (bateria, Epica, ex-God Dethroned)
Coro e participações:
Floor Jansen (vocal, ReVamp, ex-After Forever)
Simone Simons (vocal, Epica)
Henning Basse (vocal, Sons Of Seasons)
Laura Macri (Soprano lírico – Istituto V.Bellini di Caltanissetta)
Set list:
Symphony Of Aggression
Mainstay Of Society
The Savage Massacre
Quartepast
Curse Of Life
Essenza Di Te
Incentive
Celibate Aphrodite
‘Iron Maidley’ (medley Iron Maiden)
Bite The Bullet
Drow The Demon
O Mio Babbino Caro
War on Terror
Sinner’s Last Retreat
Cry For The Moon
Follow In The Cry