Um nome abrangente para uma data festiva em Foz do Iguaçu (PR), cidade turística que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina. A diversidade do festival MegaRock, realizado entre os dias 13 e 15 de julho no Centro de Tradições Gaúchas Charrua, na BR 277, contemplou não somente a celebração do ‘Dia Mundial do Rock’, mas contou com exposições de carros antigos e um grande encontro de motoclubes da região – o ‘Dia do Motociclista’ também ocorre em julho, mas no dia 27. No lado musical, as atrações também foram variadas dentro do rock. Contanto com 17 bandas nos três dias do evento, o cast mesclou as locais, selecionadas por uma curadoria, com os headliners Korzus, Cólera, Project46, Replicantes e Dominus Praelii. A ROADIE CREW e o canal Heavy Metal Online estiveram presentes a convite da Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, da Fundação Cultural e da assessoria de imprensa da usina hidrelétrica Itaipu Binacional. O evento também teve cobertura de vários outros veículos de imprensa, inclusive de grande massa e até de outros países, como a presença do colombiano Jean Paul Molina, do portal Headbangers Latinoamerica.
Estrutura
Como o CTG Charrua se transformou em um centro de eventos, abrigando até o Carnaval da cidade, o MegaRock tinha uma extensa área à sua disposição. Assim, o evento, gratuito e aberto a todas as faixas etárias, tinha área para estacionamento, camping e playground, além de exposições, stands com merchandising das bandas, vendas de discos de vinil, camisetas e canecas da Go Rock Store, quadros da Art Trucks Moldura, artesanato e flash day tattoo.
A área ‘foodpark’ contou com foodtrucks com diversas opções de alimentação – de costelas e churrasco, hambúrgueres especiais (o de costela era absurdo de bom!) e cachorro-quente a massas, crepes, churros e pipoca. Claro, havia muitas opções de chopes Dalla, Guns N’ Beer, Providência e Bastards e cervejas artesanais, além das tradicionais, especialmente dentro do galpão do Centro de Tradições Gaúchas. Por sinal, vale a visita dentro do galpão, que conta com toda a tradição gaúcha, canchas de bocha e mesas de carteado.
Turismo
Como o evento se iniciava de noite, as manhãs e tardes estavam livres para conhecer os pontos turísticos da cidade. Na quinta-feira (12) anterior ao início do festival, Clinger Carlos Teixeira (Heavy Metal Online) e eu fomos jantar na companhia de Flávio Miranda, Gerente da Divisão de Imprensa da Itaipu Binacional; de Márcio Duarte, baterista da banda Tumulto, proprietário da loja Go Rock Store e batalhador da cena iguaçuense; e sua esposa Stefania Bueno, na tradicional Noite Italiana Bella Italia. O jantar temático do restaurante italiano Bella Tavola Ristorante, anexo ao Hotel Bella Italia, é tradicional em Foz do Iguaçu. Lá, você terá a sua disposição mais de trinta tipos de queijos, frios, pães, rodízio de massas, carnes, pratos quentes e sobremesas. Tudo isso com música ao vivo e danças, em um ambiente decorado ao extremo para que se sinta na Itália.
Na manhã seguinte, sempre com o atendimento prestativo da Loumar Turismo, tivemos a chance de visitar a beleza e exuberância das Cataratas do Iguaçu, localizada entre o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina. O parque, considerado Patrimônio Natural da Humanidade e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), traz 275 cachoeiras ao longo de 2,7 km do rio Iguaçu, como a Garganta do Diabo, além de outras opções de passeios pelo lado brasileiro, como a tradicional Trilha das Cataratas, a ecoaventura na Trilha do Poço Preto e o Macuco Safari, com um passeio de barco e o passeio ecológico Trilha das Bananeiras, além do Parque das Aves. Vale lembrar que durante os passeios você verá vários quatis, que vivem soltos.
Pelo lado argentino, é indicado conhecer o Parque nacional do Iguazú, um passeio diferente e complementar, com uma vista diferente da Garganta do Diabo. Para cruzar a fronteira, tenha em mãos Cédula de Identidade, Carteira de Motorista ou Passaporte. Já no caminho para o Parque vale, principalmente para levar crianças, uma visita ao Museu De Cera Dreamland.
Outro passeio que fizemos, no sábado (14), foi na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Este foi ainda mais especial, pois Flávio Soares, vocalista e baixista da banda gaúcha Leviaethan, e sua esposa Bia Maia, além de Cyntia Braga, da Cliptime, nos acompanharam. Salta aos olhos o gigantismo da Usina e de suas instalações. Na chegada, você entra em uma sala de cinema, onde passa um filme institucional contando toda a história da construção e do acordo firmado entre o Brasil e Paraguai, ocorrido em 1973, para assumir a missão de mudar o curso do Rio Paraná para produzir energias. Agora, a Itaipu Binacional detém o título de maior usina de hidrelétrica do mundo em geração de energia limpa e renovável. Dentro das dependências da Usina, no ‘Circuito Especial’, estivemos acompanhados por guias e vimos os condutos forçados, a sala de Supervisão e Controle Central, as galerias internas e o eixo da turbina. Na área externa, onde fomos por ônibus turísticos, vimos do vertedouro ao topo da barragem. Ao final do passeio, ainda no Complexo Turístico Itaipu, pudemos almoçar no restaurante do Porto Kattamaram, com uma vista deslumbrante do Rio Paraná.
Foz do Iguaçu e região também contam com diversas outras atrações, opções de passeio nas três fronteiras, as compras em Ciudad del Este no Paraguai (no Shopping China e no Monalisa) e a chegada até a Puerto Iguazu, na Argentina. Além disso, a cidade conta com bares de rock, como Guns N’ Beer Pub, Casa Urbana e Zeppelin Old Bar, a loja Go Rock Store, diversos outros pubs e bares, além de casas noturnas e muitos restaurantes.
Sexta (13/07)
Com toda a estrutura montada e pronta para receber as atrações, o MegaRock teve início no ‘Dia Mundial do Rock’. Antes, porém, os motoclubes fizeram a festa com exibições ousadas na área externa. “Foi uma experiência única. Foz do Iguaçu representando o rock’n’roll no ‘Dia Mundial do Rock'”, comemorou o guitarrista Rogério Pessutti, da banda local Mil Réis, que abriu a noite mostrando um rock direto, com influências de AC/DC em alguns momentos, e muito humor em suas músicas autorais.
O Bronca entrou na sequência com um som mais pesado e encorpado, tendo o hardcore e o Sepultura na fase pós-‘Chaos A.D.’ como referências. A postura de palco energética e a alternância de vocais (com letras em português e espanhol) mostraram que o quarteto tende a evoluir e ter um belo futuro pela frente. “O MegaRock é um festival que muita gente estava tentando conseguir há anos. É muito legal ver essa galera toda para valorizar essa energia, porque tem que valorizar para ter todo ano”, disse a guitarrista Tatiane Cristina ao canal oficial do MegaRock.
Já o veterano Morthal, criado em 1987 e que estreou em 1992 em um split com o Tumulto, apresentou um som que mescla death metal, thrash e doom. Passeando pelo palco lentamente e agitando, o vocalista Nilton Bobato tem, nos momentos mais agressivos, um timbre similar ao de John Tardy, do Obituary. Alguns dos destaques foram “The Way”, “Stolen Lives”, “Palestinian Lament” e “No Payment”, esta última que rendeu um clipe gravado na Usina Hidrelétrica da Itaipu Binacional e foi produzido por um dos guitarristas da banda, Zepa Costa – a formação é completada por Josemar Rigotti (guitarra), Júnior Rigotti (baixo) e Joka (bateria). Além destas, o público vibrou com os covers para “Midnight Queen” (Sarcófago) e “South of Heaven” (Slayer), este último tendo Marcello Pompeu (Korzus) como convidado. “O MegaRock é a realização de um sonho, da necessidade de se criar um festival como esse para Foz do Iguaçu, do tamanho que a cidade precisa e merece. A ideia é fazer com ele cresça e atraia mais público”, disse Bobato, que também é vice-prefeito de Foz do Iguaçu e professor, em entrevista a Clinger Carlos Teixeira (Heavy Metal Online).
Celebrando os 35 anos de estrada, o Korzus veio de São Paulo para ser o headliner da noite. Ainda que o ginásio do CTG Charrua tenha problemas de eco para uma boa equalização de som, o experiente Zé “Heavy” Luiz (SP Metal, Sepultura, Platina, Cólera, Harppia) esteve no comando da mesa de som e fez o possível para deixar o thrash metal do grupo à altura de sua tradição. Sim, porque o Korzus sempre foi uma das melhores bandas ao vivo do metal brasileiro. Marcello Pompeu (vocal), Heros Trench e Antonio Araújo (guitarras), Dick Siebert (baixo) e Rodrigo Oliveira (bateria) abriram o set com “Guilty Silence”, seguida por “Raise your Soul”.
O repertório, variado e bem recebido pelo público, trouxe músicas recentes, como “Vampiro”, “Legion”, “Discipline of Hate” e “Truth”, e alguns clássicos do passado, como “Agony”, “Internally”, “Correria” e “Guerreiros do Metal”. “Estávamos ansiosos para subir aos palcos depois de um ano sem shows por causa dos problemas de saúde que o Pompeu enfrentou”, declarou o guitarrista Antonio Araújo. “Apesar de pequenos problemas técnicos que tivemos, tocamos com muita vontade. O show foi ótimo e ficamos contentes com o resultado. Tocar no MegaRock foi uma boa experiência para abrir bem este retorno aos palcos na turnê comemorativa dos 35 anos”, acrescentou.
Sábado (14)
Privilegiando o punk rock, que teria Replicantes e Cólera como atrações principais, o sábado de MegaRock teve início mais cedo, com os portões abrindo às 18h. As atrações caseiras Duo Versão Contrária, Experience, Reação Química, Mal Pagos e Mad Old Rockers aqueceram os presentes tocando, em sua maioria, punk e rock clássico.
Algumas, como a Mad Old Rockers, mesclando covers de bandas de metal, como Accept, Slayer, Saxon e Judas Priest, a músicas próprias, como a hard rock “Sex Drive”. O grupo iguaçuense, formado por Felipe Pierre Conter (vocal), Marcos Fassina Caetano e Luis Toffolo (guitarras), Manoel H. (baixo) e Bruno Farina (bateria), encerrou o show com um cover do Dead Kennedys. Segundo o vocalista Conter, um dos destaques individuais, “para combinar com as bandas que viriam depois”. Impressionado e empolgado com o MegaRock, Marcos Fassina Caetano declarou: “Cara, o que é esse tal rock’n’roll? Dizem que ele já morreu ou que perdeu sua importância, mas o que aconteceu em Foz do Iguaçu, foi incrível. A organização e o suporte dado às banda, a participação da galera, realmente colaborou para que todos dessem o melhor”, analisou o guitarrista, que é primo do baixista Val (Cólera). “Esse festival gerou nas bandas, como a nossa, o desejo de produzir mais, e dar um sentido profissional nas atitudes de palco e atividades de produção de shows. Meu orgulho e respeito a todos envolvidos no MegaRock”, completou o também professor de história, que deu aula para o guitarrista Toffolo e para o vocalista Conter quando lecionava no Colégio Educação Dinâmica.
Além do Korzus na noite anterior, os gaúchos dos Replicantes também têm motivos para comemorar seus 35 anos de fundação. Mais ainda, porque não se apresentava em Foz do Iguaçu há 23 anos. Júlia Barth (vocal), Cláudio Heinz (guitarra), Heron Heinz (baixo) e Cleber Andrade (bateria) atualmente promovem o novo álbum, “Libertà”, lançado este ano e o primeiro de inéditas desde “Os Replicantes 2010” (2010), que marcou a estreia de Barth, substituta de Wander Wildner, em estúdio. “O que surpreende é chegar num local onde não toca há 23 anos, sendo uma banda que não toca direto em rádio, e ver uma gurizada de 15, 16 anos na sua frente cantando as músicas da banda. Isso é muito gratificante”, declarou Cláudio Heinz em entrevista ao canal Heavy Metal Online.
Quem queria uma “festa punk” foi brindado com um set energético do começo ao fim, em um repertório que trouxe diversos clássicos dos primeiros discos – “O Futuro é Vortex” (1986) e “Histórias de Sexo & Violência” (1987). Entre eles, “Choque”, “Boy do Subterrâneo”, “Surfista Calhorda”, “Ele Quer Ser Punk”, “Motel da Esquina”, “Censor”, “Chernobil”, “Sandina”, “Nicotina” e, claro, “Festa Punk”. Das novas, destaques para “Síndrome de Pânico” e “Não me leve a mal”, além de “Punk de Boutique” e “Libertà!”, singles que anteciparam o lançamento do novo trabalho.
Contando com muitos fãs na cidade e tendo a homenagem ao saudoso Redson Pozzi no cartaz do festival, o Cólera trouxe ao MegaRock um dos melhores e mais contagiantes shows de todo o evento. Energético e com pegada, o veterano grupo de punk rock, formado no final dos anos 1970 e que atualmente conta com Wendel Barros (vocal), Fábio Belluci (guitarra), Val Pinheiro (baixo) e Pierre Pozzi (bateria), iniciou o set com as antigas “1.9.9.2.”, “Nabro 3” e “Violar Suas Leis”. “Eu toquei em casa, porque venho a Foz do Iguaçu a ‘trocentos’ anos. Saí da minha casa em São Paulo e vim tocar na minha outra aqui em Foz”, revelou Pierre ao canal Heavy Metal Online. “Quando viemos para cá, em 1991, algumas bandas estavam começando, como Tumulto e Morthal. A vinda do Cólera acabou incentivando outros caras a montarem bandas e iniciarem um processo para fazer com que o rock crescesse em Foz do Iguaçu”, completou.
O novo álbum de estúdio, “Acorde! Acorde! Acorde!” (2018), entrou em cena com “Somos Cromossomos” e “Festa no Rio”, seguidas por “E.N.Q (Espelho No Quintal)”, de “Deixe a Terra em Paz!” (2004). A veterana “Bloqueio Mental”, presente na histórica coletânea “SUB” (1983), que saiu pelo selo Estúdios Vermelhos – o primeiro de Redson –, e trouxe ainda Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado, agitou os presentes. Por sinal, agitação na pista não faltou. Todos seguiram vibrando com músicas recentes, como “Capacete Vermelho”, e clássicos do passado, como “X.O.T.”, “Quanto Vale a Liberdade?”, “Medo”, “Funcionários” e “Pela Paz”. Redson teria orgulho de ver o quarteto em ação nesta bela homenagem que deixou o público satisfeito.
Domingo (15)
O último dia de MegaRock começou bem mais tranquilo com o set acústico de André Lacerda para depois entrar o groove no pop rock pesado e alternativo do Corleone. Formado em 2006 e bem conhecido no cenário local, esta seria uma boa pedida para o cast do “Lollapalloza”. Do set, destaques para os singles “She Speaks Chinese” e “Hangin All’ Over”, além de “Riding the Storm” e “Hey! Hey!”, do EP “It Must Be The Wave”.
O panorama mudou de figura com a entrada da banda de thrash metal Arsenio, criada em 2014. No repertório mais agressivo apresentado por Gustavo Candido (vocal), Matheus Freitas (guitarra), Gabriel Galeski (baixo) e Carlos Bobato (bateria), destaques para a abertura com “Testament of a Slayer”, além de “Arsenio”, “Witness”, “Hellfest” e os covers para “Raining Blood” (Slayer) e “Piranha” (Exodus). “O evento foi uma coisa muito boa que surgiu na cidade. Nunca vimos um underground tão forte e empolgado quanto o desse fim de semana”, comemorou Carlos Bobato. “Esperamos que o MegaRock torne-se uma tradição, pois a ciência de que existe um evento dessa magnitude, e com uma qualidade fenomenal, pronto para receber músicos de qualidade seria um grande incentivo para o cenário musical da cidade”, acrescentou o baterista.
Também do Paraná, mas representando a cidade de Londrina, o Dominus Praelii chegou para honrar a tradição do heavy metal clássico. Ricardo Pigatto (vocal), Silvio Rocha e Danilo Cassante (guitarras), Renê Warrior (baixo) e Waldner Fernandez (bateria, ex-Subtera, Core) abriram o set com “Cold Winds”, presente no álbum de estreia, “Holding the Flag of War” (2002). Na sequência veio “Battle of Stanford Bridge”, faixa que abre o segundo disco, “Bastards and Killers” (2006). Uma pena o som não ter ficado tão nítido nos momentos em que Fernandez acionava os dois bumbos, porque a performance dos músicos no palco foi grandiosa. Com todos agitando e Bermúdez rasgando os vocais, além de segurar sua cerveja na mão, o show seguiu com “Hastens Mistake”, “Waves of War” e “Khans Warriors”. Depois foi a vez do cover para “Grinder” (Judas Priest) e o fechamento com “Raise Your Axe” e “Hard Deadly Wheels”. “Para nós foi um orgulho, pois temos um histórico muito forte com a cidade. Em 1994, fiz meu primeiro show fora de Londrina com o Predator, ao lado do Tumulto, em Foz do Iguaçu. Tocamos cinco vezes nesse tempo, mas fazia quase dez anos que não tocávamos na cidade”, contou o guitarrista Silvio Rocha.
O Tumulto, presente na cena desde 1991 e que conta com o baterista Márcio Duarte, um dos maiores batalhadores do cenário iguaçuense, em suas fileiras, veio mostrar o seu thrash metal com pitadas de heavy tradicional e hardcore. Coeso, bem entrosado na performance de palco e com um som agressivo, o trio, completado por Germano Duarte (vocal e guitarra) e Rafael Feldman (baixo) contou com grande apoio dos presentes, que não cansaram de gritar o nome da banda em diversos momentos do set, que teve início com “Kind of God” e “Open Mind”. A temática guerra esteve presente em “Holy War”, da demo de 2002; e das mais recentes “After The War” e “War For Power”.
O repertório ainda trouxe “Fight”, faixa-título do álbum de 2007, emendada a “Trator”, “Street Soldiers”, “Terra De Ladrão” e “Padreco Zé Ruela”. Já o cover de “Ace of Spades” contou com a participação de Paulão Roberto, antigo vocalista da banda na época do Split “Conflitos Sociais” (1992). Ao final, o grupo prestou outra homenagem emocionante a Redson Pozzi (Cólera). “O MegaRock foi simplesmente a realização de um sonho de todos que gostam de metal, punk e rock que moram na fronteira. Tivemos bandas que representam muito bem essa cena no Brasil e não é comum ter um evento com essa estrutura como esse na nossa região”, observou Márcio Duarte. “Estou muito feliz por tudo que aconteceu. Sempre tenho orgulho de Foz do Iguaçu quando fazemos shows de rock, porque temos muitas famílias e crianças. Isso já faz parte da nossa cidade. Realmente, não vejo a hora de começar os trabalhos para o MegaRock de 2019”, completou o baterista.
Para encerrar o primeiro MegaRock, o Project46 veio de São Paulo para promover o álbum “TR3S” (2017) e fez a festa dos fãs da nova geração, que demonstraram grande ansiedade para ver o metalcore e thrash do grupo. Com os fãs colados na grade, Caio MacBeserra (vocal), Jean Patton e Vinicius Castellari (guitarras), Baffo Neto (baixo) e Betto Cardoso (bateria) não demonstraram o menor sinal de cansaço por virem de shows seguidos em Curitiba e Maringá. Agitaram do início, com “Terra de Ninguém”, ao final, com “Acorda pra Vida”.
Quando surgiram problemas no som, MacBeserra se saiu bem ao estender o seu discurso e interação com os fãs, que seguiram vibrando, abrindo rodas e cantando os coros. O repertório ainda contou com novas faixas, como “Pânico”, “Corre”, “Rédeas” e “Pode Pá”, além das conhecidas dos álbuns anteriores – “Doa a Quem Doer” (2011) e “Que Seja Feita a Nossa Vontade” (2014) –, como “Impunidade”, “Capa de Jornal”, “Na Vala”, “Erro + 55”, “Empedrado”, “Violência Gratuita” e “Foda-se”.
Os músicos saíram ovacionados e mostraram o porquê o P46 vem sendo considerado um dos grandes nomes do cenário metal do Brasil – doa a quem doer! “Estamos muito felizes com a recepção do público ao nosso novo álbum. Algumas de nossas novas músicas tocaram fundo no coração dos fãs. Nossa tour está cumprindo seu papel até então e a banda consegue deixar uma boa impressão por onde passa”, analisou Baffo Neto. “O Megarock nos ofereceu a oportunidade de tocar em Foz do Iguaçu com a qualidade técnica que entregamos nas grandes capitais do Brasil. Com isso, todos nós, artistas e fãs, só temos a ganhar. Agradecemos muito a todos os indivíduos e entidades envolvidas e esperamos voltar na próxima edição se possível”, concluiu.
O primeiro Megarock, uma realização da Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu por meio da Fundação Cultural, Secretaria Municipal de Turismo e com apoio do PTI, Iguassu Convention & Visitors Bureau, Guarda Municipal de Foz do Iguaçu, Foztrans, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, além da parceria com a União dos Motociclistas de Foz do Iguaçu, Antigos Foz e Coletivo Underground, teve um saldo positivo e promete dar frutos. Prepare-se, porque a coisa vai evoluir e você terá a chance de fazer turismo e conferir grandes shows.