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MERCYFUL FATE sempre levou satanismo a sério, diz KING DIAMOND

Grande ícone do heavy metal, o MERCYFUL FATE abordou o satanismo em diversas letras de músicas. Ao contrário de vários contemporâneos, o grupo não estava se aproveitando de um pânico moral. O compromisso com o conjunto de crenças ideológicas e filosóficas era real.

Em entrevista a Daniel Dutra para a edição 279 da revista Roadie Crew (clique aqui para comprar), KING DIAMOND explorou a fundo sua relação com o tema. O vocalista é um admirador da obra de ANTON LAVEY e tentou incorporar as lições do movimento nas músicas.

Ele disse:

“Sempre levei tudo isso muito a sério e sei que existem tipos diferentes dentro da filosofia. Pessoas fazem usos diferentes dos conhecimentos e práticas satanistas, e eu não julgo ninguém por isso, apenas faço o meu, fico na minha e cuido da minha vida.”

O trabalho do MERCYFUL FATE eventualmente chegou à atenção de LAVEY. Segundo DIAMOND, isso levou a ele e o fundador da Igreja de Satã a se tornarem próximos.

“Sempre foi uma coisa séria para mim e para a banda, e essa é uma das razões pela qual ANTON LAVEY mandou bruxas para um dos nossos shows e me convidou para passar uma noite na Igreja de Satã, em 1989. A partir disso, nos tornamos grandes amigos, e ele sempre leu o que eu falava sobre o assunto, gostava do que eu dizia.”

KING DIAMOND e ANTON LAVEY

A relação se tornou próxima a ponto de KING DIAMOND poder discutir satanismo a fundo com ANTON LAVEY. O frontman revelou que um desses debates rendeu um momento emocionante entre os dois.

“Lembro-me de ter passado duas horas no Quarto de Rituais, onde ficávamos fechados para recarregar as energias, e perguntei a ele se poderia ser o primeiro a falar, porque eu não queria só ficar ali em pé concordando com o que era falado. ANTON concordou, eu falei por cerca de 20 minutos sobre o que eu sentia pelo satanismo, e ele pegou o símbolo de Baphomet que tinha na veste e colocou na minha mão, dizendo frases que não posso revelar. Eu jamais esquecerei daquela noite!”

Foto: Bel Santos / Roadie Crew

Civilidade independente de modo de vida

Quanto à filosofia do satanismo — o cantor faz questão de distinguir de religião, pois é uma oposição a esse conceito —, KING DIAMOND se mostra bem simples na visão de mundo. Apesar da imagem negativa associada ao movimento, eles são pacifistas.

“O que me diz respeito é como me tratam e como me relaciono com o outro, e qualquer coisa diferente disso não me interessa. Cada um pode fazer o que quiser, contanto que não machuque os outros, mas isso é uma regra de civilidade que independe de aparência ou de modo de vida.”

DIAMOND ainda aproveitou para filosofar um pouco. O vocalista falou sobre como sua carreira não é tão diferente da trajetória de qualquer outra pessoa que batalha dia a dia.

“Existem pessoas que odeiam o que fazem, pessoas que amam o que fazem, pessoas que lutam bravamente para defender o que querem e o que fazem, e eu mesmo tive a minha parcela de lutas. Paguei minhas dívidas de formas diferentes tanto como músico quanto em outras frentes, e literalmente não sei dizer quantas vezes eu morri. Eu deveria ter morrido pelo menos quatro vezes!”

O músico então descreveu uma dessas vezes. Segundo KING DIAMOND, sua pressão arterial chegou a níveis inimagináveis.

“Houve uma vez em que fui para o hospital porque minha pressão arterial estava marcando mais de 300, e isso é impossível, só que eu tenho o laudo! Até hoje, meu atual cardiologista não consegue acreditar, diz ‘isso não possível, porque suas veias explodiriam!’, e eu sei disso! Tentaram aferir a minha pressão no hospital usando três equipamentos diferentes, e nenhum funcionava. Então me deram uma dose de um medicamento que poderia me matar se fosse ministrado com a dose errada, porque eu era alérgico. Depois disso, conseguiram medir a pressão, que marcava 300, algo que só tinha sido visto uma mulher que pesava 136 quilos e tinha veias gigantes, que conseguiam suportar essa pressão. Em mim, no entanto, era impossível, mas aconteceu.”

“Tive alguns ultimatos”

DIAMOND também contou sobre outro episódio, sem dar tantos detalhes. Entretanto, o frontman revelou que dessa emergência existem fotos dele no hospital à beira da morte.

Ele contou:

“Houve outro momento em que uma coisa igualmente inacreditável aconteceu, e a LIVIA (ZITA, esposa de DIAMOND) tem as fotos. Nelas, estou sentado numa cadeira no hospital, olhando para ela e dando adeus, e toda vez que eu vejo essas imagens eu consigo ver o que estava sentindo naquele momento. Eu tive alguns ultimatos na vida, mas não sei quantos ainda sobraram (risos). Às vezes, acho que sou um gato (risos).”

A entrevista completa de KING DIAMOND (MERCYFUL FATE) pode ser lida na edição #279 da ROADIE CREW. Para adquirir a revista e recebê-la em casa, acesse nossa loja oficial ou entre em contato pelo fone (11) 96380-2917 (WhatsApp).

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