Seguindo com estilo a máxima Punk do “Faça Você Mesmo”, os músicos Dead Montana (Dreadnox), Luiz Syren (Syren) e Luis Carlos da (Statik Majik) tomaram a iniciativa de fazer pelo Metal e não apenas esperar pela cena. Com isso, o Rio de Janeiro teve o primeiro show de Heavy Metal de 2015.
O local escolhido como palco da festa foi o elegante Rio Rock & Blues, um confortável espaço situado no bairro símbolo da boêmia carioca, a Lapa/RJ. A casa há alguns anos recebeu durante um evento beneficente, ninguém menos que Jimmy Page que esteve no local para impulsionar o leilão de uma guitarra doada por ele em prol da “Casa Jimmy”, uma ONG apadrinhada por ele para crianças carentes do Rio de Janeiro, na ocasião Page tocou apenas uma nota na guitarra que acabou arrebatada por cerca de 5000 mil reais. Outra curiosidade do Rio Rock Blues é sua decoração, que faz da casa uma espécie de “Museu do Rock” com itens como: Fotos, palhetas, instrumentos musicais, canhotos de ingressos, capas de discos entre outros souvenirs e até uns curiosos discos de ouro de artistas que vão da TV Colosso à Bezerra da Silva, passando por Tim Maia, Xuxa… Bom, vamos ao show.
Lançando o disco “The Hero Inside”, os veteranos do Dreadnox abriram a noite com “Final Siege” distribuindo bastante técnica e segurança durante todo o set. Fizeram bonito diante de um bom e atento público, onde o destaque foi um grupo de meninas que abriam pequenas rodinhas e agitavam entre elas durante o show, especialmente na versão de “Blackened” (Metallica).
Outro destaque foi “Nomophobia”, uma crítica ao uso excessivo de aparelhos de celulares e certamente o momento mais teatral do set com o vocalista Fabio Shneider, supostamente filmando a reação da plateia durante a música. Finalizando o set a banda manda ver com “Refuse Resist” (Sepultura), deixando a plateia com no gás.
No pique e com o público nas mãos, o power-trio Statik Majik abriu seu set com “God in The Mirron” e não demorou muito para, entre uma música e outra, soltar alguma piadinha. Se esse senso de humor é, para alguns, sinônimo de um exibicionismo amador, para outros tal postura nada mais é que a essência do Rock and Roll fluindo entre músicos. Essa atitude é uma característica antiga na banda e nem por isso foi um empecilho para que deixasse de colher os bons frutos dos últimos anos – afinal, Rock and Roll é diversão e isso a Statik Majik tira de letra.
A supressa da noite foi a nova “Pain To Redemption”, os covers de “Man in the Box” e “War Pigs” também animaram a todos. Porém, com todos respeito ao Alice in Chains e ao Black Sabbath, mas esses sons foram apenas aperitivos, pois o que se destaca de fato é o som e a pegada autoral da Statik Majik.
Encerrando a noite e fazendo o pré-lançamento do álbum “Motordevil”, o Syren abriu seu show com “Rebellion” e “Eyes of Angel”, e deu sequencia a um set que teve como um dos pontos altos a jam com os músicos Rodrigo Rossi e o guitarrista do Kiko Dittert (Dreadnox), que cantaram “Ghost of Navigator” (Iron Maiden). Outro destaque foi “Die In Paradise”, que encerrou o set do Syren e que deu nome à cerveja da banda, já que durante a música um grupo de meninas fizeram performances ao melhor estilo Go-Go Girls.
Ao final, todos saíram felizes pelo excelente evento e que iniciativa dessas bandas sirvam de inspiração para produtores, bandas e público. Bons shows, estrutura profissional e presença de público são raras e que ações como o “Metal INC” continuem pelo Brasil. Aqui no Rio a produção já promete novos eventos ainda para esse semestre e estuda levar o evento para outras cidades. Assim seja!