Por Daniel Agapito
Lançado em maio nos EUA, “Death Metal” promete trazer alguns diferenciais para os filmes de terror/comédia “metalísticos”, que parecem ser um tanto comum hoje em dia. O filme traz a história de uma banda de death metal que, durante o processo de gravação de seu novo álbum, acaba compondo uma música tão maligna que todos que a ouvem acabam sendo amaldiçoados. “Death Metal” apresenta músicas de grandes nomes do death metal americano, como Cannibal Corpse, Embalmer e Incantation, que participa extensivamente do filme, tendo até um mini-show. O longa, que foi dirigido, editado e teve seu roteiro escrito pelo americano Michael Kuciak, recebeu diversas avaliações de críticos e foi até premiado em diversos festivais. Kuciak também foi parte do time de produção de diversos outros projetos, como o curta-metragem (também de terror) “The Devil’s Harp”, “Killer Party” e “From The Shadows”, que conta com Bruce Davison, um ator renomado. Pegue sua pipoca e sente-se em uma posição confortável, porque iremos mergulhar no mundo do “Death Metal” neste papo com Kuciak.
Qual foi a sua maior inspiração para o conceito do filme?
Michael Kuciak: A inspiração primária do filme é o “Evil Dead” original, juntamente com diversos filmes de terror italianos, mais especificamente os de Lucio Fulci. A “configuração” da história em si é majoritariamente baseada no “Paganini Horror”, com a Daria Nicolodi.
Qual seria o diferencial entre “Death Metal” e outros filmes de terror relacionados ao metal, como “Deathgasm” e “Death to Metal”?
Michael: O “filme de terror de metal” é praticamente comum o bastante para constituir seu próprio subgênero. Quase todos são filmes de terror com elementos cômicos. Nós procuramos fazer algo um pouco diferente com “Death Metal”. O filme se inicia com momentos mais leves, mas quando a maldição se firma direcionamos para um lado mais obscuro e basicamente permanecemos lá. Deste ponto em diante, é basicamente só terror extenuante, à la “Evil Dead”. Nós estamos trabalhando para assustar o público.
Qual você acha que vai ser a repercussão desta mistura de elementos de terror e musicais?
Michael: No quesito da repercussão da mistura de elementos do metal com elementos de terror… Tenho percebido que nem todo fã de filmes de terror é um amante de metal, mas eu pessoalmente nunca encontrei um fã de metal que não gostasse de filmes de terror. Especialmente fãs de death metal; pode se dizer que o death metal já é praticamente o “filme de terror” do metal.
Há algum easter egg, alguma referência interessante escondida no filme?
Michael: Em relação aos easter eggs, os personagens são músicos de metal, e em suas conversas eles fazem alusões a sites conhecidos do metal como Angry Metal Guy, Invisible Oranges, dentre outros. Há uma cena em que eles ficam implicando sobre qual vertente que seu som realmente se encaixa, que, a meu ver, é um argumento um tanto comum na esfera de discussão online… De um jeito bem-humorado. Em relação às referências a outros filmes de terror, não há nada muito direto, mas existem diversas influências espalhadas pelo filme. Por exemplo, o jeito em que os demônios cercam a Shadia já, mais para o final, é inspirado por Galáxia do Terror, de 81, já a maneira em que falam com ela tem traços do Cenobite, dentre muitas outras.
Como foi a experiência de trabalhar diretamente com o Incantation?
Michael: Os caras do Incantation foram incríveis! Acabou que Kyle Severn (baterista do Incantation) é fanático por filmes de terror. Na verdade, foi ele quem entrou em contato comigo; ele escutou que eu estava produzindo um filme chamado “Death Metal” praticamente em seu quintal de casa (Columbus, Ohio), e queria ver como que conseguia ajudar. Ele veio para o time como “associate producer” (produtor associado) e neste cargo, conseguiu arquitetar um show no Agora (casa de shows tradicional em Cleveland, Ohio) com o Incantation, e diversas das outras bandas presentes na trilha sonora tocando, que rapidamente acabou se tornando um mostruário para a poderosa cena de death metal de Ohio. A cena deles com o Chris Richards e com Nico Zanhniser é incrível e foi totalmente improvisada.
Quais os planos para o futuro? Pretende trabalhar com metal novamente?
Michael: Nós temos outro filme de terror que será lançado mês que vem. O filme se chama “From the Shadows” e conta com atuações do Keith David, Bruce Davison e da Selena Anduze. Ele sairá no dia 22 de setembro, e terá uma estreia teatral em cinco cidades, sem contar nosso lançamento oficial em Los Angeles. Eu escrevi os roteiros do filme e fui um dos produtores, mas acabei não dirigindo o filme; a honra é toda do Mike Sargent. Após o lançamento de “Shadows” eu quero dirigir mais videoclipes, enquanto nós desenvolvemos a próxima “fornada” de filmes de terror, incluindo o “Death Metal 2”, com certeza.
Atualmente, “Death Metal” está disponível para exibição 100% gratuita em https://tubitv.com/.