Após anos de espera, nem a chuva e o trânsito espantaram o público, que compareceu em peso na Audio Club para conferir, pela primeira vez no Brasil, um dos principais ícones do Metal Industrial mundial, o Ministry. Há anos tentavam trazer a banda para o país, mas, na última hora, algo sempre acontecia: ou Al Jourgensen era internado em alguma clínica de reabilitação, ou sofrera algum acidente, ou alguém da banda morria. Mas dessa vez, finalmente o desejo de muitos da geração dos anos 90 enfim seria realizado.
Aos poucos a casa foi enchendo, porém o show não teve o seu início no horário marcado conforme anunciado. Houve um atraso de 45 minutos, e o público chegou a mostrar-se impaciente, mas muitos, conhecendo o histórico do grupo, não estranharam o atraso. A banda entrou no palco mandando “Hail to His Majesty”, “Punch in the Face” e “Perma War”, ambas do mais recente álbum, “From Beer to Eternity” (2013). Nesse ponto, já impressionava a interação das músicas com as projeções feitas simultaneamente no telão que, por sinal, rolaram do início ao fim do show.
A atual formação da banda conta com nomes de peso, como o baixista Tony Campos (Soulfly, Static-X, Asesino, e outras), os guitarristas Sinhue Quirin (Revolting Cocks, Revamp) e Cesar Soto (ex-Pissing Razors), o tecladista John Bechdel (ex-Fear Factory, Prong e Killing Joke) e o baterista Aaron Rossi (ex-Prong e Shelter). Todos estavam bem empolgados e interagindo muito com o público, algo que foi constante do início ao fim do show.
Mas o frontman Al Jourgensen é a figura master, que representa tudo o que é o Ministry. Sobrevivente de anos de uso de drogas, e diversas internações em clinicas de recuperação, têm a energia de um garoto, durante todo o tempo de show, mesmo com algumas intervenções de samplers de suas vozes. Após a primeira interação de Al com o público, prosseguiram o show com musicas como “Lies, Lies, Lies”, “Life Is Good”, e a crítica ao ex-presidente norte-americano George W. Bush em “Rio Grande Blood”.
Mas os fãs esperavam pelos clássicos dos discos dos anos 90 e com “N.W.O.” a casa quase foi abaixo! Também mandaram “Just One Fix” e as músicas “So What” e “Thieves”, do álbum “The Mind Is a Terrible Thing to Taste” (1989). Aliás, quando tocaram “Thieves” abriu-se uma grande roda de mosh na pista. Ainda houve tempo para o bis com “Khyber Pass” e um encerramento diferenciado, com cada um dos membros deixando o palco durante a execução da música, restando apenas o baixista Tony Campos no final.
Com certeza, uma noite memorável, para quem esperou por cerca de 20 anos por ela. E na semana após o show, circulou-se um rumor, da participação da banda, na próxima edição do “Rock in Rio”. Será? Independentemente disso, esperamos que a banda não demore a voltar ao país, pois quem esteve nessa noite na Audio Club não irá esquecer da performance do Ministry por um bom tempo.
Set List:
Hail to His Majesty
Punch in the Face
PermaWar
Fairly Unbalanced
Rio Grande Blood
Señor Peligro
LiesLiesLies
Waiting
Worthless
Life Is Good
N.W.O.
Just One Fix
Thieves
So What
Khyber Pass