Morreu nesta quarta-feira (11), aos 82 anos, Brian Wilson, músico visionário que redefiniu os rumos do pop e do rock ao lado dos Beach Boys. A informação foi confirmada por sua família, que pediu respeito à privacidade neste momento de luto.
O som da Califórnia para o mundo
Nascido em 20 de junho de 1942, na Califórnia, Wilson foi responsável por criar algumas das harmonias vocais mais emblemáticas da música popular. Ele fundou os Beach Boys no início dos anos 1960 com seus irmãos Carl e Dennis, além de Mike Love e Al Jardine. A banda, símbolo do “som californiano”, conquistou fama mundial com clássicos como Surfin’ U.S.A., California Girls e Wouldn’t it Be Nice.
Mas foi com Pet Sounds (1966), aclamado até hoje como uma das maiores obras da música pop, que Brian Wilson consolidou seu status de gênio. Misturando técnicas inovadoras de estúdio, arranjos sofisticados e lirismo melancólico, o disco teve enorme influência em artistas como The Beatles e Radiohead. A seguir, Wilson ainda entregaria ao mundo o single Good Vibrations, um feito técnico e criativo revolucionário para a época.

Gênio em conflito
Apesar do reconhecimento artístico, sua trajetória pessoal foi marcada por dificuldades profundas. Brian enfrentou problemas de saúde mental desde jovem, agravados pelo uso de drogas e por uma infância conturbada. Nos anos 1970 e 80, teve períodos longos de reclusão, mas encontrou suporte e estabilidade a partir dos anos 1990, especialmente após se casar com Melinda Ledbetter, sua segunda esposa.
Com a morte de Melinda em 2024, sua saúde voltou a fragilizar. Diagnosticado com um distúrbio neurocognitivo semelhante à demência, o músico passou a viver sob curatela no ano seguinte, assistido por pessoas próximas e familiares.
Redescobrindo o próprio legado
Mesmo após os anos de turbulência, Wilson seguiu criando. Um dos momentos mais simbólicos de sua carreira solo foi o lançamento de Brian Wilson Presents Smile em 2004 – uma versão finalizada de um projeto que havia sido abandonado nos anos 60. O álbum foi aclamado como uma obra-prima tardia, e deu a ele seu primeiro Grammy competitivo.
Ao longo da vida, Brian foi homenageado diversas vezes. Entrou para o Hall da Fama do Rock em 1988, recebeu prêmios de carreira, teve sua história contada no filme Love & Mercy (2014) e foi o centro do documentário Long Promised Road (2021).
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