Dois dias após cancelar todas as datas de sua próxima turnê, devido a uma “urgência médica grave”, o Brujeria veio a público nesta quarta-feira (18), através de suas redes sociais, para anunciar a morte de seu líder e vocalista, Juan Brujo.
Diz a nota da banda:
“Partiu para o Panteão o maioral, o mais fodão, Juan Brujo! E agora, quem vai nos ajudar?
É com profunda tristeza que devemos anunciar que nosso líder, Juan Brujo, faleceu hoje. Juan sofreu um ataque cardíaco na madrugada de segunda-feira, após um dia de folga da atual turnê “Mexorcista em Saint Clairsville, Ohio”. Ele foi levado de urgência ao hospital mais próximo em Wheeling, West Virginia, pelos serviços de emergência, mas, apesar dos maiores esforços da equipe médica, ele faleceu nesta manhã. Sua família, amigos e companheiros de banda estão devastados e desejam viver seu luto em privado, enquanto agradecem o carinho e apoio dos fãs.”
A notícia é devastadora para os fãs do Brujeria, ainda mais pela triste coincidência de que no último mês de julho a banda já havia perdido seu outro vocalista e primo de Juan, Pinche Peach, falecido também em decorrência de complicações cardíacas (leia aqui). Na ocasião, Juan Brujo disse em seu comunicado nas redes sociais:
“Nunca pensei que teria que fazer algo assim. Isso não é para mim. Então, aqui estou eu com uma notícia desoladora. Essa notícia dói mais do que qualquer outra coisa que já anunciei aqui antes…”.
Juan Brujo e a criação do Brujeria
Nascido em 1963, John David Lepe foi um dos membros fundadores do Brujeria ao lado do guitarrista Dino Cazares (Fear Factory), do também cantor Jello Biafra (Dead Kennedys), do baterista/baixista Pat Hoed e do baixista Billy Gould (Faith No More). Todos os integrantes “encarnam” personagens latinos que seriam imigrantes criminosos nos Estados Unidos.
O grupo criado em 1989 passou por diversos hiatos em suas atividades por ter surgido justamente como um projeto paralelo de vários músicos estabelecidos na cena. Conforme os anos se passaram e a formação atravessou mudanças, as atividades se tornaram mais regulares.
Seu álbum mais conhecido, Matando Güeros, saiu em 1993. Em entrevista ao jornalista Marcelo Vieira, Brujo refletiu sobre a atemporalidade do registro:
“Não tivemos muito tempo (para fazê-lo). Nos reunimos e tentamos fazer tudo o mais rápido possível. Fomos para o estúdio sem termos nada escrito; tivemos que escrever as músicas e gravá-las no mesmo dia. E foi engraçado, porque funcionou, e funcionou tão bem que continuamos fazendo isso até hoje. Dá para ouvir naquelas músicas o quanto nos divertimos fazendo-as. E veja só você: tem gente que nem era nascida quando o Matando Güeros foi lançado indo aos shows dessa turnê. Isso explica o porquê o disco é tão forte até hoje.”
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