MX

Por Joaquim Bicudo

Muito mais que um show, mas uma celebração a um dos períodos de ouro do Thrash Metal nacional. Sim, o fim dos anos 80 e o início dos 90, época que  começava um novo período do estilo. Trabalhos que embora mantivessem o clima visceral dos primórdios eram mais elaborados e melhor produzidos. Exemplos não faltam, Sepultura, Taurus, Dorsal, Leviaethan e, claro, o MX. Criado em 1985, tem como clássicos definitivos os álbuns “Simoniacal” e “Mental Slavery”, além da emblemática coletânea “Headthrashers Live”, ao lado de bandas como Blasphemer, Cova e Necromancia, que completou três décadas de vida em 2017.

Os números cheios não ficam apenas no parágrafo acima. Após duas décadas sem tocar em sua cidade natal, Santo André, o grupo, hoje contando com Alexandre Morto (baixo, guitarra e vocal), Dumbo (guitarra, baixo e vocal), Décio Jr. (guitarra) e Alexandre Cunha (vocal e bateria) interromperam esse hiato com uma apresentação digna da história do grupo: num local de fácil acesso, com estrutura e preço justo. Atitude refletida num ótimo público que compareceu. Era possível ver gente de bandas como Woslom, Blackning, Montanha, Trevas e Prophetic Age, além de muitos fãs das antigas que sempre compareceram aos shows. Previsto para as 20h, o show teve início dez minutos depois. Com um belo cenário de fundo que privilegia todos os trabalhos do grupo, em especial os primeiros álbuns, a boa impressão se confirmou quando mandaram “Mental Slavery”. O que se via tanto nas arquibancadas como na área de pit eram pessoas emocionadas, que vibravam a cada som executado durante a apresentação.

“Fighting for the Bastards” foi um dos pontos altos do set. Embora tenha mais de duas décadas de vida, sua letra continua atual e seu refrão era bradado por todos a cada comando do grupo, que fez com que suas músicas sobrevivessem ao teste do tempo. Continuam com a mesma essência, porém melhor executadas, sem serem “bonitinhas”.

Voltando ao show, era clássico atrás de clássico sendo executado, como “Behind his Glasses” e suas palhetadas precisas; “Torment”, do álbum “Again”; e No Violence, dona de uma levada Hardcore irresistível.

Uma pequena pausa e uma agradável surpresa com uma versão para “Metal Church” (Metal Church), que logo abriu espaço para a visceral “I’ll be Alive” e a nova “Keep Yourself Alive”, que mantém o peso e a pegada característica da banda. “The Guf”, dona de momentos trabalhados, pesados, além de dedilhados no melhor estilo Bay Area, antecedeu “I’ll Bring You With Me”, o momento mais belo do set. Dona de melodias irresistíveis e muito peso, é uma das canções mais diferentes (e legais) do quarteto.

As luzes se apagam e a linha de cordas deixa o palco por alguns instantes. Retornando, agora com Morto na guitarra e Dumbo no baixo, mandam “Jason” e a impagável “Dirty Bitch”, que encerraria a apresentação. Encerraria, pois ainda tinha tempo para mais. Com Dumbo na bateria, Morto no baixo, Décio na guitarra e Alexandre na frente do palco nos vocais, mandaram “Ace of Spades” (Motörhead), que encerrou essa celebração do Thrash Metal no ABC paulista.

A única ressalva ficou por conta do som. Embora nítido para quem estava na parte inferior, soava alto e estridente para quem optou por assistir na parte de cima da plateia, algo que a casa deve rever para as futuras apresentações. Porém, isto não tirou o brilho desta noite histórica que saciou os fãs de Thrash Metal. A noite foi repleta de clássicos, apesar de ter sempre aquela que faltou, como “Inquisition”, mas quem sabe a gente vê numa próxima. E que não levem mais vinte anos para tocarem em sua cidade natal novamente.

 

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