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NITROMINDS

Dizem que caras que tem muito tempo de estrada ou disseram tudo ou sempre tem coisa boa pra contar. No caso do André, guitarrista e vocalista do Nitrominds, não são só boas histórias, mas boas notícias. A veterana banda de Santo André entra 2012 divulgando seu recém-lançado disco, “Looking For A Hero”. Conversamos com ele sobre a produção, repercussão, planos, turnês e a tal idolatria da banda que comemora seus dezoito anos de estrada.

O lançamento de “Looking For A Hero” foi tão barulhento, tem repercutido tão bem que há quem diga que vai difícil superar a qualidade dos sons. A essa altura do campeonato, não sei se existe, mas vocês sentem de alguma forma essa responsabilidade de sempre atender ou superar as expectativas, não só dos fãs, mas de próprias da banda?
André:
 Fizemos esse disco tão na paz que nem sei dizer. Demoramos de propósito para fazer as músicas. A gente lançava quase um disco por ano, saía em tour no Brasil e na Europa, colocamos o pé no freio. Demorou pra sair a primeira música do disco, mas depois que ela saiu todas as outras vieram mais fácil. Creio que o próximo disco será bem mais legal que esse com certeza, já estou cheio de ideias novas.

Como tem sido a divulgação? Como foi o segundo semestre de 2011 para vocês depois do disco no ar e a o lançamento da versão física?
André: 
Eu fiz umas cópias promo do disco antes dele sair, assim as revistas já podiam ir ouvindo e resenhando. Bem, a coisa não funcionou muito bem. Acho que eles estavam esperando o disco físico mesmo sair, então as resenhas e os comentários estão saindo agora. E todo plano de mídia vamos executar agora em 2012, bem como a maioria dos shows. Já temos uma minitour pela América Latina e uns planos bem avançados de lançar o disco na Europa e sair em tour por lá.

O fato de ter dito um CD de cover (“Kill Emo All”, de 2010) no meio de dois CDs de inéditas ajudou a moldar a linha que seguiram no “Looking For A Hero”, não ficando só no punk mas deixando mais claro as outras influências que vocês tem como do Metal e Thrash Metal?
André:
 Aquilo era um antigo sonho, não queríamos lançar nada novo e também dar uma pausa nas tours e nos shows. Começou a ficar muito chato tocar em uma banda que a obrigação era sair tocando e ganhar uma grana para pagar as conta. Não estávamos nada felizes com as coisas que aconteceram desde que lançamos o ‘Verge Of Colapse’ – mudança no mercado musical, crise nos países por aí. Resolvemos lançar um produto online de fácil acesso, coisa que deu muito certo, mais de 100 mil downloads. Fora tudo isso eu estava com o Musica Diablo a pleno vapor. O disco não ajudou o outro, só ressuscitou coisas que passamos a vida ouvindo, e digo, faltou muitas músicas a serem gravadas!

Falando do conceito do disco, da necessidade de criar heróis, a trajetória de vocês como banda também inspira muita gente. Há mesmo alguma idolatria em torno do Nitrominds?
André: 
Quem gosta da gente, gosta mesmo. Lembro quando surgiu o Emo e o HC (Hardcore) caiu um pouco, a galera que gosta do nosso som ficou bem fiel, outros moveram para outras tendências e outros reclamando porque a gente não cantava em português. Bem, eu sempre disse que essa não era a nossa onda, ou seja, seguimos forte com o nosso pensamento, dando as costas pra muita gente. Não somos heróis de merda nenhuma (risos). Fazemos a nossa música. Muitas bandas faliram ou acabaram. Somos heróis pelo que fizemos. Pagamos todas nossas contas com a banda, fizemos 14 turnês fora do país, tocamos no Brasil inteiro praticamente, lançamos vários discos, nunca dependemos de ninguém. Tem gente sendo endeusada por aí, mas nunca saíram da própria vila, nunca deram a cara à tapa de verdade.

É inspirado no Metallica ou alguma banda específica essa tendência de ter sempre um som instrumental nos discos?
André: 
Eu ouvi uma demo de uma banda do país basco chamada 30% no começo dos anos 90 e isso me inspirou a ter algumas instrumentais. Sempre homenageamos alguém ou alguma banda skate ou um lugar muito especial que passamos. Aliás, eu amo o Metallica, não essa fase merda aí, mas o ‘Kill ‘Em All’ pra mim é o top. Dave Mustaine inventou aqueles riffs todos, a porra toda, uma pena ele ter sido chutado. Mas amo o estilo do James Hetfield, pra mim ele é o melhor guita base de todos os tempos. E os solos dele são mais bonitos que o do Kirk Hammett.

O conceito da arte da capa aconteceu antes, depois ou durante a produção do disco? De quem foi a ideia?
André:
 Todas nossas capas são do Rafael Queiros (Brown). Ele é um cara fantástico, você apenas dá o tema pra ele, uma letra, quando você pensa que ele não vai fazer bosta nenhuma ele aparece com tudo pronto! Incrível. Eu mandei alguns desenhos toscos também, que eu mesmo fiz a mão, mas ele não usou porra nenhuma (risos). ‘Looking For A Hero’ é uma letra muito forte, sobre descobrir um novo herói e fazer com que as pessoas esqueçam seus reais problemas – políticos, na maioria das vezes. Me enchia o saco toda aquela comoção com o a morte do Airton Senna saca? Depois disso tentaram o Rubinho, o Guga, o ‘futiba’, o vôlei, mas tudo foi um tiro no escuro. É tipo que comer merda toda dia  e arrotar caviar. A mídia torna os caras deuses que não são e quando não superam as expectativas, se tornam uns ‘losers’ e a maioria das pessoas compram a ideia. Talvez porque suas vidas são tão miseráveis que a única coisa que importa é alguém salvar a sua bunda quando tudo está dando errado, ter um orgulho nacional fabricado. É a história se repetindo. Fizeram isso com a seleção de 70  e não vão parar de fazer. Povo brasileiro devia colocar a mão na consciência e explodir aquela merda de Senado federal, só tem filho da puta, mafioso e ladrão naquela merda. Mas como cantamos em inglês, é um filme repetido no mundo todo. Enfim…

Esse é o primeiro disco que sai na parceria entre Zona Punk, HeartsBleedBlue e Fusa Records. Como tem sido o trabalho? Algum projeto de lançá-lo fora por algum selo internacional?
André: 
Eles são legais, não existem muitos loucos lançando Cds hoje em dia, bem.. Eles foram (risos). Tem um selo na França que, se formos sair em tour, eles colocaram no mercado em vinil, será como realizar um sonho.

Como foi o convite e participação do Tony Cadena (The Adolescents) com dois sons inéditos no disco?
André: Eu conheci o Tony no Brasil quando eles vieram. Eu fui o tour manager – esse é o meu trabalho quando não estou tocando. Tony é um cara fantástico. Eu levei-o para comer e dar um rolê na Galeria – acabei perdendo a sola do meu tênis naquela merda de escada rolante no dia. Nos demos bem desde o primeiro dia, contamos várias histórias um para o outro e, no fim, conhecíamos várias pessoas em comum no mundo a fora. Quando estava escrevendo as letras e escutando o último disco do Adolescents eu tive a ideia de pedir uma letra pra ele. Eu mandei duas, mas era pra ele escolher uma delas, acabou que ele me enviou o mp3 de volta com a voz dele e com as letras em anexo. Eu achei isso demais, que consideração pra um monte de ‘zé ninguém’ igual a nós! Eu acho que são as melhores do disco.

Daqui mais algum tempo serão vinte anos de banda e o próximo será o décimo disco de estúdio. Os fãs estão na campanha e certos de cobrar por um DVD. Vocês têm ideia de como gostariam de fazer esse registro?
André:
 Lançar qualquer coisa no Brasil é sempre complicado e custa caro. Nesses 18 anos de banda (comemorados em março de 2012) temos muitas histórias. Seria legal a gente captar, reunir as imagens, contar sobre as tours, as bandas que tocamos juntos. Tenho milhares de fotos, eu guardei todas as resenhas e matérias que saímos desde 1994. Tenho tudo catalogado em pastas. Preciso colocar isso tudo de uma forma quem possamos contar de forma divertida e não cansativa. Temos também um show de 2010 quando abrimos pro Pennywise no Via Funchal que estamos editando também. Fora isso temos um show em Amsterdã em 2000 super bem gravado que chegamos a vender umas cópias, também. Estamos aqui trabalhando no projeto.

Power trio, trajetória de respeito, discografia impecável, orgulho nacional. Há algo sobre o Nitrominds que ainda não foi dito?
André:
 Será? Não sei (risos). Acho que é isso aí! Somos o que somos, estaremos sempre tocando e lançando coisas. Procure pela banda no Facebook, Myspace ou qualquer outra forma.

Além dos shows no Brasil e na Argentina já marcados pro começo do ano, quais os planos para 2012?
André:
 Estamos vendo a possibilidade de ir pra Europa em maio em tour com os nossos amigos Berri Txarrax. No mais, vamos divulgar esse trampo novo pelo mundo a fora, tocar bastante no Brasil, também.

Sites relacionados:
https://www.reverbnation.com/nitrominds
https://www.facebook.com/pages/Nitrominds/183908364969626

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