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NUCLEAR ASSAULT – 25 de abril de 2019, São Paulo/SP

Quem imaginaria poder um dia ver o Nuclear Assault tocando em uma unidade do Sesc? Pois bem, após alguns meses de negociações, o que parecia ser algo distante acabou se realizando – e em dose dupla! Nos dias 25 e 26 de abril, a lenda do thrash metal nova-iorquino aportou no Sesc Belenzinho. Ótimo para os headbangers paulistanos, que não perderam tempo e esgotaram rapidamente os ingressos, vendidos à preços populares. E independente do local, o próprio retorno do Nuclear ao Brasil já era motivo de comemoração. Isso porque em sua última passagem pelo Brasil (com o Exciter abrindo), em agosto de 2015, o grupo afirmou que aquela “Final Assault Tour” decretava o fim de suas atividades. Sorte nossa que, de lá pra cá, o Nuclear Assault seguiu fazendo shows esporádicos e mais uma vez nos visitou.

Sem o baterista original Glenn Evans, dessa vez John Connelly (vocal e guitarra), Dan Lilker (baixo e vocal) e Erik Burke (guitarra) desembarcaram no Brasil com Nicholas Barker (ou simplesmente Nick Barker), músico de extenso currículo, com passagens por Dimmu Borgir, Cradle of Filth, Testament, Brujeria, Lock Up, Twilight of the Gods e muitas outras bandas e projetos. Antes de se apresentar em São Paulo, o quarteto passou, respectivamente, por Recife (PE), Limeira (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vila Velha (ES). Pontual, o Nuclear Assault surgiu no palco às 21h30 e foi ovacionado pela massa de fãs que ocupou a pista da comedoria do Sesc Belenzinho. Em agradecimento, Connelly ergueu sua lata de cerveja, brindou, deu “olá” e puxou a pancadaria, que começou com a mesma trinca que abre o segundo álbum Survive (1988): Rise from the Ashes, Brainwashed – com refrão cantado em uníssono pelo público, que antes do anúncio gritou o nome de Lilker em coro – e F#. Antes dessa terceira, Dan Lilker relembrou à todos que em maio completa 30 anos que o Nuclear Assault tocou no extinto Dama Xoc (SP) – na ocasião, o grupo estreava em solo brasileiro.

Na pausa seguinte, o carismático Connelly agradeceu: “é sempre um prazer vir ao seu lindo país. Aprecio vocês por virem ao nosso show. Muito obrigado pelo apoio ao longo dos anos”. Prosseguindo, a banda despejou mais de seu thrash metal rústico, com influência de hardcore, através da ‘motörheadiana’ Vengeance e também de After the Holocaust, ambas do debut Game Over (1986). No intervalo entre uma e outra, Lilker, sacou o celular do bolso e filmou o público por alguns instantes, depois que Connelly pediu que as luzes fossem acesas. Após a execução das duas músicas citadas, Lilker também agradeceu, perguntou aos fãs se estavam se divertindo e avisou: “é hora do (álbum) Handle with Care (1989)!”. Ao tentar anunciar, dizendo, “essa música se chama…”, o baixista foi “atropelado” por Connelly, que brincou: “tragam a cerveja” – como se esse fosse o título. Bom humor sempre foi característica marcante do Nuclear. Tanto que, como de costume, Burke tocou descalço o tempo todo. Prosseguindo, a eletrizante New Song foi a música em questão. Nesse momento, alguns headbangers ignoraram a autoridade dos seguranças e empurraram a grade que separava a pista do palco. Dois jovens até subiram e foram pro stage diving. Connelly curtiu e durante Critical Mass sinalizou para que as pessoas continuassem a subir e pular – poucos entenderam.

Antes da próxima, arriscando-se num engraçado portunhol, o vocalista disse que todos eram bem vindos a subir no palco pra cantar e continuar o stage diving, e pediu que apenas tivessem cuidado com os equipamentos. Ele ainda arrancou gargalhadas (inclusive de Burke) quando, através de gestos, alertou que não era legal que quem estivesse na pista ficasse apenas olhando os ‘stage divers’ se esborrachando no chão, ao invés de segurá-los. Lilker tomou a vez e sacaneou: “Esta é do The Plague. Cantem junto se gostarem”. Sarcástico, Connelly emendou: “Todo mundo, cantando junto!”. A ironia da coisa é que a música Game Over é instrumental! No decorrer dessa, que, curiosamente, não entrou no álbum de mesmo nome, uma das cordas de Connelly quebrou (isso também aconteceu no show de 2015) e ele teve que trocar de guitarra. Depois veio Butt Fuck, outra do EP de 1987.

Após o quarteto tocar Stranded in Hell, os fãs puxaram o coro de “Nuclear, Nuclear…”. Danny Lilker os interrompeu e os informou sobre outras do debut: “Aqui vão algumas merdas do Game Over!”. Vieram Sin e Betrayal. Depois dessa dobradinha, o quarteto mandou a mais recente de todas do repertório: a empolgante Analog Man in a Digital World, do EP Pounder, de 2015. Connelly esqueceu boa parte da letra, porém mais engraçado do que isso foi o que aconteceu antes de F# (Wake Up). Nick Barker estava aniversariando, coincidentemente, pela segunda vez em sua vida num show em São Paulo – a primeira foi em 2007, quando tocou por aqui com o Testament. Seus parceiros puxaram o “Parabéns Pra Você” da plateia, e um rapaz surgiu no palco segurando um bolo de chocolate. O destino da guloseima foi o rosto de Barker! Rindo, o baterista pegou alguns pedaços e os atirou na plateia. Depois disso, ele e Lilker arriscaram tocar o início de Iron Man, do Black Sabbath. Na intenção de retomar a normalidade do show, o baixista disse: “de volta aos ‘negócios’!”. Entretanto, antes de When Freedom Dies, Barker precisou limpar seu kit, que estava todo sujo de bolo, bem como a pista. Para os “surfistas de chão”, o piso escorregadio foi motivo de mais diversão!

Próximo do fim da apresentação, aconteceu a parte mais hardcore do set, que foi a emenda entre as curtas, velozes e atordoantes My America, Hang the Pope e Lesbians, que sempre impressionam pela forma que só Lilker consegue cantá-las. Já a despedida do Nuclear Assault em sua primeira noite de turnê na capital paulista se deu com uma das músicas mais aclamadas de seu mais bem sucedido álbum, Handle with Care: Trail of Tears.

Na tarde do dia seguinte, fomos recebidos pelos integrantes do Nuclear Assault no hotel em que eles estavam hospedados. Entrevistamos John Connelly para uma de nossas seções (a matéria será publicada em breve, em edição impressa da ROADIE CREW), mas também batemos um papo descompromissado com ele e com os demais. À este repórter que vos escreve, Nick Barker mostrou-se animado por poder comemorar mais um aniversário em São Paulo: “É ótimo! Eu amo o Brasil. Os fãs brasileiros são incríveis, muito apaixonados. Tenho um enorme respeito pelos fãs aqui. Foi muito especial comemorar dois aniversários, especialmente dessa vez, levando um bolo na cara!”, brincou. Sobre o show da noite anterior, Barker comentou: “Incrível! Eu realmente curti”. Bem humorado, revelou: “Eu só não imaginava que ganharia um bolo, ainda mais na minha cara! Foi divertido, tive uma noite especial”. Connelly também falou de seu sentimento pelo país: “Amo São Paulo, em particular. Faz 30 anos que visitamos vocês pela primeira vez. Achei Vila Velha uma cidade muito bonita. Sempre que nos dizem que iremos tocar no Brasil, penso: ‘Sério? Pô, legal!’”. Sobre um novo álbum do Nuclear Assault, explicou: “Por agora, é muito complicado. Eu vivo numa cidade muito pequena e distante, ao norte de Nova Iorque, sete horas de carro. Meu trabalho como professor não me proporciona muitos dias de folga. Eu gostaria de gravar ao menos outro EP, mas é muito complicado no momento”.

Mais tarde, seguimos para conferir a segunda noite do Nuclear Assault no Sesc Belenzinho – sem autorização para fotos. Em termos de qualidade de som, assim como na noite anterior, teve quem achou a regulagem boa, e também quem achou tudo muito embolado. No repertório rolou pequenas alterações, a banda tocou uma música a menos, acrescentou Radiation Sickness, de Game Over, e cortou After the Holocaust e When Freedom Dies. Dan Lilker, que no primeiro show vestia uma bela camiseta do veterano grupo alemão Exumer, estampada com a capa do clássico álbum Possessed by Fire (1986), dessa vez entrou em cena homenageando o Sepultura. Quanto à plateia, ao contrário da primeira noite, em que apenas curtiu o show, nessa segunda se manifestou politicamente, após Critical Mass fez coro para “Fuck Bolsonaro”. Lilker entrou na onda, repetiu os dizeres, porém incluiu o nome do presidente americano Donald Trump no protesto. No mais, nada de tão diferente aconteceu nesse segundo show, que também durou cerca de uma hora e quinze minutos. E foi assim que novamente o Nuclear Assault se despediu do Brasil. Só tomara que ainda não tenha sido pela última vez.

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