Por mais esperada que pudesse ser, a notícia é sempre tocante – e muito triste. Morreu, aos 80 anos, Charlie Watts, baterista dos Rolling Stones. No dia 5 de agosto foi anunciado que Charlie precisaria passar por uma cirurgia de urgência, o que o impediria de participar da tour americana da banda que havia sido cancelada por conta da covid-19 e acabou sendo remarcada para ter início no final de setembro. Steve Jordan foi anunciado como seu substituto.
Charlie chegou a divulgar um comunicado na ocasião, dizendo que “pela primeira vez estava fora do ritmo”, o que levou alguns a concluírem que se tratava de um problema cardíaco – no entanto, nada foi divulgado oficialmente a respeito.
Mais notícias davam conta de que o procedimento havia sido bem sucedido e que seria uma questão de tempo para que o baterista voltasse às atividades. No entanto, hoje (24), seu assessor Bernard Doherty divulgou este comunicado: “É com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts. Ele se foi em paz em um hospital de Londres, cercado por sua família. Charlie foi um querido esposo, pai e neto, além de, como membro dos Rolling Stones, um dos maiores bateristas de sua geração. Pedimos que a privacidade da família, dos parceiros de banda e dos amigos próximos seja respeitada nesse momento tão difícil.”
Fã de blues e jazz, Charlie Watts começou a tocar no início dos anos 60 e ingressou nos Stones em 63 – seu primeiro show com a banda aconteceu em 2 de fevereiro de 1963. Por esse motivo, ele, bem humorado, discordava de que a banda havia completado 50 anos em 2012. Para ele, a data devia ser comemorada com a sua entrada na banda.
Ao longo de quase 60 anos comandando o ritmo dos Stones, Charlie não se destacou pelo virtuosismo, mas pela precisão e pelo estilo único de conduzir caixa e chimbal.
Sua última aparição com a banda foi no festival beneficente online “One World: Together at Home”, realizado em abril do ano passado e que contou com participações de Paul McCartney, Elton John e vários outros nomes estrelados. Os Stones tocaram You Can’t Always Get what You Want numa versão em que Charlie usou cases e o sofá em que estava sentado para dublar a bateria. Uma prova do humor britânico que sempre marcou o baterista.
