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OPEN THE ROAD FEST III

A terceira edição do “Open The Road Fest” trouxe como headliners dois nomes lendários do Metal mundial, cada um em seu estilo: a banda estadunidense Nile, conhecida por seu Death Metal técnico inspirado na cultura egípcia; e os britânicos do Satan, uma das principais do movimento NWOBHM. Os anfitriões escolhidos para a abertura foram Cemitério e Deranged Insane.

Conforme horário divulgado, às 18h o Cemitério fez sua estreia nos palco e as honras da casa com a faixa “A Volta dos Mortos Vivos”. O grupo paulista formado em 2014 pelo multibandas Hugo Golon (vocal, Blasthrash, Infected, Side Effectz e outros), Henrique Perestrelo (guitarra, Infected) e Rodrigo Costa (guitarra), Douglas (baixo) e Evandro Junior (bateria, Anthares, Skinlepsy, Face Of Desaster), pratica um Thrash Metal ‘old school’ intenso e cru, cuspido em músicas rápidas de temática horror punk cantadas em português.

A apresentação de meia hora contou com praticamente todo o álbum de estreia, com destaque para “Quadrilha De Sádicos”, com uma boa pegada no refrão; “Holocausto Canibal”, que agitou em especial a plateia; e “Sexta Feira 13”, arrancando aplausos dos presentes. Hugo declarou seu orgulho em tocar com o Satan naquele dia e anunciou a faixa “O Dia de Satã”. O grupo se mostrou muito à vontade e comunicativo no palco e fez uma boa estreia, certamente chamando a atenção para seu emergente nome. “Pague Para Entrar, Reze Para Sair” foi a despedida da banda, que saiu sob aplausos do pequeno e agitado público que já havia chegado.

Meia hora depois e com o som incomodamente alto, característico da Clash, o acelerado Grindcore do Deranged Insane dominou a casa com dezesseis faixas em trinta minutos. Kid, com seu vocal doentio, urrava as letras de forma quase ininteligível, acompanhado de um instrumental cruel e sem pausa para respirar, com a guitarra frenética de Gustavo e a cozinha pesada de Tiago (baixo) e Kiko (bateria).  Formado em 2000, o grupo apresentou músicas de diversas fases da carreira, como “Rancor”, “Torniquet”, “Febre Da Cabana” e “Um Leproso Para Jesus”. Com um público maior, arrancou muitos ‘headbangings’ dos presentes, e fechou seu set às 19h30 com “Trancado Por Dentro”, “Boneyard” do Impetigo e “Arcano”.

Segundo horário divulgado, às 20h o Satan deveria subir ao palco, mas ao invés disso, poucos minutos antes do citado horário, os telões passaram a exibir imagem do Nile e momentos depois a banda se ajustava no palco. Por razões desconhecidas, o line-up da noite foi invertido sem nenhum esclarecimento anterior ou posterior por parte da produção. A pontualidade, que até então garantia uma espera confortável entre bandas, se tornou uma exaustiva espera. Após infinitos ajustes, às 20h12 sob aplausos e gritos, a ‘intro’ saudou Karl Sanders (guitarra, vocais), Dallas Toler-Wade (guitarra, vocais), George Kollias (bateria) e o novato Brad Parris (baixo e vocais), para a próxima hora de ode Death Metal à cultura egípcia. Não antes de um amplificador estourar no início da primeira música, o que fez a ‘intro’ e a mesma recomeçarem. Com som embolado, mas sem novos imprevistos, “Sacrifice Unto Sebek” brindou os ansiosos fãs, seguida de um rápido e caloroso cumprimento de Sanders. “Defiling the Gates of Ishtar” veio na sequência e “Kafir!” teve seu refrão “There is no God!” cantado em coro pelos fãs de punhos no alto.

A apresentação seguiu com a sensação que houvesse melhor ajuste no som, a música do grupo tão rica em elementos e técnicas seria mais bem apreendida. Apesar disso, o set seguiu intenso e ovacionado, com faixas ‘quebra-pescoços’ do começo ao fim, como “Supreme Humanism of Megalomania”, “The Inevitable Degradation of Flesh” e “The Howling of the Jinn”, do clássico álbum “Amongst the Catacombs of Nephren-Ka”.

A banda ainda presenteou os fãs paulistas com “Sarcophagus” que, segundo Karl, nunca havia sido tocada para esse público anteriormente. “Lashed to the Slave Stick” e “Black Seeds of Vengeance” encerraram a apresentação do Nile, marcada pela simpatia e maestria dos veteranos e expectativa criada sobre o anúncio do novo álbum, a ser lançado ainda esse ano.

Com um atraso de quase quarenta e cinco minutos do horário divulgado para a última atração, o Satan finalmente “emergiu das profundezas”. A noite dos headliners seria marcada pelo carisma das bandas principais, e Brian Ross não deixaria por menos. A banda britânica estreou em terras brasileiras após trinta e seis anos de espera com Steve Ramsey e Russ Tippins (guitarras), Graeme English (baixo), Sean Taylor (bateria) e Brian nos vocais, formação do primeiro e clássico álbum, “Court In The Act”, reunida em 2013. “Into the Fire” (intro) e “Trial by Fire” iniciaram o set composto de diversos clássicos e muitas aclamações a cada anúncio entre as músicas, como se viu em “Blades Of Steel”, na recente “Time to Die”, de “Life Sentence” (2013), e em “Break Free”, acompanhadas em coro pelo público.

Uma sensação de volta no tempo tomou conta da Clash, energizada pela excelente apresentação e presença de palco do veterano Satan. Brian, a cada intervalo, se dirigia ao público com mensagens sobre as canções, alguns fatos sobre o grupo e muita simpatia com a plateia. Assim, a faixa título do álbum de retorno, “Life Sentence”, foi oferecida como homenagem aos fãs. A banda de Newcastle encerrou o set com “Testimony” e “Alone In The Dock”, seguidas pelo bis com a mais que veterana “Kiss of Death”, faixa do single de 1982. Apesar do desgaste natural das habilidades, mais notável no vocalista, a banda se mostrou em ótima forma em um contagiante show. Com a promessa de um breve retorno, o Satan fechou a terceira edição do “Open The Road Fest” com clima nostálgico e muito positivo, a despeito do espinhoso imprevisto.

 

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