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OPETH – São Paulo (SP)

Por Marcelo Gomes

Fotos: Bel Santos

Os suecos do Opeth, que seguem promovendo o álbum In Cauda Venemum (2019), desembarcaram no Brasil para um show único. Depois de remarcado algumas vezes, a apresentação finalmente aconteceu no último dia 8 de fevereiro em São Paulo. Inicialmente, a data foi marcada para o Carioca Club, que teve seus ingressos esgotados. Com uma grande procura, o show foi transferido para uma casa maior, o Terra SP, na zona sul de São Paulo. A casa tem um espaço físico legal, bem distribuído e com funcionários bem educados. O ponto negativo fica por conta das três pilastras no meio da pista, que atrapalham bem a visão do público. A localização também é outra preocupação por conta da distância, ainda mais no meio da semana. Mesmo assim, a casa recebeu um excelente público, que estava ansioso pelo retorno da banda.

O show começou pontualmente às 21h, quando Mikael Åkerfeldt (vocal e guitarra), Martin Méndez (baixo), Fredrik Åkesson (guitarra), Joakin Svalberg (teclado) e Waltteri Väyryen (bateria) abriram o set com Ghost of Perdition. Nem mesmo o som baixo diminuiu a euforia do público, que estava cantando de forma histérica. Os músicos seguiram com Demon of the Fall e a qualquer movimentação no palco, os fãs iam ao delírio. As músicas contam com vários climas, partes mais pesadas e rápidas, mas quando chegava em partes mais acústicas, com mais teclado, mal se ouvia a banda tamanha a intensidade do público.

Após o final da segunda música os fãs começaram a gritar o nome da banda. Então, Åkerfeldt fez uma pausa para se comunicar com a plateia. Ele agradeceu e disse que era muito bom estar de volta, pedindo desculpas pela demora. Então veio Eternal Rains Will Come, de Pale Communion (2014), que é uma viagem progressiva que mostra toda a versatilidade dos músicos ao vivo. Mikael então falou que a banda está completando 33 anos e que tocariam Under The Weeping Moon, faixa do primeiro disco, Orchid (1995). Para acalmar um pouco, tocaram as melancólicas Windowpane e Harvest, que o público acompanhou nas palmas e cantando.

A pancadaria voltou com Black Immortal Rose, de Morningrise (1996). A faixa mais longa da noite conseguiu prender a atenção do público, que ficou atônito ao longo de mais de 20 minutos com partes rápidas e pesadas, interlúdios calmos, longas partes instrumentais com mudanças de andamento, uma verdadeira epopeia da carreira da banda. Para cantar junto, executaram Burden e o Terra SP virou um grande karaokê, com direito a um belo solo de teclado bem ao estilo do saudoso Jon Lord (Deep Purple). A primeira roda da noite aconteceu em The Moor, que apesar de começar de forma acústica vira um death metal. A primeira parte do show foi chegando ao fim com a progressiva The Devil’s Ochard, seguida por Alting Tar Slut, do mais recente trabalho, In Cauda Venemum.

Sob os cantos de “Olê, Olê, Olê, Opeth, Opeth”, o baterista Waltteri Vayryen e baixista Martin Mendez voltaram ao palco para dar início ao bis com Sorceress e, aos poucos, a banda toda foi se juntando. Mikael foi ao microfone dizer que o próximo som era de uma banda de Birmingham e aí toca o riff inicial da música Black Sabbath, mas para por aí e diz que não é deles. Na verdade, era uma composição excelente do Napalm Death, You Suffer, disse o vocalista. Ainda brincou com o público e toca mais duas vezes para então fechar com Deliverance, com direito a mais uma roda no meio da pista.

O show do Opeth é uma imersão em músicas densas que transcendem a um simples show, despertando a imaginação e sentimentos das pessoas. A banda vem ampliando o seu público a cada turnê no Brasil e vem consolidando sua base de fãs fervorosos em São Paulo. Em um Terra SP lotado, os suecos fizeram um set que abrangeu toda a sua história e os fãs que estavam ávidos pelo retorno da banda puderam presenciar um show impecável, interagindo de forma intensa durante as quase 2 horas e meia de apresentação. Assim, transformaram o show numa experiência memorável!

Opeth Setlist:

01) Ghost of Perdition

02) Demon of the Fall

03) Eternal Rains Will Come

04) Under the Weeping Moon

05) Windowpane

06) Harvest

07) Black Rose Immortal

08) Burden

09) The Moor

10) The Devil’s Orchard

11) Alting Tar Slut

12) Sorceress

13) You Suffer (Napalm Death)

14) Deliverance

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