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OVER METAL FEST Attomica / Panzer / Armahda / Perc3ption

Recentemente, o Gillan’s Inn English Rock Bar mudou-se do centro de São Paulo para a Zona Norte da capital, uma área que sempre foi escassa em termos de bares de Rock / Metal. Agora, não só os moradores da região, como quem vem de outras localidades, tem essa ótima opção, pois, além de bem estruturado, o lugar possui fácil acesso, inclusive, para quem depende de transporte público. No último sábado, dia 10 de setembro, o Gillan’s Inn abriu suas portas para a primeira edição do “Over Metal Fest” e o público compareceu em bom número para prestigiar esse evento, que reuniu três gerações do Metal paulista: as mais recentes Perc3ption e Armahda; o Panzer, fundado no início da década de 90; e o Attomica, mais veterano de todos, formado em São José dos Campos no longínquo ano de 1985.

Com meia hora de atraso, o evento foi iniciado às 22h pelo Perc3ption, que aproveitou a ocasião para lançar seu novo álbum, “Once And For All”. E foi justamente com a veloz “Persistence Makes The Difference”, música que abre a esse sucessor do ‘debut’ “Reason And Faith” (2013), que o grupo, literalmente, levantou o público. Digo isso, porque ainda que a pista do Gillan’s Inn seja repleta de mesas e cadeiras, várias pessoas atenderam ao pedido da banda e foram curti-la em pé, em frente ao palco. Dan Figueiredo (vocal), Wellington Consoli (baixo), Peferson Mendes (bateria) e os guitarristas Rick Leite e o convidado Vandré Nascimento (Madgator), que registrava sua performance com uma mini-câmera fixada em seu instrumento e que substituía a Glauco Barros que não pôde estar presente, fizeram por merecer, através de sua performance empolgante, o apoio da plateia que era composta, inclusive, por alguns de seus fãs. Exceto pelo som da bateria, que foi prejudicado durante todo o evento, já que a regulagem dos microfones pareciam não surtir tanto efeito, o grupo se destacou, principalmente, pelos licks, riffs e solos de guitarra, que eram despejados por Rick e Vandré. Mas Dan Figueiredo, que assumiu a vaga de Luiz Poleto, que gravou o primeiro álbum, não ficava atrás, já que mostrava bom desempenho em termos de alcance e de timbres vocais.

Do álbum de estreia, apenas a ótima “Surrender” – que possui videoclipe – foi tocada. Tanto ela quanto “Immortality”, evidenciaram que, apesar de o som do Perc3ption transitar entre o Heavy e o Prog Metal, o grupo tem algumas linhas que trazem referências de AOR. Em sua apresentação, o quinteto incluiu músicas que dispunham de arranjos sampleados de teclado e algumas que eram um tanto quanto longas. Em vários momentos a plateia participou ativamente, como, por exemplo, em “Rise”, em que ela acompanhou o dedilhado inicial da música através de palmas. Uma das mais legais foi “Brave In The Beast”, a qual Rick Leite explicou que a letra fala da “besta”, que era o trem que levava os mexicanos que iam para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor, mas que muitos deles acabavam morrendo. Interessante que, do mesmo jeito que o grupo abriu seu set com a faixa que dá início a “Once And For All”, o finalizou com “Through The Invisible Horizons”, música que o encerra. Ao final dessa, os músicos se despediram e a banda saiu ovacionada do palco.

Na sequência, o mestre de cerimônias e idealizador do “Over Metal Fest”, Phill Lima, falou algumas coisas antes de anunciar a próxima atração. Então, após a acústica introdução mecânica, “Ñorairô”, foi a vez de o Armahda surgir no palco e mostrar o seu Power / Folk Metal, com certas semelhanças com o alemão Blind Guardian, principalmente no que diz respeito ao estilo de cantar do vocalista e violonista Maurício Guimarães, que remetia ao de Hansi Kürsch. O grupo abriu com “Echoes From The River”, que faz parte de seu homônimo álbum de estreia, que foi lançado em 2013 e que continua sendo divulgado. Após breves palavras, Guimarães foi acompanhado pelo público quando puxou o coro que diz “march, march, march…”, antecedendo a também veloz e pesada, “The Iron Duke”. Ao final, ele pegou o violão e deu início a “Canudos”, composição que, além de ter um solo muito legal, possui uma levada interessante, que demonstra que a música regional brasileira também figura entre as influências do Armahda.

Nas primeiras músicas, as guitarras de Renato Domingos e de Alê Dantas, soavam um tanto quanto abafadas e o baixo de Paulo Chopps a frente de tudo – o baterista João Pires completa o time -, mas no decorrer do show, tudo foi se ajustando. Liricamente, o Armahda explora a cultura e também fatos históricos do Brasil, que jamais deveriam ser esquecidos, mas que hoje em dia estão bastante desvalorizados, já que são poucos aqueles que se interessam por algo tão importante. Em relação à essas abordagens, foi bastante bacana da parte de Guimarães explicar sobre a maioria dos temas que eram executados. As aceleradas “Queen Mary Insane”, “What Could Never Be”, “Spears Of Freedom” e “Armahda”, mais a cadenciada “Flags In The Wind” e a recente “Last Farewell” – semi-balada que era a única do set que não fazia parte do ‘debut’ da banda e que tinha trecho cantado em português -, também integraram o set e empolgaram a todos. Mas o melhor estava guardado para o final. A banda ameaçou se despedir, porém, muitos começaram a gritar “paiol”. Prontamente, eles foram atendidos pelo Armahda, que encerrou a sua participação no evento com “Paiol Em Chamas”, que, desculpe-me pelo trocadilho, incendiou o público presente.

Lamentavelmente, após o Armahda se despedir, grande parte do público foi embora e acabou perdendo as atrações seguintes, que, atualmente, celebram décadas de serviços prestados ao Metal nacional. A primeira delas foi o Panzer, grupo que está celebrando 25 anos de carreira e que foi pioneiro em fundir Stoner Rock com Thrash Metal no Brasil, resultando em um ‘groove’ influenciado por bandas como Pantera e Black Sabbath, além de trazer na bagagem shows recentes em sua história, realizados na Argentina e no Uruguai. Após introdução, logo em “Speedy” o som da guitarra de André Pars, um dos fundadores, junto ao baterista Édson Graseffi, estava simplesmente avassalador, já que soava muito bem equalizado e bastante encorpado. Completado por Sérgio Ogres (vocal) e Daniel Corvo (baixo – Chemical), o Panzer trouxe o mesmo repertório que foi tocado em seu show especial de 25 anos, que fora realizado no Sesc Belenzinho, no último dia 27 de agosto. Sendo assim, o grupo tocou músicas de todos os seus três álbuns, “Inside” (1999), “The Strongest” (2001) e “Honor” (2013), além de algumas que fazem parte do novo, “The Resistance”, que está em contagem regressiva para ser lançado.

Além de soltar a voz, destacando-se, principalmente, na cadenciada “Impunity”, uma das músicas novas, em que misturava timbres rasgados com limpos, Ogres agitava bastante e, somado ao peso da banda, isso contagiou algumas pessoas que foram descarregar a energia na pista. Por sua vez, Pars, que dividia com Ogres a tarefa de se comunicar com o público, ia despejando riffs e mais riffs, além de ter o seu momento particular quando mandou o esperado solo, que agora inclui trecho da inconfundível “Mistreated” (Deep Purple).

Já a dupla Corvo e Graseffi formava uma verdadeira parede sonora, fazendo uma parceria sólida e tocando com muita segurança.  Além da citada “Impunity”, a outra nova foi “The Old And The Drugs For Soul” e ambas deram mostras de que o novo álbum do Panzer virá cadenciado, ao contrário do anterior, “Honor”, que tinha músicas bastante rápidas. Fora essas, diversas outras tijoladas como, “Affliction”, “Red Days”, “My Night”, “The Strongest” e “Rising”, foram desferidas e fizeram desse um dos grandes shows da noite.

Somente após meia hora, quando faltava pouco para as três horas da manhã, é que a última atração, o Attomica, um dos nomes mais cultuados do Thrash Metal nacional, entrou em cena. Assim que acabou a breve introdução, o baixista André Rod, único remanescente da formação original, mais os guitarristas Marcelo Souza e Thiago Donizeth (ex-Mystic Atrocity e Chaos Synopsis) e também o baterista Argos Danckas, entraram em cena arregaçando com uma sequência impiedosa do mais recente álbum do grupo, “4” (2012), formada por “Black Death”, a ótima “Yakuza”, “Bloodbath” e “Night Killer”. Após três décadas de carreira com a banda, o batalhador André Rod continua seguindo em frente com o Attomica, mesmo após as adversidades que surgiram pelo caminho, como a atual disputa pelo nome do grupo, que também tem sido usado por seu ex-companheiro, João Paulo Francis (guitarra), e também a morte do ex-vocalista Alex Rangel, que faleceu em abril de 2015, quando acidentou-se com sua moto. Devido à esse trágico episódio, o baixista se viu obrigado a reassumir a função de vocalista, assim como fez na época do segundo disco, “Limits Of Insanity” (1989).

Embora sem muita potência vocal, Rod mostrava carisma na hora de interagir com a plateia que, àquela hora, era composta por um número apenas razoável de pessoas. Algo que chamou bastante a atenção dos presentes foi o trabalho impecável e surpreendente da dupla Souza e Donizeth, que destruiu nos riffs e nos solos – bastante melódicos, por sinal. Inclusive, o exímio Marcelo Souza tinha seu álbum solo, “Circle Of Fire” (2012), sendo vendido no local. Assim que o quarteto mandou boa parte das músicas de seu álbum de estreia, dali para frente, além da nova, “The Last Samurai”, a qual o videoclipe pode ser conferido no You Tube, várias músicas clássicas fizeram a alegria de muitos. Uma delas, que até hoje é a minha favorita da banda, foi “Marching Over Blood”, do ‘debut’ Attomica (1987), que tem uma levada inicial impossível de ouvir sem bangear. As outras foram, a que dá nome ao segundo álbum, “Limits Of Insanity” (1989), e também “Deathraiser”, “Ways Of Death” e “Forbidden Hate”, trinca presente no sucessor “Disturbing The Noise” (1991). Foi legal ouvir de Rod que, mesmo tendo 30 anos de carreira, o músico ainda tem disposição para continuar com a banda por outros tantos anos. Vida longa então e que venha logo o novo disco, que já está sendo preparado.

Exceto por grande parte do público que se retirou antes mesmo do evento chegar ao final, muitas pessoas talvez devido ao horário tardio dos últimos shows, o saldo dessa primeira edição do “Over Metal Fest” foi extremamente positivo e isso nos leva a crer que futuras edições, possivelmente irão acontecer, fortalecendo ainda mais o cenário de bandas autorais. Em relação à isso, nos resta parabenizar também a administração do Gillan’s Inn English Rock Bar, por abrir esse espaço e por apostar nesse tipo de evento.

ATTOMICA – Setlist:
Intro
Black Death
Yakuza
Bloodbath
Night Killer
Wanted
Marching Over Blood
The Last Samurai
–         Solo de guitarra
Deathraiser
Limits Of Insanity
Ways Of Death
Forbbiden Hate
 PANZER – Setlist:
Intro
Speedy
Affliction
Red Days
Rejected
Victim Of Choices
Fake Game Of Heroes
Impunity
Burden Of Proof
My Night
–         Solo de guitarra
Despair II
Your Blood
The Old And The Drugs For Soul
Intruders
The Strongest
Rising
You May Not Have Tomorrow (outro)

 

ARMAHDA – Setlist:
Ñorairô (Intro)
Echoes From The River
The Iron Duke
Canudos
Queen Mary Insane
What Could Never Be
Last Farewell
Spears Of Freedom
Armahda
Flags In The Wind
Paiol Em Chamas

PERC3PTION – Setlist:
Persistence Makes The Difference
Magnitude 666
Oblivion’s Gate
Rise
Immortality
Braving The Beast
Surrender
Through The Invisible Horizons

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