Por Gustavo Maiato
Nem sempre alta produtividade é sinônimo de qualidade constante, mas Scorched – que é nada menos do que o vigésimo álbum de estúdio do Overkill – certamente reúne várias credenciais para um ótimo disco de thrash metal.
Enquanto músicas como o primeiro single The Surgeon e Twist of the Wick apostam em riffs velozes e na voz rasgada e aguda do vocalista Bobby “Blitz” Ellsworth, apostas como Wicked Place escancaram as influências dos anos 1970, com uma pegada mais grooveada que, se não agrada aos puritanos do estilo, servem como uma evolução natural da própria sonoridade do grupo americano.
Idealizado em meio ao caos da pandemia, Scorched também acerta na dinâmica entre as faixas – sem ficar monótono, mas também sem a proposta de reinventar a roda. Vale a menção para o ótimo trabalho da dupla de guitarristas Dave Linsk e Derek Tailer, que contribuíram muito com o arranjo do disco. Um exemplo é a faixa Won´t Be Coming Back, que é uma das mais elaboradas do álbum justamente pelas intervenções pontuais de guitarra – inclusive durante o verso principal, que ganhou uma espécie de pequeno solo que se repete.
Já Know Her Name, mais para o final, transparece a influência de bandas como Black Sabbath e parece que foi pensada para ganhar o público nos shows com uma introdução que dá vontade de bater cabeça logo nos primeiros segundos.
Por fim, o Overkill fez o que sabe fazer e vem fazendo muito bem (e intensamente) desde os anos 1980. Ganham os fãs que apreciam aquela mistura de riffs rápidos e pesados que a escola thrash metal dos EUA costuma ser campeã e dar aula.
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