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OZZY OSBOURNE: “Não me considero Heavy Metal”

Na última semana, Ozzy Osbourne, que hoje (3) está completando 72 anos de idade, concedeu entrevista à revista inglesa GQ e nela deu algumas declarações bastante curiosas, como ao falar, por exemplo, sobre Helter Skelter. Lançada pelos Beatles em novembro de 1968, a música composta por Paul McCartney (embora também creditada à John Lennon), que tentou criar um som que fosse o mais alto e sujo possível, é considerada por muitos como a principal influência no desenvolvimento inicial do heavy metal. No entanto, mesmo sendo fã dos Fab Four, Ozzy tem uma opinião diferente a respeito: “Nah. Não é pesada. É apenas uma música rápida sobre um baderneiro”, disse ao repórter Tim Jonze. “Talvez você pudesse dizer You Really Got Me, do The Kinks, ou alguma música do The Who”.

O que mais surpreendeu nessa sua resposta foi o complemento. Ainda que ele e seus ex-parceiros de Black Sabbath sejam taxados de “pais do heavy metal”, Ozzy discorda: “Eu nem me considero heavy metal. Fiz algumas coisas pesadas, mas também fiz coisas melódicas, algumas baladas…”.

Ozzy, que tem lutado contra a Doença de Parkinson, tem utilizado bengala para caminhar

Ozzy também falou do estado atual de sua saúde. “A cirurgia que fiz me deixou totalmente louco. Mas quebrei meu pescoço em um acidente de quadriciclo (em 2003) e quando isso sarou, apertou minha coluna vertebral, então eu estava tendo todos os tipos de coisas estranhas acontecendo comigo”, revelou. “Eu estava no palco e de repente recebi um forte choque em um lado do meu corpo. Então, uma noite, 18 meses atrás, fui ao banheiro no escuro e simplesmente caí no chão”, recordou. “Eu disse: “Sharon (Osbourne, sua esposa e empresária), estou no chão”. E ela respondeu: ‘Bem, levante-se, então!’. Porém, não consegui. Quando você chega aos 70, as comportas se abrem e tudo desmorona”, lamentou.

Sobre seu novo álbum, Ordinary Man, Ozzy falou de sua ideia de ter Elton John como convidado. “Quando fizemos Ordinary Man, eu disse a Andrew (Watt, produtor) que me lembrava de uma música de Elton e ele falou: ‘Por que não colocá-lo nessa música?’. Pensei: ‘você pode apenas perguntar’. Eu só queria que ele tocasse piano nele (no álbum), mas ele cantou também. O cara é um ‘workaholic’. A última vez que esteve em casa, lhe perguntei o que estava fazendo e ele disse que havia feito 40 shows em 40 dias! Como você pode fazer isso?! Não trabalho assim desde os 19 anos!”.

Questionado por Jonze se a experiência de ter trabalhado em um matadouro  alimentou o som do Sabbath, Ozzy disse: “Não, de forma alguma. A única razão pela qual trabalhei lá foi porque tudo começava cedo e, quando você terminasse de matar, poderia voltar para casa”, recordou. “Se você tivesse cinco vacas, poderia cuidar das cinco e dar o fora. Meu primeiro trabalho lá foi esvaziar o estômago das ovelhas de toda a porra de comida e merda. Nas primeiras seis semanas vomitei o tempo todo. O cheiro demora um pouco para você se acostumar. Mas estava tudo bem com aquele trabalho. Gostei da festa, demos risada. Os animais não viram a piada…”.

O Madman também contou sobre o curto período em que esteve na prisão: “Foi uma experiência que estou feliz por ter tido”, comemorou. “Eu não tinha dinheiro para pagar a multa (por roubo) e meu pai se recusou a pagar por mim, então acabei preso por três ou quatro semanas. A prisão foi bem por alguns dias, mas depois fiquei com saudades de casa. Quando vejo esses crimes na TV e as pessoas são condenadas a uma eternidade e um dia… Não sei como eles fazem isso. Ouvi uma história brilhante em Nova Iorque. Esse cara sabia que iria terminar (preso) por um longo tempo, então ele embalou seu ânus com um monte de pasta de amendoim. Enquanto está sentado no banco dos réus, ele enfia a mão na calça e come a pasta de amendoim. Ele queria cair na insanidade”. Questionado se o plano do cidadão em ter uma condenação mais branda após fingir sofrer de transtornos mentais havia feito diferença, Ozzy  disse: “Sim, fez… Ele conseguiu (uma pena) cinco vezes maior!”.

Ozzy também foi perguntado se percebeu que estava fazendo algo inovador quando gravou o homônimo primeiro álbum do Black Sabbath, que este ano completou 50 anos. “Estávamos apenas nos divertindo e, se parecia uma boa ideia, nós o fizemos. Tony Iommi é um guitarrista incrível. Não há ninguém que possa criar esses riffs demoníacos como ele. Ele é o rei. Naquela época, eu dizia, “Ele não vai superar esse (riff)”, e ele sempre superava”.

A entrevista completa de Ozzy Osbourne pode ser lida neste link.

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