Para quem não pode emendar o feriado, o show do Pain of Salvation foi um presente para os fãs, ávidos por vê-los ao vivo depois da última passagem pelo país, em setembro de 2012. A fila de espera e aglomeração na frente da casa deixou isso bem nítido. Falling Home, o disco que os suecos lançaram em 2014 e que dá nome a nova tour de divulgação, traz versões acústicas, regravações e covers. E o clima intimista proposto pelo álbum, deu mesmo a tônica da apresentação. O material marca a volta da banda depois do hiato por conta dos problemas de saúde do guitarrista e vocalista Daniel Gildenlöw.
Antes desse reencontro, quem abriu os trabalhos foi o Seventh Seal. O quinteto formado em 1995, que, por curiosidade, leva o nome de um clássico filme sueco (“O sétimo selo” filme de Ingmar Bergman), apesar da grafia diferente, é homônima de uma banda pesadona, americana de Baltimore. Causou até uma confusão nos fãs que acharam que eram os gringos, o que, por sinal, também combinaria bem com a atração principal. Os brasileiros estão em plena divulgação de “Mechanical Souls”, terceiro álbum de estúdio, lançado em 2014. A banda que tocou este ano com o Sonata Arctica fez um set mais curto por conta de atrasos no vôo e conseguiu apresentar apenas três sons: “Beyond the Sun”, a faixa título do novo disco e “334”. Destaques para o grande instrumental e pela presente de palco e potência vocal de Leandro Caçoilo.
No início da noite, com pista e camarotes lotados, público ansioso, a intro “Remedy Lane” rolando, o Pain of Salvation subiu ao palco. Desde “Of Two Beginnings” os presentes cantaram todas e agitaram durante toda a apresentação. Os hits mais antigos, como a longa “Ending Theme”, foram executados com perfeição e boa participação do público. Esta foi seguida por “Fandango” e “Trace of Blood”. Apesar de o instrumental ser impecável, o destaque vai para a versatilidade vocal de Daniel Gildenlöw, que realmente é um show à parte, mostrando a força do novo Metal Progressivo.
Daniel falou com a plateia pela primeira vez e disse que a banda enfrentou problemas para chegar à cidade e que faria valer a espera dos fãs tocando o máximo de músicas possível. Na sequência tocaram “Linoleum”, faixa de “Road Salt One”, de 2010. O público foi ao delírio e beirou à insanidade quando o vocal anunciou uma visita à discografia mais antiga. Mais precisamente à 1997 com “!” (Foreword), outra cantada em uníssono. Também do álbum de estreia, “Entropia”, mandaram “People passing by”, com a plateia cantando até o riff e solos.
Em “1979” Daniel pediu novamente a participação do público e foi prontamente atendido com muitas palmas e um coro de arrepiar. O peso voltou com “Rope Ends”, outro momento alto do show. Mas, em “Dryad of the Woods”, quando a apresentação já ultrapassava uma hora de duração, o público foi perplexo com a execução instrumental, luz azul e Daniel tocando muito perto da galera do gargarejo, nos seus quase 10 minutos. Agradecido, Daniel se dirigiu mais ao público e anunciou “Beyond the Pale”, faixa que encerrou a primeira parte do show.