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PANZER FEST

Já ouviu a máxima ‘coração de mãe sempre cabe mais um’? Pois bem, essa é a atual situação do mercado musical brasileiro para bandas estrangeiras. Shows acontecendo em abundância, corroborando para a cultural falta de atenção do público para eventos com bandas nacionais. Ao menos essa é uma das muitas opiniões que vem sendo apontada em vários debates e bate-papos, como um dos motivos relevantes para que haja tanto desinteresse. Por outro lado, muitas pessoas estão ‘pondo a mão na massa’ para instigar o público a prestigiar o que é feito por aqui. Atualmente vemos músicos, bandas e mesmo casas de shows unindo forças promovendo eventos atrativos. E foi pensando nisso que os integrantes do Panzer desenvolveram o “Panzer Fest”. “Queremos fixar esse nome (Panzer Fest), não como um festival do Panzer apenas mas  como um evento que possa acontecer regularmente, com qualidade e que valha a pena ser assistido”, declarou o baterista do Panzer, Edson Graseffi.

Falando em qualidade, foi isso que se ouviu durante todo o evento pelas pessoas que elogiaram tamanha organização. Impressionante como tudo funcionou de forma correta: cronograma fixado nas paredes dos camarins para melhor atender a imprensa e com os horários respeitados a risca pelas bandas, equipe de palco fazendo com que a troca de equipamentos fosse bem rápida. Isto sem contar com a equipe de iluminação e de som, que deixaram tudo adequadamente satisfatório – os logotipos das bandas e das marcas que apoiaram o festival foram mostrados em projetores digitais. Aparelhagem digna de grandes eventos, camarins reservados para no máximo duas bandas juntas e um som límpido que saía dos PA’s. Como se isso não bastasse, vale mencionar a localização e fácil acesso que a casa proporciona, além da boa acústica e espaço. Aliás, o Cine Jóia recebeu recentemente as bandas Cavalera Conspiracy e Morbid Angel, tornando-se mais uma casa apta a receber eventos internacionais. Talvez a única reclamação fosse o fato de o evento ter começado um pouco além do horário marcado, impossibilitando que algumas pessoas ficassem até o final, devido a dependência do transporte público.

Forka subiu ao palco às 20h30 para iniciar oficialmente o “Panzer Fest”. Única representante do ABC paulista, a banda aproveitou a oportunidade para divulgar seu novo trabalho, “Black Ocean”, lançado recentemente, abrindo o set justamente com a faixa título do álbum. Agressiva e com riffs pesadíssimos por conta da dupla Samuel ‘Pastor’ Dias e Alan Moura. A sequência veio com “Last Confrontation” e, ao final, Samuel esclareceu que estavam tocando desfalcados do baixista Ricardo Dickoff, que sofrera um acidente no olho no dia anterior. Isso não diminuiu o peso do Thrash Metal claramente influenciado pelo Death Metal, principalmente através do vocalista Ronaldo Coelho, que interpreta as composições alternando vocais guturais a outros por vezes rasgados.

Mesmo baseando o set em músicas do atual full-lenght, não descartaram faixas dos dois antecessores, como “Blasphemy” e “Feel Your Suicide”, do álbum homônimo lançado em 2005 e “Screaming In The Shadows” e “Knowing Your Suffering”, ambas de “Enough” (2010). Já no final, a banda não saiu do palco sem antes homenagear o Slayer – e Jeff Hanneman – com a conhecidamente polêmica “Angel Of Death”.

Voltando de mais uma turnê europeia, eis que às 21h30 o Nervochaos surgiu com “Total Satan”, do álbum “Battalions Of Hate” (2010). Em seguida veio a faixa título do novo trabalho, “To The Death” (2012). Rápida em ambos os sentidos – velocidade e tempo de duração –, prendeu a atenção do público com riffs secos e bateria ‘martelando’ o tempo todo. O grupo pratica o genuíno Death Metal ‘Old School’ desde sua fundação em 1996, porém, ao executar faixas como “Dark Chaotic Destruction” e “Pazuzu Is Here”, fica clara a influência de Hardcore. Donos de uma discografia considerável que consiste de cinco álbuns de estúdio, um ao vivo e demos, não deixaram de fora “Mighty Justice” do ‘debut’, “Pay Back Time”, lançado no longínquo ano de 1998.

Edu Lane (bateria), Guiller (vocal e guitarra), Quinho (guitarra) e Felipe Freitas (baixo) mostraram que a experiência internacional, tendo dividido palco com bandas consagradas como Cannibal Corpse, Venom, The Exploited, entre muitos outros e mesmo em diversos eventos já realizados aqui no país, beneficamente lhes trouxe mais entrosamento e precisão ao vivo. O set, deveras curto, talvez para não comprometer o cronograma, agradou os presentes, que ainda puderam conferir mais uma faixa do novo álbum, a intrínseca “Mark Of The Beast”. Encerrando o show brutal que o Nervochaos costumeiramente apresenta, veio a avassaladora “Pure Hemp”, de “Legion Of Spirits Infernal” (2002). Muito saudados pelos presentes, os músicos saíram satisfeitos do palco para dar lugar aos anfitriões da noite.

Pouco depois das 22h00, Rafinha Moreira (vocal), Rafael DM (baixo) e os membros mais antigos do Panzer – André Pars (guitarra) e Edson Graseffi (bateria) – já estavam no palco quando se ouviu “Supertzar” do Black Sabbath ao fundo, servindo como introdução. Então, a força do seu Thrash Metal com pitadas de Stoner se iniciou com “Speedy”, de “The Strongest” (2001). “Burden Of Proof” representou o último lançamento da banda, o EP “Brazilian Threat” (2012). Antes de iniciar “Rising”, do single homônimo e que tem seu videoclipe disponível no YouTube – assim como a faixa “Fake Game Of Heroes” –, Rafinha Moreira explicou que a letra é baseada no grave acidente automobilístico que sofreu em 2012 – ele foi obrigado a passar quatro meses internado –, assim como outras dificuldades que a banda já enfrentou.

O destaque ficou para “Red Days” que, assim como em estúdio, recebeu a inserção do riff principal de “Heaven And Hell” do Black Sabbath. Naquele momento, Rafinha aproveitou para apresentar cada integrante da banda, além de puxar o tradicional coro que qualquer plateia no globo faz quando a música dos chamados por muitos “pais do Heavy Metal” é tocada. O Panzer mostrou excelente presença de palco, principalmente por conta de Rafinha e DM. Totalmente ‘insanos’, desciam do palco tocando para participarem das ‘rodas’ com a plateia. Edson Graseffi, já veterano no underground, mostra experiência de estrada e agita bastante enquanto executa suas levadas. Um momento ímpar do show foi quando André Pars chamou ao palco alguns ex-integrantes: Maurício “Cliff” Bertoni (baixo, atual Sakrah) e Denis Grünheidt, que foi guitarrista na banda, mas que hoje é baterista no Ancesttral. Dando uma cara mais rocker em seu repertório veio “My Night”, com menos de um minuto de duração. Também apresentaram a nova “The Last Man On Earth”, que estará no próximo álbum e encerraram a apresentação com “N.S.A.”, que integra o álbum de estreia, “Inside” (1999), não tocada há muito tempo e reformulada com mais arranjos de bumbos. A banda se despediu e foi ovacionada pelo público.

Assim como o Nervochaos, o Woslom também retornava de turnê pela Europa. Após uma breve introdução, “Purgatory” deu início ao show, emendada com “Haunted By The Past”, ambas de seu segundo e recente álbum, “Evolustruction”. O Woslom, formado em 1997 pela ‘cozinha’, Fernando Oster (bateria) e Francisco Stanich Júnior (baixo), hoje completado por Silvano Aguilera (vocal e guitarra) e Rafael Iak (guitarra), vem obtendo reconhecimento de mídia e público com seu Thrash Metal influenciado principalmente por bandas americanas, tais como: Metallica, Exodus, Testament, etc. Afiados em palco desfilaram músicas com muitos riffs e personalidade, como “Soulless”, “Pray To Kill” e “No Last Chance”.

O grupo alia variações rítmicas em suas composições e, acima de tudo, melodia na parte instrumental, mas que se estende ao trabalho vocal de Silvano. O auge do show foi quando anunciaram a faixa título de “Evolustruction”, já bem conhecida por conta do seu clipe, bastante acessado em seu canal no YouTube. E por falar em videoclipe, o grupo possui três na carreira, e foi com “Time To Rise”, do primeiro e homônimo álbum lançado em 2010, que encerrou o set.

Último da noite, o Command6 era a formação mais recente no cenário paulistano participando do evento, tendo sido formada em 2008, e com dois álbuns de estúdio: “Evolution?” (2009) e “Black Flag” (2012). Contando com a adição temporária do guitarrista Alex Gizzi (Trayce), que está auxiliando em algumas datas e formando dupla com Bruno Luiz, a banda está mais potente ao vivo. Não apenas por esse motivo, mas porque encontra em Johnny Hass (baixista) outro fator preponderante já que o mesmo toca seu instrumento com muita ‘pegada’ e timbres que propiciam esse resultado.

Assim como em “Black Flag”, “Crush The World” abriu o show. Aliás, a apresentação do Command6 foi recheada por músicas do novo trabalho sendo que do primeiro apenas “You Wanted, You’ve Got It” e “Jesus Cry” foram executadas. O ponto forte foi “So Cold”, que também possui vídeo. Curiosamente, essa música é a quinta faixa do novo álbum, mesma posição que em “Evolution?” aparece a canção “So Hot”. Perceberam o antônimo? Outro detalhe interessante é que “So Cold” tem um trabalho de vozes, principalmente no refrão, semelhante ao que sempre fez o Alice In Chains, somado ao peso natural que o grupo possui. Falando em voz, Wash é uma atração a parte, já que além da sua alucinada performance, ele se comunica bastante com o público tendo seu carisma correspondido. “Jesus Cry” encerrou a primeira edição do “Panzer Fest”.

Nos bastidores as bandas se confraternizavam e interagiam em clima de amizade e todos comentavam a qualidade do evento e da casa. O Panzer, o Cine Jóia e toda a organização envolvida estão de parabéns pelo profissionalismo tanto com as bandas, quanto com o público e mídia presentes.  O “Panzer Fest” foi a prova de que é possível existir eventos organizados assim como é feito em muitos outros países, com qualidade e respeito. Que venham as próximas edições.

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