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PANZER

Devido às dificuldades, não são muitas as bandas que chegam aos 25 anos de história, ainda mais no Brasil, onde muitas acabam desistindo pelo caminho. O Panzer conhece muito bem essas dificuldades e como mostra o título de seu novo álbum, “The Resistance”, que está prestes a ser lançado, a resistência é a sua maior virtude. No último sábado, o grupo que recentemente havia tocado em Montevidéu (URU), fez o primeiro show nacional dessa celebração e também o primeiro no país com a nova formação. O guitarrista André Pars, um dos integrantes originais do Panzer, ao lado do baterista Édson Graseffi, falou à ROADIE CREW a respeito dessa primeira apresentação comemorativa na capital paulistana: “Poder celebrar 25 anos de banda, num país onde o Metal é quase tido como marginal, é uma marca bem legal e fazer um show comemorando isso é uma forma bem legal de selar essa marca. Realmente, é emocionante parar, olhar pra trás e ver que ainda estamos aí.

O Sesc Belezinho recebeu um público até que razoável, tendo em vista que no mesmo dia diversos outros shows aconteciam em São Paulo, inclusive o do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen, que se apresentava no Carioca Club. E como o Sesc é rígido com horários, às 21h30 em ponto, a introdução mecânica do Panzer começou a rolar de fundo – curiosamente, a mesma que foi usada na turnê de seu segundo álbum, “The Strongest” (2001). Um a um, Pars, Graseffi e os novos, Sérgio Ogres (vocal) e Daniel Corvo (baixo – Chemical), entraram tocando a energética “Speedy”. Na sequência, uma dobradinha com outras duas de “The Strongest”, “Affliction” – que é uma das mais legais da banda – e a pesada “Red Days” (com direito a inserção de trecho do riff principal de “Heaven And Hell”, do Black Sabbath), que antecederam “Rejected”, primeira a ser tocada do ‘debut’, “Inside” (1999). Foram quatro tijoladas seguidas, que mostraram o Thrash / Stoner que o grupo começou a forjar lá atrás, de maneira pioneira no Brasil. Nas duas primeiras músicas, o som da bateria ainda não estava tão bem regulado, mas depois tudo se acertou.

Algo bastante legal foi o fato de que, por ser tratar de um show que marca o primeiro quarto de século do Panzer, André, que comumente é calado em palco, dessa vez se comunicou bastante e assumiu a tarefa de, ao longo do set, contar algumas histórias a respeito da trajetória do Panzer dentro do cenário musical. Na primeira pausa, o músico agradeceu o público, confirmou que aquela realmente era uma noite especial e contou que o Panzer nasceu a partir do sonho dos jovens Édson e de seu irmão, Paulo Graseffi (Hefestos, Punch), que foi baixista da formação original. André também agradeceu a imprensa e os integrantes de bandas que estavam ali presentes e então deu início a “Victim Of Choices”, do penúltimo álbum, “Honor” (2013). Quanto à música seguinte, “Fake Game Of Heroes”, Pars disse que ela foi a primeira da banda a receber videoclipe e que isso aconteceu em uma época em que não havia tantos recursos para tal como há hoje. O guitarrista também revelou que o clipe dela fala de guerras e da imbecilidade humana que acaba gerando-as.

Recentemente, o Panzer divulgou nas redes sociais uma das músicas que fazem parte de “The Resistance”, a arrastada “Impunity”. Anunciada por Sérgio Ogres, foi com ela que a banda tratou de mostrar um pouco do que está por vir em seu quarto álbum, que chegará ao mercado dentro de poucos dias. A música revelou uma pegada ainda mais puxada para o Stoner, embora o vocal agressivo de Ogres mantenha viva a veia Thrash na banda. Além disso, nas partes em que ele cantava usando timbres limpos, lembrava muito o Fear Factory, já que seu estilo vocal, nesse quesito, é muito parecido ao de Burton C. Bell. Falando em Ogres, tanto ele – que ainda estava um tanto quanto tímido, já que pouco falou (talvez pela ocasião exigir mais falas de Édson e André) -, quanto Corvo, se encaixaram muito bem na banda. Além de entrosados, ambos executaram suas partes sem erros e também se movimentaram bastante pelo palco.

Após “Burden Of Proof”, de “Honor”, foi a vez de a banda mandar a curta “My Night”, uma das mais interessantes de “The Strongest”. No decorrer dessa, André Pars ficou sozinho no palco e mandou um solo veloz, com direito a trecho de “Mistreated”, até que os outros três retornassem e o seguissem na base do solo desse clássico do Deep Purple, emendando com outra de “Inside”, “Despair II”, que antecedeu “Your Blood”. “The Old And The Drugs For Soul” foi a segunda do novo álbum a ser apresentada ao público. Com um riff inicial bem legal, ao qual dava para sentir certa pegada de Hard Rock, a música soava mais cadenciada do que as do álbum anterior do Panzer. Segundo as palavras de Pars, essa é a tendência que será notada pelos fãs do grupo em “The Resistance”.

Em dado momento do show, André arrancou aplausos ao comentar emocionado: “Hoje é o primeiro show que meus filhos gêmeos, Pedro e Luíza, de sete anos, estão me vendo tocar”. Pegando o gancho, Graseffi pediu o microfone para falar (algo inusitado de sua parte) e relembrou que quando ele e seu irmão resolveram montar o Panzer, a ideia inicial era simplesmente gravar uma demo e tocar em algum barzinho, não imaginando que esse plano iria se tornar algo tão sério como acabou acontecendo. Daí então, ele agradeceu o público pela presença e pela força e apoio e puxou a próxima, “Intruders”. O show já estava próximo do final, mas ainda deu tempo de tocar a faixa título de “The Strongest” e encerrar com a mais conhecida de “Honor” devido ao videoclipe, “Rising”. Ovacionados, os músicos se despediram e tiraram a tradicional foto com a plateia ao fundo, enquanto rolava no som mecânico uma balada do novo álbum, chamada “You May Not Have Tomorrow” como ‘outro’.

Após o show, Édson Graseffi nos atendeu: “Esse show foi a afirmação de que toda a nossa batalha de anos, valeu a pena. Passamos por muitos momentos ótimos, mas por perrengues também. Tudo isso nos foi uma grande escola. Acho que os próximos 25 anos serão emocionantes, pois já conhecemos muitas pedras do caminho. Vem muita história por aí ainda!”, disse o confiante baterista. Quanto a trajetória do Panzer durante todos esses anos, ele desabafou: “Dá para dividir isso em algumas fases. No início estávamos tentando algo, ainda em situação de banda de garagem vinda do interior, com apenas duas demos. Éramos dois irmãos sem grana, que estavam tentando se firmar na cena de São Paulo e conseguimos, com muito sacrifício e esforço. A seguir, vieram os dois primeiros discos, éramos caras malucos, apostando em coisas e sonoridades que ninguém fazia. Éramos a “banda fora da moda” e acredito que isso nos garantiu um lugar na cena da época, pois éramos diferentes. Por fim, tivemos a volta em 2012 e vejo que ali crescemos muito, encontramos um cenário diferente em vários aspectos e tivemos que nos adaptar. Rodamos por muitas partes no começo dos anos 2000 e pelo que percebo a galera tem gostado muito disso. É o Panzer clássico de volta!

Sobre as comemorações, foi André quem falou: “Faremos muitos shows para celebrar os nossos 25 anos, inclusive, fora do país, pois esse é o momento”. E ressaltou: “Passamos boas e más fases, mas nunca esmorecemos, nos vendemos ou deixamos de valorizar o nosso trabalho e, principalmente, nunca passamos por cima de ninguém para conseguir algo. Isso eu falo com orgulho. Acredito que tudo isso e a vontade de fazer Metal autoral tenham ajudado a nos manter de cabeça erguida e seguindo sempre em frente”. André finalizou relembrando: “Foram 25 anos regados de muitas e muitas histórias, umas boas, outras nem tanto. Grandes shows na década de 90, o hiato de anos, a volta e a estranheza de ver que o público nos shows diminuiu, afinal, no lançamento do “Inside”, em 1998, colocamos 450 pessoas no Black Jack, algo que para o tamanho do local, isso era o mesmo que colocar dois elefantes num fusca! Além disso, fizemos muitos outros shows históricos com o apoio do público enlouquecido. Voltamos em 2012 e fizemos as edições do “Panzer Fest”. Estamos aí, sempre tentando achar meios de divulgar e mostrar o nosso som. Desistir? Nunca! Tenho muito orgulho da nossa trajetória”.

PANZER – setlist:
Intro
Speedy
Affliction
Red Days
Rejected
Victim Of Choices
Fake Game Of Heroes
Impunity
Burden Of Proof
My Night
Despair II
Your Blood
The Old And The Drugs For Soul
Intruders
The Strongest
Rising
You May Not Have Tomorrow

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