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PAPA ROACH

Demorou 23 anos para que, finalmente, o público paulistano conferisse de perto os californianos do Papa Roach, um dos ícones do New Metal mundial, que há 15 anos não pisava no Brasil. No país, o grupo estreou em 2001 tocando na terceira edição do festival “Rock In Rio”. Ansiosos, os fãs simplesmente lotaram a Tropical Butantã para prestigiar o Papa Roach, que atualmente segue divulgando seu mais recente trabalho, “F.E.A.R.”, nono álbum de estúdio, lançado em 2015.

Para a abertura foi escalada a banda paulistana Sioux 66. O grupo vive um grande momento e tem tido ótimas oportunidades de divulgar o seu segundo e recém lançado álbum, “Caos”. A banda já havia feito a abertura para o Aerosmith no estádio Allianz Parque em outubro e agora pôde mostrar o seu Rock And Roll cantado em português com forte influência de Guns N’Roses para um público diferente do daquele show.

Com boa performance, Igor Godoi (vocal), Bento Mello e Mika Jaxx (guitarras), Fábio Bonnies (baixo) e Gabriel Haddad (bateria) atraíram a atenção do público com uma apresentação energética, que começou pesada com a trinca formada por “Caos”, “Tudo Que Restou” e “Porcos”. Daí então, foi a vez de o grupo mandar a sua versão cadenciada para “Calibre” (Os Paralamas do Sucesso), que foi emendada com “Minerva”. Na sequência, o Sioux instigou muita gente com o divertido clássico “(You Gotta) Fight For Your Right (To Party)”, do Beastie Boys – pena que não o tocaram inteiro, pois esse som sempre agita.

Apesar da divulgação do novo álbum, a banda não ignorou o ‘debut’ “Diante Do Inferno” (2013). E foi dessa maneira, mesclando músicas de ambos, que o quinteto emendou “Você Não Pode Me Salvar”, “Seu Destino” e “Outro Lado”, para finalizar seu set. O grupo cumpriu bem o seu papel com uma apresentação curta, porém convincente e irrepreensível. Algo que já começava a irritar desde essa apresentação era a fumaça absurdamente exagerada, que tomou conta da Tropical. Infelizmente, se já estava difícil para o público enxergar o palco, a coisa ficaria ainda pior – e não só por causa da fumaça.

Outra coisa que incomodou muita gente foi o atraso de quarenta minutos do Papa Roach, que deveria ter entrado no palco às 21h30. Mas isso foi esquecido assim que Jacoby Shaddix (vocal), Herry Horton (guitarra), Tobin Esperance (baixo) e Tony Palermo (bateria) entraram detonando com “Face Everything And Rise”, música de abertura de seu novo álbum. A casa veio abaixo! Principalmente quando Jacoby perguntou: “Vocês estão prontos para o Rock and Roll, porra?” Em seguida, foi a vez de o grupo apresentar a recém lançada “Crooked Teeth”, música que fará parte do novo álbum, que a banda promete lançar em 2017.

Na primeira pausa, o ‘frontman’ questionou: “Onde estão os fãs old school do Papa Roach?”. E comemorou: “Estamos muito empolgados por finalmente estarmos aqui nesta grande cidade!”. Foi com essa simpatia que Jacoby anunciou o primeiro clássico: “Between Angels And Insects”, que faz parte do álbum “Infest” (2000). O vocalista do Papa Roach é um cara tão carismático no palco, que antes de anunciar a música “Getting Away With Murder”, agradeceu ao público que gritava o nome da banda em coro e elogiou o visual de um fã que estava na pista Premium, no ‘mosh pit’: “Seu cabelo é fantástico e eu amei o seu bigode!”.

Tudo ia bem, mas, conforme foi dito anteriormente, algo além da fumaça tirou grande parte do público do sério: a falta de iluminação. Exceto pelo começo do show, o que se viu a partir de então foi uma simples penumbra. Ficou impossível, por exemplo, de se enxergar o baterista Tony Palermo. Quem estava nos camarotes enxergava apenas a silhueta dos músicos. Era difícil enxergar seus rostos já que os canhões de luz frontais estavam desligados. Segundo relatos, a falta de iluminação que causou irritação, inclusive em Jacoby Shaddix, aconteceu por pura intransigência do técnico da equipe da própria banda, que estava na ‘house mix’. Uma atitude totalmente desrespeitosa com o público pagante e também com a casa e com a produção que acabaram sendo responsabilizadas pelos menos informados. A fumaça exagerada também fazia parte do ‘rider’ de palco solicitado pela banda.

Assim mesmo, o show prosseguiu e o público agitou de maneira insana. Músicas de quase todos os álbuns foram apresentadas. Do novo ainda vieram “Warriors”, “Broken As Me” e “Gravity” – composição em que o público participou fazendo uso de bexigas brancas. Antes de “Kick In The Teeth”, do álbum “Time For Annihilation: On The Record & On The Road” (2010), que foi uma das mais legais do set, Shaddix pediu desculpas àqueles que compraram ingressos para os shows que haviam sido anunciados em 2013. Ele explicou que a banda teve que cancelá-los por causa da cirurgia que ele se submeteu na garganta.

Os elementos de Rap e de Hip Hop no som do Papa Roach justifica o excesso de samplers em muitas músicas, mas ainda assim, é impossível o cara que curte essa mistura da banda ficar parado. Até mesmo as cadenciadas “Hollywood Whore” e “Forever” empolgaram. Porém, um dos momentos mais caóticos aconteceu em “Blood Brothers”, de “Infest”, a qual Jacoby solicitou que o público mandasse ver no ‘mosh pit’. Ele foi atendido tanto pelo pessoal da pista Premium, quanto da comum. Empolgado e emocionado, Jacoby se mostrou comunicativo o tempo todo e nos intervalos entre uma música e outra não deixava de interagir e animar a plateia.

O repertório do Papa Roach deveria ter sido maior, não fosse a eliminação de “Devil” de última hora. Após mais algumas músicas, incluindo a versão acústica para “Scars”, que foi tocada apenas por Jacoby e Herry Horton, a banda se retirou. Passados três minutos, a plateia entrou em polvorosa com a execução da clássica “Last Resort” e “… To Be Loved” – com direito ao festejado coro “Hey Ho Let’s Go”, da música “Blitzkrieg Bop”, do Ramones -, que deram números finais ao show do Papa Roach.

Muita gente sentiu falta de músicas dos álbuns “Old Friends From Young Years” (1997) e “Lovehatetragedy” (2002), que simplesmente foram descartados do repertório. Músicas como as clássicas “Time And Time Again” e, principalmente, “She Loves Me Not”, por exemplo, teriam feito a alegria de muitos. Apesar disso e da iluminação podre, o sonho dos fãs de assistirem a um show do Papa Roach em São Paulo foi realizado. E o grupo não decepcionou, já que deixou ótima impressão com sua performance altamente energética e eletrizante. Quem sabe agora que um novo álbum está para ser lançado, a banda não cumpra a promessa de não demorar mais tanto tempo para voltar a tocar na cidade?

 

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