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PAUL McCARTNEY – 26 de março de 2019, São Paulo/SP

Sir James Paul McCartney já tem mais de 50 anos de carreira. Assim, nada mais natural que cinco gerações se misturassem no Allianz Parque na noite do dia 26 de março para reverenciar tudo que ele já fez em nome da música. E como fez! Se alguém pode considerar que sua missão por aqui foi cumprida plenamente esse sujeito é Paul McCartney. Afinal, sua trajetória, que começou com os Beatles, passou pelo Wings e continua numa prolífica carreira solo, é repleta de clássicos – e mesmo aquelas composições que não atingiram esse status invariavelmente são de qualidade indiscutível.

Vegano convicto, Paul aproveita para divulgar sua causa através da distribuição de infláveis com a inscrição “não coma animais” sobre sua assinatura e de um folheto que pede participação em uma campanha para que fiquemos ao menos um dia por semana sem consumir carne. Difícil garantir que haja uma relação direta entre as duas coisas, mas a presença de Paul em cena é um negócio impressionante. Acostumados que estamos a shows de menos de duas horas, ele fica no palco praticamente três horas e desfila nada menos que 40 músicas se revezando entre baixo, guitarra, violão, piano, teclado, mandolim e ukelele – você nem vê o cara tomar um gole d’água!

Claro que ninguém nessa vida faz nada sozinho e Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (guitarra e baixo), Paul Wickens (teclado, guitarra, acordeom e gaita) e Abe Laboriel Jr. (bateria), que ele definiu em bom português de gringo como “minha fantástica banda”, são certamente o porto seguro para que ele possa mostrar seu trabalho – com destaque para performático e sensacional Abe, um verdadeiro show à parte. Vale citar que todos são também exímios vocalistas. A novidade foi a adição de um naipe de metais, que fez sua primeira intervenção no meio da galera e depois se transferiu para o palco.

Após um longo e maçante vídeo, enfim começa o show. E o negócio é impressionante em todos os aspectos, a começar pela energia de Macca. Tudo bem, sua voz não é mais a mesma (justamente na maravilhosa Blackbird ela inventou de dar sinais de cansaço, assim como em boa parte de Golden Slumbers), mas quem se importa? Em praticamente todo o set Paul cantou com competência e enorme versatilidade. De cara, A Hard Day’s Night, um dos maiores clássicos dos Beatles só pra deixar claro o que aconteceria ali. “Vamos fazer uma festa”, diria ele a certa altura. E assim começou o desfile de composições inspiradas e executadas com garra e carisma. Save Us, bem mais recente, veio antes de outro arrasa-quarteirão do Fab Four, All My Loving. A primeira do Wings foi Letting Go e em seguida foi a vez de Who Cares, do novo álbum, Egypt Station (2018).

Let Me Roll It, como de hábito, ganhou uma jam no final baseada em Foxy Lady, de Jimi Hendrix, a quem ele saudou ao final. E dedicou várias músicas, também. My Valentine foi oferecida para sua esposa, Nancy Shevell, Nineteen Hundred and Eighty-Five foi para aos fãs do Wings e Here Today e Something foram oferecidas, respectivamente, a John Lennon e George Harrison. Tudo isso e muito mais foi dito em português, que ele “colava” de folhas coladas no chão, a exemplo do que sempre costuma fazer. E cada palavra era saudada com entusiasmo pelos mais de 40 mil pagantes que lotaram o estádio.

Temas dos Beatles não tão famosos também fizeram parte do set, como I’ve Got a Feelin’, I’ve Just Seen a Face e In Spite of All the Danger, essa última anunciada como a primeira gravação realizada pelos Beatles, quando ainda se chamavam Quarrymen, nos idos 1958. E ainda teve espaço para Abe Laboriel Jr. tocar bateria em pé enquanto fazia uma divertida dança em Dance Tonight antes de Paul ficar sozinho no palco e interpretar um set acústico ao violão, com destaque para a lindíssima Blackbird.

O único momento em que o entusiasmo diminuiu (mas não muito) foi na hora da chatinha Back in Brazil, que ele fez em homenagem ao nosso país. Por que será que todo mundo lá de fora que resolve celebrar o país arrisca (e erra) uma bossa nova? Nesse quesito, ponto pra Lemmy e sua Going to Brazil!

Mas logo em seguida foi a vez de uma sequência daquelas de emocionar até um freezer: Let it Be, Live and Let Die (com direito a explosões e efeitos pirotécnicos) e Hey Jude, essa com um coro de 40 mil vozes acompanhando, num daqueles momentos em que até os mais fortes sucumbem.

Após aquela saidinha ‘fake’, a banda voltou, também como de hábito, portando bandeiras do Brasil, da Grã-Bretanha e do movimento LGBT, para desespero dos caretas. Em seguida, meia dúzia de temas de tirar o fôlego: Hi, Hi, Hi (rockão do Wings), Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise), a pesadíssima Helter Skelter e a trinca Golden Slumbers, Carry that Weight e The End que, como acontece há muito tempo, encerra o show.

No geral, foi um espetáculo muito parecido com aqueles que Paul vem fazendo há um bom tempo. Mas aí eu pergunto: qual o problema? Banda sensacional, músicas maravilhosas, som beirando a perfeição, clima agradável e no comando de tudo um dos maiores artistas que este mundo já conheceu. Realmente, não tem o que mexer.

E pra quem esperava que essa seria a despedida de Paul McCartney dos palcos, ele se despediu dando esperanças em bom português: “Até a próxima”.

Estamos no aguardo, Paul. É só dizer dia, hora e local que estaremos lá.

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