Em sua terceira passagem pelo Brasil, o Pierce The Veil veio apresentar as novas canções do já aclamado “Misadventures”, lançado no último mês de maio. O sucessor de “Collide With the Sky”, álbum que catapultou a banda americana para o estrelato, demorou cerca de quatro anos para ficar pronto, o que foi motivo de certa angústia por parte dos fãs. Nesta nova passagem pelo país, o grupo se apresentou novamente no Carioca Club, onde havia tocado em julho de 2013.
O evento, realizado no domingo, 10 de julho, teve abertura a cargo do Savant Inc., formado por Shark e Nicolas Fernandes nos vocais, Guilherme Marchete e Lucas Akihiro nas guitarras, Wellington Pagano no baixo e Rodolfo Patrocínio na bateria. A banda de Guarulhos executa um Metalcore bem interessante, que levantou a galera que começava a entrar na casa. Certamente trata-se de uma banda de futuro.
Diferentemente do que vem fazendo nessa nova turnê, onde apresenta o novo álbum na íntegra (atitude corajosa para uma banda tão nova), o Pierce The Veil preferiu jogar um jogo mais seguro. Assim, mesclou músicas novas com antigas, principalmente as do já citado “Collide With the Sky”. O show começou com a faixa de abertura do novo trabalho, “Dive In”, com influências de Muse, mas que logo entra no estilo habitual da banda, com quebradas de andamento e vocais inspirados do vocalista Vic Fuentes. Uma faixa muito interessante para o começo do show e tem tudo para permanecer nos futuros setlists.
Em seguida, ainda mantendo a ordem do álbum novo veio a veloz “Texas is Forever”, provavelmente uma das mais rápidas da banda. Com andamento Hardcore mais tradicional, é uma das melhores de “Misadventures” e a deixa para o baterista Mike Fuentes mostrar a sua versatilidade. Para alegria dos fãs, em seguida veio a primeira do álbum de 2012, “A Match Into Water”, que mostra bem o estilo do Pierce The Veil, misturando melodia e agressividade na medida certa com vocais característicos de Vic.
O público formado principalmente por adolescentes, alguns acompanhados de seus pais, cantavam junto com a banda, transformando o Carioca Club em uma grande festa. Se não bastasse a performance dos músicos que contagiavam a todos, o show foi composto por jatos de fumaça, trocas de guitarras ao término de cada música e fitas decorativas caindo do teto fazendo com que os fãs fossem à loucura. As luzes do Carioca Club por diversas vezes eram acesas para que a banda interagisse com a plateia.
De volta ao trabalho novo, veio a acessível “Floral & Fading”, bem melódica e perfeita para os fãs cantarem junto, mostrando a banda dando um passo à frente dentro do seu estilo. Antes da execução da próxima música, o vocalista perguntou se tinha alguém na plateia que gostaria de ajudar e, como grande parte dos presentes se ofereceram, coube ao vocalista escolher uma felizarda para acompanhar a banda em “Bulletproof Love”, faixa do segundo álbum de estúdio, “Selfish Machines” (2010), que foi acompanhada pela plateia cantando-a do início ao fim. Mais para o final do show ainda rolou mais uma faixa de “Selfish Machines”, “Caraphernelia”. Curiosamente, estas faixas já tradicionais nos shows da banda foram as únicas presentes nas três apresentações realizadas em São Paulo – eles também tocaram por aqui em 2011 abrindo para o Sum 41 e em 2013.
“Hold On Till May”, que fecha “A Match Into Water”, serviu para dividir a primeira parte do show e teve grande participação do público que, em muitas partes, levou a musica praticamente sozinho. Em seguida, o vocalista perguntou quem já tinha o álbum novo. Bem, a pergunta estava respondida antes de ser feita, uma vez que quase todo mundo já tinha cantado as músicas novas apresentadas até aquele momento. O vocalista também aproveitou para apresentar a banda que, além dele e do seu irmão Mike, é composta por Tony Perry na guitarra e Jaime Preciado no baixo. Os quatro vieram para frente do palco apresentar, segundo eles, algo pela primeira vez: “Today I Saw the Whole World” em versão acústica. Bem diferente da original, serviu para dar uma acalmada na plateia.
Depois da calma veio a tempestade e a banda emendou a primeira faixa do álbum “Collide With the Sky”, a introdução “May These Noises Startle You In Your Sleep Tonight” com a pancada “Hell Above”, emendada com “The Divine Zero”, do álbum novo. A mensagem “qualquer um pode mudar o mundo” foi dada quando o vocalista apresentou-a. Aproveitando a sequência empolgante, uma das preferidas dos fãs, “Bulls In The Bronx”, teve apoio total da plateia, principalmente nos refrãos. A banda termina a primeira parte do show com a já citada “Caraphernelia”, agradecendo a todos pela presença.
O bis foi iniciado com “Circles”, primeira faixa a virar clipe do novo álbum e que conta com um estilo ‘radio friendly’, tendo tudo para aumentar ainda mais o sucesso da banda. Para fechar o show em alta veio o maior sucesso, “King For a Day”, faixa que em sua versão original conta com a participação do vocalista Kellin Quinn da banda Sleeping With Sirens. Assim, o público aproveitou os últimos momentos do show para cantar mais uma vez junto com uma das principais bandas atuais do post-hardcore. É interessante verificar a presença de um público mais novo, que tem na banda a porta de entrada para o Rock. Esperamos que essa galera continue indo atrás de novas bandas, fortalecendo ainda mais a cena.