A indústria musical tem passado há algumas décadas por mudanças drásticas. A proliferação da internet e compartilhamento de arquivos ameaçou a viabilidade de gravadoras, enquanto o advento do streaming dificultou a ideia de ganhar a vida com direitos autorais. Entretanto, nada disso importou para o Dream Theater.
Em entrevista à Goldmine Magazine, John Petrucci explorou as diferentes fases da carreira da banda. Quando a conversa abordou a queda em vendas de álbuns físicos, o guitarrista revelou por que o grupo não se preocupa com isso.
Ele falou:
“Bem, aí que fica interessante. Para o Dream Theater, nós nunca tivemos muito sucesso comercial. Nós tivemos uma canção no nosso segundo álbum Images and Words (‘Pull Me Under’), de 1992, que foi um sucesso de rádios de rock e nos conseguiu um disco de ouro. Mas fora isso, nós nunca pudemos nos acomodar com a ideia de vender milhões de cópias.”
O fato de ter trabalhado sempre com foco nas turnês deu ao grupo certa segurança em meio às mudanças na indústria. Petrucci completa:
“Nós começamos nossa carreira com a ideia que nosso futuro dependia de turnês e performances ao vivo. Então investimos nisso desde o começo. Éramos uma banda internacional, desenvolvemos um público global de cara. Então não sentimos nenhuma mudança de paradigma porque tínhamos isso estabelecido.”
Dream Theater e os 150 shows por ano
De acordo com John Petrucci, o Dream Theater fazia 150 shows por ano pelo mundo todo. Com isso, eram capazes de fazer uma renda respeitável com ingressos e mercadorias.
Isso tornou a banda independente de vendas físicas. Além disso, representou menor pressão da gravadora, especialmente após a década de 1990.
Ele disse:
“O segundo contrato que assinamos, originalmente com a Atco Records, foi para oito álbuns, algo nunca feito. Mas nós éramos jovens e assinamos onde dizia para assinar. A coisa interessante sobre isso é que o selo aprendeu bem rápido que a gente é autossuficiente.”
Sem pressão de gravadora
Como evidência da relação saudável entre o Dream Theater e a gravadora, Petrucci fez referência ao fato de que a banda nunca foi ameaçada de rescisão caso não replicassem o sucesso de “Pull Me Under”. Eles podiam produzir seus próprios álbuns em paz, trazer sua renda na forma de turnês lucrativas e ao longo dos anos todas as opções de renovação do contrato foram ativadas.
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