Preconceito de TRENT REZNOR contra o POISON impediu RICHIE KOTZEN de ser guitarrista do NINE INCH NAILS

Em recente entrevista à revista Hot Metal, Richie Kotzen fez uma revelação surpreendente: ele quase integrou o Nine Inch Nails, mas foi barrado por uma decisão estética de Trent Reznor, motivada pelo passado do guitarrista no Poison, uma das principais bandas do hair metal americano da década de 80.

Segundo o músico, o convite partiu de seu amigo Jeordie White (também conhecido como Twiggy Ramirez), então baixista do Nine Inch Nails e ex-membro do Marilyn Manson. Kotzen relembra a situação:

“O mais perto que cheguei de entrar em uma banda (e não entrei) foi o Nine Inch Nails — e ninguém sabe disso. Isso é real. Eu era amigo do baixista do Marilyn Manson, que estava tocando no Nine Inch Nails. Ele me disse: ‘Você precisa vir. Estamos com dificuldade pra encontrar um guitarrista’. Então fui até o Third Encore (estúdio de ensaio em North Hollywood) e passei o dia lá. O Trent me disse: ‘Você é de longe o melhor cara que testamos. Eu adoraria ter você na banda. Meu empresário vai entrar em contato com você.’ Saí de lá pensando: ‘Uau, ok, vou entrar em outra banda’.”

A empolgação, no entanto, durou pouco. Após semanas sem retorno, Kotzen encontrou novamente Jeordie, que explicou o motivo do silêncio de Reznor:

“(Reznor) basicamente disse que não queria abrir a (revista) Rolling Stone e ver ‘Nine Inch Nails contrata ex-guitarrista do Poison Richie Kotzen’. Ele não queria a associação com uma banda de hair metal naquele universo. E, esteticamente, quando você pensa na base de fãs e em como as pessoas interpretariam aquilo, eu até entendo. Então brinquei dizendo: ‘Faço isso usando um pseudônimo’, porque eu não estava fazendo nada na época e, sabe, acho ele um gênio — teria adorado trabalhar com ele.”

Richie Kotzen gravou com o Poison o disco Native Tongue, de 1993, uma fase mais sofisticada da banda, mas ainda associada ao glam metal – com esse álbum, e já com Blues Saraceno no lugar de Kotzen, o Poison visitou o Brasil pela primeira (e única) vez.

Apesar da frustração com a recusa, Kotzen reflete com maturidade e sem arrependimento:

“Não foi a primeira vez que isso me impediu de seguir um caminho ou outro. Mas, por outro lado, não me arrependo de ter feito parte do Poison. Acho que fizemos um ótimo disco. Prefiro que aquele álbum exista do jeito que está do que ter feito qualquer outra coisa que poderia ter acontecido. Mas é assim que o mercado funciona. Não é só sobre música — muita gente ouve com os olhos. E isso é triste em situações assim. Mas é uma realidade. E é mais comum no mundo do rock, aliás.”

O guitarrista também comparou a cena do rock com a liberdade criativa do jazz e do fusion, lembrando sua passagem pela banda de Stanley Clarke, ao lado de Lenny White:

“Depois fui tocar com Stanley Clarke. Estava na banda dele, com o próprio Stanley Clarke e o Lenny White. O Stanley é um inovador, uma lenda. Ele não deu a mínima pra que banda eu tinha feito parte antes. Era sobre a música. Isso é o mais legal no jazz e no fusion — é realmente sobre a música. E o rock — embora eu seja um cara do rock; adoro —, por mais que digam o contrário, não é só sobre a música. É sobre a música e todo o resto que vem junto. Você precisa colocar esse chapéu quando entra nesse meio.”

Atualmente, Richie Kotzen está em destaque com o álbum Black Light/White Noise, parceria com Adrian Smith, guitarrista do Iron Maiden, lançado na última sexta-feira (04).

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