PRESSURE GAIN: ANCESTRALIDADE COM A ALMA DO METAL BRASILEIRO

Por Alex Viana

A banda catarinense de hard/metal Pressure Gain lançou em 2024 o seu primeiro álbum, Ancestral e, de lá pra cá, vem colhendo os mais diversos frutos pela qualidade apresentada. A produção do material contou com o experiente Tiago Della Veja, do Shokran Studios, garantindo um nível absurdo no produto final. A ROADIE CREW conversou com a vocalista Gi Assmann para saber todas as novidades acerca do seu trabalho quais seus próximos passos.

Foto: Gabriel Sterz

Faz algum tempo desde a nossa última conversa, então pode nos atualizar sobre as atividades da Pressure Gain?
Gi Assmann: A Pressure Gain tem vivido um momento incrível de crescimento. Desde o lançamento do álbum Ancestral, temos trabalhado bastante na divulgação. Ele tem recebido uma ótima recepção, e estamos planejando apresentações para levar nossa música a um público ainda maior. Além disso, estamos em fase de composição para um próximo trabalho, então podem esperar novidades em breve! Recentemente, alteramos o nome do nosso ‘rótulo musical’ para ‘haux metal’. Haux no xamanismo remete a conexão e cura espiritual. Nosso som é uma experiência que busca transformar emoções e trazer uma mensagem de força e renovação para quem nos ouve. É a nossa forma de nos posicionarmos na cena de maneira única, conectando nossa sonoridade com algo mais profundo. Então unimos esses termos, haux e metal, com o objetivo de criar algo que seja autêntico e que toque as pessoas de uma forma única.

Ancestral já foi lançado há um tempo, e tenho acompanhado a evolução dele junto aos colegas de imprensa. Mas quais são as suas impressões acerca deste trabalho até aqui?
Gi: Ancestral é um álbum muito especial para nós. Ele carrega uma energia única e uma mensagem que toca muitas pessoas. A recepção tem sido muito positiva, tanto da crítica quanto do público. Muitos fãs nos contam como as músicas os impactaram, e isso é a melhor resposta que poderíamos ter. Sentimos que conseguimos transmitir nossa essência e estamos muito felizes com os caminhos que o disco abriu para a banda. Como nosso primeiro trabalho, ele nos mostrou qual direção seguir. Conquistar mercados maiores é só uma questão de tempo, e acreditamos que tudo acontece no momento certo. Enquanto isso, seguimos focados, fortalecendo nossa base de fãs e expandindo nossa presença no cenário musical.

Capa desenvolvida por Shokran Studios e Kistt (Cleberson Kistner)

Qual o atual line-up da banda?
Gi: Atualmente, a Pressure Gain é formada por mim, Gi Assmann, e minha irmã, Moni Assmann, nos vocais, Daniel Russo na guitarra e Kistt no baixo. Quanto ao baterista, não temos alguém fixo nesse momento. Essa é nossa formação sólida e bastante conectada desde 2016, o que tem sido essencial para a evolução da nossa sonoridade.

Qual a repercussão do último single, Follow Your Dreams? Particularmente, achei que ele vem com uma linguagem mais madura. Como tem sido a recepção desta música junto aos fãs?
Gi: Follow Your Dreams realmente tem uma abordagem mais madura, tanto na composição quanto na produção. Em combinação com o videoclipe, ela intensifica ainda mais sua mensagem. Ela fala sobre persistência e coragem para seguir nossos sonhos, e sentimos que ela ressoou bastante com o público. Os fãs têm se identificado muito com a mensagem e nos deram um retorno superpositivo, o que nos motiva ainda mais a continuar explorando essa direção.

Existe a possibilidade de a banda gravar algum cover de algum outro artista, alguém que exerça influência no som de vocês?
Gi: Temos algumas influências marcantes que nos acompanham desde o início, já fizemos muitos shows covers, inclusive colocando nossa identidade nas músicas. No momento, não temos essa intenção de gravar algum cover, mas quem sabe algo possa surgir no futuro.

For a Better World é outra com que adorei ter tido contato, até porque nela temos alguns arranjos de vozes bem particulares. Concorda?
Gi: Concordo totalmente! For a Better World é uma das músicas em que experimentamos bastante com harmonias vocais para criar um clima único. Queríamos trazer uma atmosfera que reforçasse a mensagem da música, e acredito que conseguimos esse efeito. Fico feliz que tenha gostado! Nós nos permitimos explorar diferentes nuances vocais para traduzir a profundidade emocional de cada música, deixando que cada arranjo expresse sua própria identidade dentro do tema. Assim como cada um de nós reage de maneira única às experiências da vida, a música se torna a expressão cantada dessas emoções, vivências e reflexões. O processo de gravação foi muito intuitivo e nos entregamos completamente a ele, permitindo que melodias e harmonias surgissem de forma natural, ressoando verdadeiramente com o que queríamos transmitir.

Já em Woman temos a banda pesando a mão. Acredito que ela tem tudo pra ser uma das preferidas dos fãs dentro da faixa etária de 35 anos ou mais, concorda?
Gi: Sim! Woman tem um peso e uma intensidade que resgatam uma essência mais clássica do metal, é cheia de energia, percebemos que isso ressoa bastante com esse público. Acreditamos que essa música tem um potencial ainda inexplorado, pois há muito trabalho a ser feito. Muitas pessoas que nem sequer ouvem o estilo, e de diferentes idades inclusive, quando escutam a nossa música se impactam, se conectam com algo. Um exemplo disso é uma conhecida nossa, mãe, fotógrafa e agora fã que contou que, para um determinado evento, se arrumou diferente do que os filhos a enxergam no dia a dia. A filha perguntou: ‘Mãe o que é isso? Por que você está assim?’ E ela respondeu: ‘Essa é sua mãe arrumada filha, pois, como diz a música da Pressure (Woman), nós podemos amar ser todas as nossas versões.’ Woman com toda sua força, vem para impulsionar as mulheres a viverem todas as suas versões, é um convite ao amor próprio, um resgate, um reencontro com esse poder do sagrado feminino. E para participação da cantora japonesa Michal na música bônus reforça ainda mais toda a intenção dela.

Recebemos o material físico de vocês e ficamos impressionados com a qualidade do produto. Existe a possibilidade de termos vocês com shows em São Paulo?
Gi: Ficamos muito felizes com esse reconhecimento. Sim, definitivamente temos planos para tocar em São Paulo. Estamos conversando com produtores e analisando possibilidades para viabilizar esses shows. Queremos muito levar nosso som para o público paulista e de outros estados.

Ancestral traz algumas composições muito interessantes. Como vocês chegaram nesse repertório? Sobraram faixas que não entraram no disco?
Gi: Já vínhamos compondo antes desse primeiro álbum, lançamos alguns singles. Felizmente, temos facilidade em compor. Eu e a Moni focamos mais nas letras e melodias, enquanto Daniel Russo e Kistt se entendem muito bem na hora de desenvolver as harmonias e arranjos. E, claro, nosso produtor Tiago Dela Veja foi quem conseguiu dar vida a tudo isso. Ele captou nossa essência e nos ajudou a evoluir muito. Quando veio a proposta de gravarmos um álbum, pegamos o material que já tínhamos rascunhado e inserimos mais composições de acordo com o tema, o que foi essencial para direcionar a escolha das músicas. Confesso pra você que não é fácil escolher um tema. Foi um momento de refletir de fato o que queríamos passar pro público. Vinha a pergunta: qual é nossa missão na música?  Como já vínhamos há um tempo numa busca de evolução pessoal e expansão da consciência, trazer certas reflexões no álbum fez total sentido. Então a escolha dessas músicas se conecta com o que acreditamos e com experiências que passamos. Sobrara]m algumas ideias que não tinham a ver com esse disco, mas que estão guardadas esperando uma oportunidade. Além disso, a gravação inspirou novas ideias, só eu tenho mais de 50 melodias iniciadas depois do Ancestral.

Quem foi o responsável pela arte da capa do material e qual o significado dela para vocês?
Gi: O processo de criação da capa do álbum teve no primeiro momento a participação de todos os integrantes da banda, com diversas ideias. Mas foi desenvolvida e finalizada em parceria entre a Shokran Studios e Kistt, baixista da banda. Ela simboliza a conexão entre passado e presente, destacando a espiritualidade e a sabedoria ancestral. O crânio central representa a transcendência da vida, enquanto os elementos tribais remetem à força da natureza e da espiritualidade. O símbolo sagrado na testa reforça a ideia de transformação e evolução. Com um visual enigmático e imersivo, a arte reflete a essência do álbum, convidando o público a uma jornada de autoconhecimento e reconexão com suas raízes.

A imersão proposta em Ancestral dentro do universo criado pela banda tem dado certo? Os fãs têm entendido a proposta de mesclar riffs pesados com uma estética mais comercial?
Gi: Desde o início, queríamos equilibrar peso e melodia de uma forma que transmitisse emoção e fosse acessível sem perder a identidade. Queremos que nossa música chegue também ao público que não é do estilo. Ou seja, que se conecte não pelo estilo mas pelo propósito. E o público tem entendido isso. A The Life After Tomorrow é nossa música mais ‘radiofônica’, digamos assim, e tem conquistado o público pela mensagem e por um arranjo que toca profundamente. ]For a Better World e Woman, por exemplo, são mais pesadas, mas com melodias de refrão mais comercial e que ficam na cabeça. A Pressure Gain é uma fusão de influências, emoções e experimentações, e nossa intenção nunca foi nos prender a um único rótulo. Preferimos pensar no nosso som como uma expressão de liberdade artística dentro do universo do rock alternativo, mas com nuances que passeiam por outros gêneros.

Imagino que um novo álbum já esteja nos planos. O que você pode nos adiantar quanto a isso?
Gi: Sim, já estamos trabalhando em novas composições! Ainda é cedo para dar muitos detalhes, pois estamos bem focados na divulgação de Ancestral, mas posso adiantar que estamos explorando novas sonoridades e buscando evoluir ainda mais nossa identidade musical. Fiquem ligados que novidades vêm aí!

A banda pretende levar o show de Ancestral para outros estados brasileiros?
Gi: Com certeza! Nosso objetivo é levar a Pressure Gain para o maior número possível de estados. Esperamos que o mercado brasileiro se jogue com a gente nesse álbum e se permita vivenciá-lo. Estamos trabalhando junto a produtores e parceiros para organizar essa agenda, e esperamos poder anunciar novas datas em breve.

Mais uma vez, obrigado pela simpatia e cordialidade. Deixe aqui sua última mensagem para o pessoal que acompanha a ROADIE CREW.
Gi: Eu que agradeço]! Quero deixar um grande abraço e todo nosso carinho para todos que acompanham a ROADIE CREW e a Pressure Gain. Obrigada pelo apoio e pela energia de sempre! Continuem acompanhando as nossas redes sociais e se puderem divulguem pra alguém que ainda não nos conhece. Fiquem atentos, porque muita coisa boa está por vir! Até breve!

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