Não que seja sempre assim, mas para alcançar o sucesso muitas vezes uma banda conta não apenas com a qualidade de sua arte, como também com um staff compente, incluindo o trabalho exercido, por exemplo, por bons produtores e empresários. No caso do Black Sabbath, desde a sábia decisão de deixar para trás o nome Earth por algo bem mais impactante e sombrio, até o lançamento de seus dois primeiros álbums, Black Sabbath (1970) e Paranoid (1972), uma pessoa teve papel fundamental para as decisões do grupo: o empresário Jim Simpson. E devido não apenas ao seu trabalho com o Sabbath mas também em reconhecimento por seu serviço à indústria musical e contribuição à cidade inglesa de Birmingham (onde a banda surgiu), Simpson foi homenageado no último sábado (09) pelo Lifetime Achievement Award no Birmingham Awards.
O prêmio lhe foi entregue mediante ao reconhecimento por sua “influência de décadas” na indústria da música e também por seu trabalho com a Big Bear Records, a agência de artistas Big Bear Music e o festival de jazz foi “fundamental para moldar a paisagem cultural de Birmingham”. Jim também foi finalista na categoria Empreendedor do Ano, enquanto seu festival de jazz foi finalista na categoria Arts & Culture Award. Além dos feitos mencionados, Jim Simpson foi reconhecido por publicar a revista Jazz Rag (distribuída apenas em âmbito nacional), e por criar os shows regulares do Henry’s Blueshouse, que agora acontecem na boate Snobs.
“É ótimo que o jazz e o blues sejam reconhecidos no mainstream e estou muito satisfeito e lisonjeado por eles terem decidido me escolher para este prêmio”, agradeceu Jim.
Brian Hughes, presidente do Westside BID, explicou: “Este é um prêmio extremamente merecido para alguém que tem sido tão influente na música, desde ajudar o lançamento do Black Sabbath no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 até administrar o Henry’s Blueshouse em 2024. Que vida e que carreira!”.
Jim Simpson e seus feitos na indústria musical
Aos 14 anos, começou a se envolver de maneira efetiva no cenário musical, quando ele formou um clube de jazz na escola.
Como empresário, Jim Simpson foi crucial para o início da carreira do Black Sabbath. Ele começou a trabalhar com a banda ainda em seus primeiros dias, quando o grupo ainda se chamava Earth e era pouco conhecido fora de Birmingham, Inglaterra. Na época, Simpson era o proprietário de uma casa noturna chamada Henry’s Blueshouse, um local onde o Sabbath tocava com frequência e começou a desenvolver seu estilo e som característicos.
Simpson foi uma figura de grande influência, ajudando a moldar a carreira inicial da banda ao garantir apresentações e os primeiros contratos, além de facilitar a gravação de seus primeiros materiais. Em 1969, ele os ajudou a fechar um contrato com a gravadora Fontana, que levou à gravação do single Evil Woman. Mais tarde, ele conseguiu uma oportunidade para que assinassem com a Vertigo Records, que resultou no lançamento do lendário álbum de estreia Black Sabbath em 1970.
Apesar de sua importância inicial, Simpson e a banda acabaram se separando. O grupo optou por buscar um empresário mais experiente em contratos internacionais e nas demandas do crescente sucesso. Essa separação abriu caminho para que o Black Sabbath trabalhasse com Don Arden, e mais tarde com o marido de sua filha empresária Sharon Osbourne, Ozzy Osbourne. Depois de descobrir o Sabbath, ele passou a trazer importantes, mas negligenciados, bluesmen americanos em longas turnês pela Europa, gravando-os para a Big Bear Records.
Junto de seu irmão Ron, Jim escreveu três livros: Don’t Worry ‘Bout The Bear, Dirty Stop Outs Guide To 1970s Birmingham e Dirty Stop Outs Guide to 1980s Birmingham, que será lançado no Snobs às 18h45 na terça-feira, 19 de novembro.
A contribuição de Jim Simpson é lembrada como essencial para os primeiros passos da banda e para o desenvolvimento de seu som único que mudaria a história do heavy metal.
Em 2024, Jim já havia sido premiado com o título de Doutor Honorário em Música pela Universidade de Birmingham.
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