Apostar em sonoridades densas e incompreensíveis para boa parte das pessoas não é novidade para o trio PRIMITIVE MAN, afinal, esta já foi a premissa básica do primeiro registro do grupo, Scorn, lançado em 2013. Com o passar dos anos, a expectativa por um novo álbum foi aumentando gradativamente, e eis que temos em mãos Caustic, o segundo completo de estúdio da banda. Tomando como parte cabível ao processo de escrita do material aqui contido – longos quatro anos – o tempo de duração é até justo: mais de uma hora de música, onde (subtraindo-se quatro pequenas vinhetas) oito músicas longas, densas e malditas disputam espaço na porrada, uma briga em que sempre é a sua cabeça que paga o preço, caro leitor. Mas, acredite se quiser, isso é muito bom. Claro que é necessária uma certa disponibilidade de tempo e espírito para encarar músicas como My Will, que abre o trabalho com o pé no freio e se arrasta por cinco minutos, mas ouvir o riff inicial de Victim vale o esforço. A qualidade dos vocais em todo o disco é louvável, garantia do talentoso Ethan Lee McCarthy, que talvez você conheça de Decline, o excelente e incômodo álbum de estreia do VERMIN WOMB, lançado em 2016. Então, se estiver procurando por uma experiência musical incômoda e brilhante, que tal conferir este PRIMITIVE MAN? Fãs de doom metal, noise e sludge terão muito assunto para discutir.