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PRIMORDIAL – ENFIM, O BRASIL ESTÁ NA ROTA…

No ano passado, a banda irlandesa Primordial lançou seu nono álbum completo de estúdio, o elogiado Exile Amongst The Ruins. Como vem sendo costumeiro na carreira do grupo, o álbum gerou grandes discussões entre os fãs, para no final terminar aclamado como mais uma obra de grande qualidade. Na época do lançamento, a ROADIE CREW aproveitou a ocasião para conversar com o líder da banda (edição #231), o vocalista Alan Averill, que nos falou sobre as peculiaridades daquele que é, até o momento, o mais recente material do Primordial: “tem umas duas ou três canções que são um pouco diferentes para nós”, declarou o vocalista, “mas este é o nosso nono álbum, então tínhamos que dar um passo além e ir um pouco mais adiante”.

Embora essa transição fosse evidente e até mesmo necessária para manter a banda funcionando, Alan e seus parceiros estão conscientes das qualidades específicas da sua música, e não parecem dispostos a dar uma guinada de 180 graus. “Nós temos o nosso estilo, temos algo que esperamos do nosso som, mas também não é como se nos sentíssemos confinados ou presos, saca? Sinto que poderíamos fazer um disco acústico e ainda assim permaneceríamos fieis a origem do Primordial”. O principal motivo das ‘diferenças’ entre Exile Amongst The Ruins e os discos anteriores da banda se encontravam na música que foi escolhida para receber o primeiro vídeo desse novo álbum, Stolen Years. “Quando ela foi lançada, foi um pouco surpreendente para as pessoas. Elas esperavam algo grandioso, e chegamos com uma música simples, obscura. Foi diferente, mas acabou sendo uma reação muito boa, eu acho”.

Com a proeminência da vinda da banda para o Brasil – algo que está acontecendo pela primeira vez em sua longa história – aproveitamos para conversar novamente com Alan, e assim conseguir mais alguns detalhes sobre a obra. Sobre a temática e o título do novo álbum, ele disse: “é realmente sobre algo como uma doença espiritual no Ocidente, que nos levará à ruína. A falta de crença em nossa história, cultura e moral e o que essas coisas representam. Aqueles que entendem isto estão no exílio, e nosso futuro será arruinado”. Essa visão de corrupção moral, de ruína de tudo aquilo que nos torna humanos, também toma forma na capa: “é uma foto de um túmulo na Grécia, com a face removida, iconoclastia. O desejo de algumas pessoas de derrubar estátuas, reescrever o passado, criar uma imagem para a Europa, por exemplo, é uma coisa negativa e pejorativa. Interpretar errado a história quando isso lhes convém, também é algo icônico e marcante”.

Claro que toda essa corrupção cerca os ‘exilados’, e provavelmente Alan já sentiu seus efeitos por muitas vezes na própria carne. O vocalista confessou que já sentiu vontade de abandonar o barco, algo que felizmente nunca fez, optou por seguir em frente. “Houve alguns momentos em que eu me senti um pouco esgotado ou farto da indústria e de todas as coisas que ficam no caminho o tempo todo, seria ótimo ser uma banda profissional e estar lá tocando, viajando, sendo criativo e ganhar a vida, mas esta é a vida, então temos que tirar o que podemos dela”.

No fim das contas, essa teimosia criativa e essa persistência artística finalmente seriam recompensadas, não apenas com uma discografia única, mas com giros cada vez mais distantes, que, como dissemos, finalmente alcança o Brasil. Lembro que ano passado, quando conversei com Alan, ele não tinha uma visão otimista sobre essa possibilidade: “o problema para uma banda como a nossa é que todos temos entre 40 e 45 anos, e ir para a América do Sul é uma coisa incerta”, ele confessou. “Mas o caso é que os caras da banda diriam ‘ok, vamos lá’, mas nós precisaríamos saber com cinco ou seis meses de antecedência. No entanto, parece que a maneira sul-americana é marcar os voos um mês antes, esperar até o último minuto para marcar as coisas. É algo que não podemos fazer, pois temos família, trabalho… Não somos como o Enslaved, não somos uma banda profissional”.

Porém, pouco depois da publicação da entrevista, nós (e também o próprio Alan) fomos surpreendidos com a confirmação da primeira vinda do Primordial para a América do Sul. Aparentemente, a banda encontrou no tradicional Thorhammerfest as condições que eram necessárias para viabilizar esses shows. De fato, se Alan falou em cinco meses de antecedência, digamos que a organização do Thorhammerfest deixou tudo pronto e acertado quase que com um ano de antecedência, prova da qualidade e do nível de profissionalismo de um festival que só faz crescer. Alan, agora muito mais animado e satisfeito, confessou para este repórter: “sim, finalmente, depois de todos esses anos. O tempo se move lentamente no mundo do Primordial. Bem, eu tinha ouvido falar sobre esse festival temático pagão de metal, e os organizadores apenas estenderam a mão para mim e lentamente a ideia tomou forma, e aqui estamos … é estranho como a vida funciona às vezes. Eu ouvi sobre este festival incrível dos caras em Thyrfing e, em seguida, um mês depois, estava em contato com eles”.

Agora, é tudo uma questão de preparar-se, e de esperar pelo momento de trazer aos fãs brasileiros aquilo que de melhor o Primordial tem para oferecer. Quanto a esperar, é questão de seguir os dias e manter a calma, algo que inclusive tem muito a ver com a maneira como o vocalista se prepara para as apresentações ao vivo. “Eu geralmente gosto de um pouco de paz e sossego, e testo um pouco a minha voz, preparo os cenários, tomo o tempo para começar a colocar as roupas de palco e maquiagem. Depois, tento encontrar alguns momentos para colocar a minha cabeça no clima certo e concentrar minha energia”. Com seus ‘rituais’ pré-shows feitos, basta subir no palco e detonar. “Bem, em termos simples, as pessoas estão lá para ver esses shows. Sem isso não há nada. Estou muito satisfeito que onde quer que vamos temos fãs muito dedicados, e eles vão até lá e compartilham algo especial conosco. Faz muito tempo desde que tivemos um show realmente ruim. Claro que há coisas técnicas, um show realmente bom pode ter a seu brilho tirado por um som ou equipamentos ruins”.

Ademais, resta para nós, fãs de longa data que sempre esperaram pela oportunidade de ver o Primordial no Brasil, não perder esta chance incrível de prestigiar ‘in loco’ uma performance da banda em nossos palcos. Para Alan, o objetivo continua o mesmo: “é seguir adiante, visitando cada vez mais países onde nunca tivemos antes a chance de tocar. Não somos como o Marduk, não fazemos turnês incansavelmente. Para nós, faz muita diferença finalmente pegar um avião para tocar no Brasil”.

Para mais informações sobre o Thorhammerfest, acesse o link abaixo:

https://www.thorhammerfest.com.br/

Edições avulsas, assinatura física e digital.

Conheça a nossa Roadie Crew Shop – acesse https://roadiecrew.com.br/roadie-shop

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