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BELPHEGOR

Pandemônio, segundo o dicionário, quer dizer “grupo de pessoas que se reúne para fazer o mal ou causar tumulto, agitação, bagunça, baderna”. Pandemônio, segundo os fãs de heavy metal: “show do Belphegor”. Após esta mais nova passagem dos austríacos por São Paulo, nada mais justo do que acrescentar essa nova definição aos dicionários, já que a fúria e o extremismo demonstrado por Helmuth Lehner (vocal e guitarra), Serpenth (baixo e backing vocals), Impaler (guitarra) e “BloodHammer” Schilling (bateria) foi algo totalmente fora do convencional. A começar pela decoração de palco, transformado em um local perfeito para uma missa negra, repleto de crânios humanos e de animais – tudo havia sido programado para causar impacto, o que se comprovou logo na entrada de BloodHammer, que puxou o coro de “Belphegor, Belphegor” na bateria.

Já com o time completo em cena, e ovacionados pela plateia, o estrago começou em alta voltagem, com a sempre presente “Intro”, seguida por “Bleeding Salvation”, faixa do sensacional “Goatreich – Fleshcult”, de 2005. Urrando como o demônio, e se aproximando do público para solar, Helmuth ganhou a plateia logo de cara, e dividiria o protagonismo da noite com o baixista Serpenth, que agitava a todo o momento e demonstrava a postura que uma banda de metal extremo deve ter ao vivo.

A sequência demolidora seguiu com “Gasmask Terror”, do mais recente de estúdio, “Conjuring The Dead” (2014) e “Hell’s Ambassador”, de “Pestapocalypse VI” (2006), que teve o seu refrão gritado em volume máximo pela banda e pelo público. Algo de arrepiar e que ficará para sempre na memória dos presentes. “Vocês querem ouvir alguma coisa de ‘Lucifer Incestus’?”, perguntou Helmuth, que provavelmente quase ensurdeceu com os urros vindos da plateia. Esta foi a deixa para a sequência com “Diaboli Virtus In Lumbar Est” e “Lucifer Incestus”, ambas do clássico disco de 2003.

Superar a euforia causada por estas parecia tarefa impossível, mas bastaram os primeiros acordes de “Stigma Diabolicum” para que um novo frenesi tomasse o ambiente. Aqui vale ressaltar a garra e a empolgação da banda, que, em meio a uma turnê latino-americana extensa, e em seu terceiro show em três noites (e em três países diferentes!) não dava mostra de cansaço, e executava riff sobre riff com uma firmeza implacável, visivelmente empolgados por essa nova visita ao nosso país algo que não acontecia desde 2014.

A tradicional “Feast Upon The Dead” precedeu um dos momentos mais marcantes do show, quando foi executada a faixa-título do mais recente disco de estúdio dos austríacos, “Conjuring the Dead”, quando um grandioso sacerdote satânico adentrou o palco com a indumentária e os aparatos adequados para essa grande celebração negra que ocorria em São Paulo. Extasiados e ao mesmo tempo chocados, os presentes tiveram cada olhar atraído pela grande figura que comandava a missa sobre as caixas de retorno, enquanto uma banda inspiradíssima fazia pragas e conjurações escorrerem em alto volume através dos alto-falantes, um espetáculo a parte, algo que perdurará para sempre na memória. Isso é o verdadeiro death/black metal em sua essência, algo que o Belphegor representa por mais de vinte anos.

O jogo já estava ganho, mas isso não impediu o quarteto de esmagar crânios com as fenomenais “Totenbeschwörer, “Totenkult – Exegesis Of Deterioration” e “In Blood – Devour This Sanctity”, que pôs fim a noite de forma implacável e sombria. Claro, a banda poderia ter tocado algo do fenomenal “Necrodaemon Terrorsathan” (2000), ou de “Blutsabbath” (1997), que esse ano comemora vinte anos de seu lançamento. Mas não havia espaço para tanto, e ninguém saiu insatisfeito.

O público, pequeno para uma banda com a tradição e a importância do Belphegor, não decepcionou, e fez compensar seu tamanho reduzido com uma empolgação e uma paixão que deixou Helmuth extasiado, distribuindo cumprimentos, palhetas e agradecimentos ao público no final da apresentação. Para os presentes, não restou dúvida: não existe maneira mais adequada e definitiva de expurgar os fantasmas do carnaval do que com uma apresentação desse quarteto fenomenal. E nunca uma quarta-feira de cinzas fez tanto sentido. Afinal, só sobrou o pó depois desse pandemônio criado pelo Belphegor em plena terça-feira de carnaval.

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