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DEICIDE

O Deicide chegou ao Brasil para o cumprimento de três datas da sua “In The Mind of Evil Latin America Tour 2017”, que foram marcadas para acontecer em Porto Alegre/RS (dia 10/08), em Fortaleza/CE (dia 11/08), e em São Paulo/SP (dia 12/08). Essa excursão ainda fez parte da turnê de divulgação de seu último álbum, “In the Minds of Evil” de 2013, 11º de sua carreira. Para acompanhar os norte-americanos na capital cearense, duas bandas locais com expressão nacional e que já deram suas “caminhadas” pela Europa, foram recrutadas pela produtora Empire e fizeram tão bonito quanto qualquer outra banda de igual respaldo. O grande público aglomerado no Let’s Go Rock Bar se acomodou como pôde, e o que mais importou nessa noite de impacto e diversão foi a competência de cada músico e o respeito mútuo entre fãs e artistas.

O primeiro anfitrião a subir ao palco foi o Encéfalo, que acaba de terminar as gravações de seu terceiro álbum, “Deathrone”, prometido para ser lançado ainda neste semestre. O grupo que lançou “Slave of Pain” em 2012 e “Die to Kill” em 2015, elaborou um ‘setlist’ focado nas novas músicas, mas “All the Hate in My Soul” do primeiro CD, foi quem abriu a noite do metal extremo em Fortaleza, emendando com “Despair” do mesmo disco. O trio formado por Henrique Monteiro (baixo e vocal), Lailton Sousa (guitarra) e Rodrigo Falconieri (bateria), viu os fãs ansiosos chegarem para a grande festa e ocuparem os primeiros espaços à frente do palco, enquanto lá fora ainda se formavam filas para a entrada de mais pessoas ou para compra de ingressos, mas quem já estava lá dentro presenciou a execução de “Echoes from the Past”, primeira do vindouro álbum que é muito veloz e funcionou muito bem ao vivo.

A movimentação dos músicos foi algo que chamou a atenção, principalmente no setor guiado por Rodrigo, onde o baterista literalmente “açoitou” os tambores e pratos que heroicamente resistiram à sessão de pancadaria. Lailton com sua destreza não economizou nas palhetadas, e os riffs extraídos de sua Jackson Flying V, cortavam o ar se abrigando em cada tímpano presente. O poder de “Endless Suffering” de “Die to Kill” e da inédita “Annihilation Contempt to the Majesty”, traduziam a segurança e confiança de cada homem no palco. Em uma das falas de Henrique, o vocalista agradeceu aos presentes, sobretudo as caravanas e visitantes de outras cidades, agradecendo também à imprensa que cobria o evento. A apresentação da primeira banda terminou com “Blessed by the Wrong Choice” e “These Final Rotten Days”, ambas candidatas a destaques de “Deathrone”.

Saindo do thrash/death da Encéfalo, a casa já quase lotada recebeu no palco o death/grind do S.O.H., que acaba de relançar o seu primeiro trabalho de estúdio “Return to Ashes” de 1998, pelo selo Grind Ages, que é da própria banda. Esses mensageiros do caos sonoro já subiram em palcos com diversos nomes do metal mundial, e tocar ao lado do Deicide só confirma a sua aceitação para com o público da música brutal. O trio começou a destruição com “The Truth Behind”, música do split “Out of Progress” que dividiu com a banda canadense Time Kills Everything, em 2006. Na sequência, veio “Grinding Ages”, primeira do álbum atual, “Animalism” (2013). O festival de agressividade continuou com a canção que intitula o novo EP “Brave New Civil War”. O guitarrista e vocalista Bruno Gabai, sempre preciso nas suas funções, encontrou apoio reforçado nos ‘backing vocals’ do baixista George Frizzo. A vez seguinte foi do álbum “Subversive by Nature” (2003) com “Say Your Prayers” e “God Killing God” de “Deathmocracy” (2009).

Depois da primeira sessão grind terminar com “Obscene Truth”, Bruno chamou o público dando o seu boa noite e, sem muita cerimônia, a brutalidade recomeça com “Forthcoming Holocaust”, seguida por uma trinca de “Animalism” com “Hypochrist”, “Catharsis” e “The World I Never Knew”. O momento surpresa foi a execução de “Era do Ódio”, uma amostra do EP “Cerco de Ódio”, que foi finalizado recentemente e em breve será lançado. Enquanto o tempo ia correndo, o Lest’s Go ficava pequeno para tanta gente, e por mais que algumas rodas fossem geradas ao comando de Frizzo – que pedia para a galera se mexer –, o espaço não dava conta para grandes exibições de ‘mosh’. Mas isso não impediu os fãs de acompanharem Gabai no brado da canção saideira, “Siege of Hate”, onde ecoou por toda parte o título da música que dá nome à banda.

Com som mecânico ainda rolando nos PAs, o Deicide já estava a postos para iniciar o show mais esperado da noite. O setlist foi um verdadeiro desfile de clássicos da discografia dos mestres do black/death metal. A sessão blasfema começou com os riffs pesados de “Scars of the Crucifix”, do álbum homônimo de 2004. Glen Benton não é tão carismático, mas a sua presença no palco empolga até o mais parado headbanger. O show demoníaco seguiu com “When Satan Rules His World”, e quem ali não gostaria de ter presenciado ao vivo a execução deste hino do álbum “Once Upon the Cross”? “In the Minds of Evil” veio em seguida e se misturou com a clássica “They Are the Children of the Underworld”, que após um breve agradecimento pela receptividade, abriu para “Death to Jesus” de “The Stench of Redemption” de 2006.

A postura de Benton em fitar o público com um olhar sombrio, ou erguer a cabeça para o alto como se estivesse desafiando um certo “cordeiro”, foi corriqueira durante todo o ‘set’. Os gritos de “Deicide, Deicide!” não lhe arrancavam sorrisos, mas o “homem bruto” entendia o carinho daquelas pessoas que, vez por outra, recebiam uma palheta arremessada. Uma das sessões mais empolgantes do show começava com “Oblivious to Evil” do primeiro álbum, “Deicide” (1990), e “Trifixion” do segundo álbum, “Legion” (1992). Steve Asheim, que é um dos principais “arquitetos” das músicas do grupo, hipnotizava pela sua técnica agressiva e intercalada. O baterista de 47 anos de idade parecia um jovem de vinte, pela garra e violência impressas atrás de seu kit, e ele demonstrou isso em músicas como “End the Wrath of God”, que é mais uma de “In The Minds of Evil”.

Mark English, guitarrista que ainda não participou de nenhum álbum do Deicide, mas que já é conhecido por tocar no Monstrosity, também não é muito de se movimentar, mas sua técnica na guitarra responde por si. O outro guitarrista Kevin Quirion, no entanto, interagia bem com a galera e mostrava ter ótimos “backing vocals”. Longe de virar formação clássica, essa atual não falha no talento, mesmo com uma sensação térmica de 35 graus dentro da casa. Ao público espremido restou bater cabeça e tentar ensaiar algumas rodas. E botar o pescoço para trabalhar foi o que o headbanger fez em músicas como “Serpents of the Ligth” e “Blame it on God”, que são do mesmo álbum de 1997.

A essa altura a banda já estava à vontade com o clima cearense, pois convenhamos, a Flórida que é o seu lugar de origem, não é um dos estados mais pitorescos dos EUA, mas a troca de toalhas de rosto a cada intervalo de música estava constante. Durante uma pausa, Benton ouviu dos camarotes uma insistente voz pedindo palhetas, com olhar de poucos amigos o vocalista mostrou o dedo ao fã e perguntou: “Você por acaso é meu amigo?”, claro que o “ríspido” senhor estava interagindo a seu modo, e até que jogou a palheta ao rapaz com um leve sorriso sarcástico, para então atacarem com “Dead But Dreaming” e “Once Upon the Cross”. Os momentos finais do show se deram com as cacetadas, “Kill the Christian”, “Deicide”, “Sacrificial Suicide”, “Homage for Satan” e, por último, “Dead By Dawn”.

Não é novidade o fato de Fortaleza ter se alinhado ao mapa de rotas das bandas extremas. Algumas das mais cultuadas do mundo já tocaram em suas casas de shows e, este evento em especial, foi marcado não só pelo entretenimento como também pela pontualidade. Todas as bandas cumpriram com “precisão cirúrgica” o cronômetro, deixando assim tanto público como produção satisfeitos. Assim como foram as visitas de nomes como Obituary, Cannibal Corpse, Amon Amarth e Suffocation, o Deicide também marcou história na Praia de Iracema, que aos poucos vai se tornando parada obrigatória para os maiores ícones do death metal mundial, graças ao eixo formado por essas casas, que estão apoiando massivamente a cena metálica. Que venham mais bandas!

Setlist – Encéfalo
All The Hate in My Soul
Despair
Echoes From the Past
Endless Suffering
Annihilation Contempt to the Majesty
Blessed By the Wrong Choice
These Final Rotten Days

Setlist – Siege Of Hate (S.O.H.)
The Truth Behind
Grinding Ages
Brave New Civil War
Say Your Prayers
God Killing God
Obscene Truth
Forthcoming Holocaust
Hypochrist
Catharsis
The World I Never Knew
Era do Ódio (Nova)
The Walls Built Inside Us
Self-defense Contradictions
Judas Sanctified
Siege of Hate

Setlist – Deicide
Scars Of The Crucifix
When Satan Rules His World
In The Minds Of Evil
They Are The Children Of The Underworld
Death To Jesus
Oblivious To Evil
Trifixion
End The Wrath Of God
Serpents Of The Ligth
Blame It On God
Dead But Dreaming
Once Upon The Cross
Kill The Christian
Deicide
Sacrificial Suicide
Homage For Satan
Dead By Dawn

 

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