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GLENN HUGHES

Após passar férias no Brasil em 2014, visitando várias cidades para assistir aos jogos da seleção inglesa de futebol durante a Copa do Mundo da FIFA – embora tenha feito um show acústico em um hotel no Rio de Janeiro –, Glenn Hughes retornou ao país. Desta vez, o lendário vocalista e baixista veio para realizar uma série de shows em turnê sul-americana. A agenda para o Brasil incluiu Limeira (SP), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Com uma carreira que soma 45 anos de estrada e passagens pelo Trapeze, Deep Purple, Black Sabbath, Black Country Communion e California Breed, além de parcerias com Tony Iommi e o saudoso Gary Moore, Hughes veio acompanhado pelo exímio guitarrista Doug Aldrich (Whitesnake, Dio, Bad Moon Rising, Lion, Revolution Saints e Burning Rain) e pelo baterista sueco Pontus Engborg (Eric Martin, Joe Lynn Turner e Graham Bonnet). Como não veio divulgar nenhum novo álbum, o músico preparou um apanhado que reuniu músicas de várias fases de sua carreira.

O público paulistano lotou o Carioca Club e Glenn Hughes entrou em cena pontualmente às 20h30, mandando um breve instrumental e empolgando a todos com a explosiva “Stormbringer” do Deep Purple. Trouxe consigo o seu próprio técnico para comandar a mesa de som e o resultado disso garantiu uma qualidade impecável durante toda a sua apresentação. Da mesma forma, a própria iluminação do Carioca Club – que raramente favorece o trabalho dos fotógrafos -, só não esteve excelente porque os canhões que ficavam nas beiradas laterais do palco “estouravam” na cara do público a todo instante. Prosseguindo, foi a vez de “Orion”, do seu álbum solo “Soul Mover” (2005) levantar os fãs, e ao final dessa, Glenn disse que sentiu saudades do público paulistano. Em “Way Back To The Bone” do Trapeze, meteu uma distorção no baixo. Mas quem brilhou mesmo foi Aldrich, que toca pesado e é bastante técnico. Não é a toa que teve um ‘upgrade’ na carreira, quando saiu do semi-anonimato com o Lion e o Bad Moon Rising, para ser reconhecido em gigantes como a banda Dio e o Whitesnake.

Glenn disse que estava atendendo ao pedido de pessoas que ele encontrou por aqui durante a Copa, que diziam que ele tinha que voltar ao Brasil para tocar. Aí foi a vez de mais clássicos do Deep Purple e do Trapeze, respectivamente, “Sail Away” e “Touch My Life”. Em “Sail Away”, Glenn abraçou Doug e “Touch My Life”, do álbum “Medusa” (1970), ele a dedicou para seu ex-companheiro de Trapeze e compositor da música, o saudoso guitarrista Mel Galley, tocando-a novamente abraçado a Doug.

Era chegada a hora de revisitar uma de suas ex-bandas mais recentes, o Black Country Communion. Glenn então elogiou o trabalho que a banda realizou: “Joe Bonamassa, Derik Sherinian e Jason, filho do meu melhor amigo John Bonham, fizemos três álbuns maravilhosos juntos”. E agradeceu antes de anunciar a próxima: “Obrigado por terem ouvido essa banda, pois era especial. Essa música foi o nosso primeiro single, ‘One Last Soul’”. Sem dúvidas, o ponto alto do show foi durante a execução da belíssima “Mistreated”, pérola absoluta do Deep Purple. Primeiro porque foi de arrepiar a participação do público cantando-a em alto e bom som, arrancando sorrisos emocionados do trio, principalmente de Hughes, e segundo porque o vocalista simplesmente provou em 15 prazerosos minutos o porquê de ser chamado de “The Voice Of Rock”, cantando absurdamente bem e dando um show de interpretação, encerrando-a de forma apoteótica. Aliás, foi impressionante observar a boa forma que ele apresentou dias antes de completar 64 anos, sendo que muitos deles foram vividos sob abuso de drogas, conforme revelou em 2011 ao site FaceCulture: “Nos anos 1970 e 1980 eu era muito famoso pelo vício. Não quero soar arrogante, mas fui um dos primeiros a assumir publicamente a dependência em cocaína. Nos anos 1990 ninguém sabia onde eu estava. Basicamente, me tornei outra pessoa, assumi outro nome. E esse isolamento quase me matou. Mas queria experimentá-lo, ficar sozinho e viajar. Desapareci cinco ou seis vezes em três anos”. E também comentou a decisão de abandonar o vício: “Digamos que cheguei à beira da insanidade real. Houve esse momento em que disse para mim mesmo: ‘Ou eu pulo e embarco nessa viagem ou volto ao normal’. Acabei retornando e virei o homem que sou hoje”.

Voltando a falar do show, após a dobradinha com o cover do Whitesnake para “Good To Be Bad” e “Can’t Stop The Flood”, outra de sua carreira solo, o vocalista saiu para um merecido descanso na voz, enquanto que Doug e Pontus ficaram para uma pequena ‘jam session’, até que o baterista ficasse sozinho para seu solo que antecedeu a volta da banda para “Sweet Tea” do California Breed. Hughes discursou mais um pouco antes de finalizar o primeiro ato com “Addiction” e também a faixa título do seu álbum “Soul Mover” (2005) que ele lembrou ter sido gravada com o baterista Chad Smith e guitarrista Dave Navarro. Na volta para o bis, o simpático Doug fez questão de pedir uma salva de palmas da plateia para a estrela da noite. Nesse clima, o trio mandou “Black Country” do Black Country Communion e encerrou a apresentação com o indispensável hino do Deep Purple “Burn”, que talvez seja a música mais lembrada da carreira de Hughes.

Feliz com a recepção, a banda se despediu e seguiu para os próximos shows da turnê. Uma pena não ter sido inclusa nenhuma música dos tempos de Hughes no Black Sabbath como “No Stranger To Love”, por exemplo. Ainda assim, quem compareceu ao Carioca saiu satisfeito, com um sentimento de ter assistido a um dos melhores shows do ano, onde tudo funcionou perfeitamente bem, desde o cumprimento do horário inicial, até a qualidade de som e iluminação, e, claro, a performance impecável de Glenn, Doug e Pontus. Os abraços em Doug e os elogios feitos aos seus companheiros deixaram claro que Hughes está contente por estar cercado de ótimos músicos e também pelo clima de amizade que existe dentro da banda.

GLENN HUGHES – Set list:
Intro
Stormbringer (Deep Purple)
Orion
Way Back To The Bone (Trapeze)
Sail Away (Deep Purple)
Touch My Life (Trapeze)
One Last Soul (Black Country Communion)
Mistreated (Deep Purple)
Good To Be Bad (Cover do Whitesnake)
Can’t Stop The Flood
Sweet Tea (California Breed)
Addiction
Soul Mover
Black Country (Black Country Communion)
Burn (Deep Purple)

 

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