fbpx
Previous slide
Next slide
Previous slide
Next slide

JOE SATRIANI

O ano de 2016 tem sido especial para Joe Satriani, já que está promovendo seu mais recente álbum de estúdio, “Shockwave Supernova” (2015), e completando 30 anos do lançamento do primeiro de sua bem sucedida carreira solo, “Not Of This Earth”. Quem ganha com isso são os fãs, especialmente os brasileiros, que estão celebrando nessa “Surfing To Shockwave Tour” duas décadas desde que o guitarrista norte-americano estreou em solo brasileiro. De lá para cá, o nova-iorquino que já tocou no Deep Purple e no Chickenfoot, que ajudou a produzir o EP “The Eyes Of Horror” (1988) da banda de Death Metal Possessed e que participou de “Hey Stoopid” (1991), um dos discos mais respeitados de Alice Cooper, passou diversas vezes pelo país, inclusive com o projeto G3. Ainda assim, o público paulistano compareceu em excelente número ao Espaço das Américas na noite da última quarta-feira, 07 de dezembro, para prestigiar o guitarrista que já foi professor de caras como Kirk Hammett (Metallica), Alex Skolnick (Testament/Savatage/Alex Skolnick Trio/Trans-Siberian Orchestra), Rick Hunolt (Exodus), Phil Kettner (Lääz Rockit), Larry LaLonde (Possessed/Primus), Steve Vai e tantos outros.

Como acontece muito no Japão, dessa vez o público dos camarotes e da pista teve o conforto de assistir ao show sentado, já que cadeiras numeradas, divididas por setores, preencheram toda a casa. Marcado para 21h, o show começou com apenas dez minutos de atraso e a histeria foi geral quando o telão projetou um curto vídeo em animação que serviu de introdução. Porém, a empolgação aumentou quando Satriani entrou no palco. Ele veio acompanhado pela mesma banda que trouxe em 2014 quando veio divulgar o álbum “Unstoppable Momentum”, ou seja, Bryan Beller (baixo) e Marco Minnemann (bateria) – cozinha que toca junto também no grupo Aristocrats – e o veterano Mike Keneally (teclado e guitarra), que já gravou um número incontável de discos e tocou com ninguém menos do que Frank Zappa. O quarteto iniciou com a música que dá nome à “Shockwave Supernova” e de cara contou com uma qualidade de som ensurdecedoramente boa – isso porque tudo soava alto e proporcionalmente bem equalizado. Os dois primeiros clássicos da noite vieram na sequência: “Flying In A Blue Dream”, do álbum de mesmo nome, lançado em 1989, e “Ice 9”, do genial “Surfing With The Alien” (1989).

Depois desse início inquestionável, Satriani deixou o público tomar fôlego e disse: “É a minha primeira vez nessa casa tão bonita. Vocês são incríveis. Eu os amo pra sempre!”. Então apresentou sua banda e anunciou “Crystal Planet”, a única que seria tocada de seu álbum de mesmo nome, lançado em 1998. Habilidoso, ele a finalizou tocando com os dentes! Mas isso era só o começo…
Outra nova, “On Peregrine Wings”, agradou com seu ótimo riff principal e com uma levada ‘grooveada’ contagiante, em que o baixo de Beller esteve bastante presente. Foi interessante notar que não só nessa como em várias outras, Keneally se dividia entre o teclado e a guitarra.

Após a bela “Friends”, a primeira a ser tocada do clássico álbum “The Extremist” (1992), Satch (como é chamado) e banda foram acompanhados nas palmas pela plateia em “If I Could Fly”, música de “Is There Love In Space?” (2004), a qual Mike Keneally brilhou ao executar um belo solo com sua bonita Fender modelo Stratocaster de cor verde metálica. Nesse momento, Satriani ficou apenas segurando a base ao lado da bateria de Minnemann até se juntar a Keneally para um longo duo final. A dupla foi aplaudida em pé por boa parte do público.

Mais duas de “Shockwave Supernova” foram tocadas, a curta “Butterfly And Zebra”, que teve apenas Keneally ao teclado e Satch, que esbanjou bom gosto em notas emocionantes e sofisticadas, e a hipnótica “Cataclysmic”, com a banda de volta.

O público estava boquiaberto com a “aula” de guitarra de Satriani, recheada não só de apurada e influente técnica, mas, acima de tudo, de muito feeling – algo que muitos “fritadores” egocêntricos de plantão deveriam repensar na hora de trabalhar suas composições e seus solos –, e vibrou quando reconheceu os primeiros acordes de “Summer Song”, hino imortalizado em “The Extremist”. Ao final dessa, foi a vez de Marco Minnemann mostrar o porquê de ter ficado em segundo lugar nas audições feitas para a vaga de baterista do Dream Theater, deixada por Mike Portnoy e ocupada por Mike Mangini (Annihilator/Steve Vai/Extreme). Minnemann dedicou parte do longo solo para “brincar” com o chimbal, primeiramente controlando-o apenas com os pés e depois inserindo umas peripécias com as baquetas. Ele também solou em pé e em parte de sua performance seu prato ‘Splash’ simplesmente despencou. Rapidamente, o próprio Satriani correu para o palco para apanhá-lo e na tentativa de remontá-lo na bateria, Minnemann lhe tomou o acessório, segurou-o pelo pedestal com uma mão e continuou solando com a outra. Ambos arrancaram gargalhadas gerais. O curioso é que em seu kit, o baterista contava com uma lasca de prato que ficava pendurada e vez ou outra ele a utilizava nas músicas.

Após “Crazy Joey”, também do novo álbum, foi a vez de Keneally fazer seu solo. Sendo curto e econômico, o músico que, impressionantemente, era a cara do nosso redator Tony Monteiro, tirou apenas alguns sons das duas plataformas de teclado que usava. Depois da cadenciada “Luminous Flesh Giants”, de “Joe Satriani” (1995), foi a vez de muitos irem às lágrimas com uma das mais aguardadas da noite, a emocionante “Always With Me, Always With You”, de “Surfing…”. Os fãs cantaram cada nota da guitarra.

Faltava o solo de Beller, mas o talentoso baixista pouco tocou sozinho, já que na maior parte do tempo duelou com Satriani. Ele inseriu efeito com pedal ‘wah wah’ e com a banda tocou trechos remodelados de clássicos de Deep Purple, AC/DC e Jimi Hendrix no decorrer da ‘jam session’.

O show se aproximava do fim, mas era a hora de a plateia impressionar a banda. E isso aconteceu quando ela participou dos conhecidos coros na eletrizante e, porque não dizer, dançante, “Crowd Chant”, de “Super Colossal” (2006). O telão que vinha sendo um espetáculo a parte na maior parte do tempo, nessa hora exibiu a imagem dos fãs que estavam na pista, sendo regidos por Keneally, que foi à frente do palco incentivá-los nos mencionados coros. O final do primeiro ato se deu com outra bem conhecida de “Surfing…”: “Satch Boogie”. Ao fundo, o telão exibiu parte do videoclipe da música, capas de discos e de revistas que foram estampadas com a foto de Satch, bem como alguns ‘pin ups’ (pequenos pôsteres) com imagens atuais e também do tempo em que o guitarrista tinha cabelo. Assim, a banda se despediu e saiu aplaudida em pé por todas as pessoas do recinto.

O público não sentou mais e dois minutos depois comemorou quando ouviu um riff pesado ecoar dos PAs. Satriani e seus companheiros voltaram tocando a pouco lembrada de “Flying In A Blue Dream”, “Big Bad Moon” – apesar de ser conhecida por seu clipe. Originalmente, essa em estúdio é cantada por Satch e ao vivo ele mostrou que acertou em cheio quando optou por não ter levado adiante a ideia de cantar, já que nessa função ele é muito fraco – no solo de gaita ele foi convincente. Como não poderia deixar de ser, a despedida foi feita com a faixa título de “Surfing With The Alien”, seu disco de maior sucesso e bastante revisitado no repertório desse show. O mais legal foi que ao mesmo tempo em que essa música era tocada, o telão exibia o cartoon “Silver Surfer” (no Brasil, “Surfista Prateado”). Após duas horas de apresentação, a banda se despediu comovida por ter sido assistida e aplaudida por tanta gente.

Joe Satriani é daqueles músicos de uma pluralidade tão impressionante, que consegue atrair fãs dos mais diversos gêneros, seja do Jazz, do Fusion, do Blues ou, na maioria dos casos, do Hard Rock ao Thrash Metal. Bastava dar uma andada pelo Espaço das Américas que você via camisetas das bandas mais opostas possíveis. Isso é resultado de uma respeitada carreira que, ao menos em São Paulo, definitivamente está consagrada.

JOE SATRIANI – Setlist:
Intro
Shockwave Supernova
Flying In A Blue Dream
Ice 9
Crystal Planet
On Peregrine Wings
Friends
If I Could Fly
Butterfly And Zebra
Cataclysmic
Summer Song
-solo de bateria
Crazy Joey
-solo de teclado
Luminous Flesh Giant
Always With Me, Always With You
-solo de baixo
Crowd Chant
Satch Boogie
– Bis
Big Bad Moon
Surfing With The Alien

 

Compartilhe:
Follow by Email
Facebook
Twitter
Youtube
Youtube
Instagram
Whatsapp
LinkedIn
Telegram

MATÉRIAS RELACIONADAS

EXCLUSIVAS

ROADIE CREW #278
Janeiro/Fevereiro

SIGA-NOS

43,6k

57k

17,3k

1k

22,4k

Escute todos os PodCats no

PODCAST

ROADIE SHOP

SIGA-NOS

Cadastre-se em nossa NewsLetter

Receba nossas novidades e promoções no seu e-mail

Copyright 2024 © All rights Reserved. Design by Diego Lopes