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NAPALM DEATH

O Napalm Death sempre foi uma banda extrema e de extremos. Daquelas do tipo “ame ou odeie”. Mas nenhum grupo resiste a mais de 30 anos de carreira e a diversas trocas de membros sem perder algo. Isso tudo para falar do sentimento paradoxal que me atingiu ao ver o show do quarteto inglês no Teatro Odisseia, na Lapa, no coração do Rio. Ainda que eu ame o grupo, confesso que já não é mais aquele Napalm que tanto impacto causou. O algo que parece ter se perdido é um pouco da essência daquele que provavelmente foi, em algum momento dos anos 80 e 90, o mais rápido e barulhento grupo do universo.

Mas foi ruim o show? Longe disso. Ruim estava o som, principalmente nas primeiras músicas. Depois, ficou razoável. A questão, arrisco, está mesmo nos efeitos do tempo. O correr dos ponteiros transformou o vocal gutural de Mark “Barney” Greenway, uma marca registrada da banda, em um vocal mais puxado para o Hardcore europeu. Excelente vocal, mas não AQUELE vocal – quem viu e ouviu o “Live Corruption”, disco e vídeo lançados em 1992 que mostra o Napalm tocando músicas da formação original, sabe do que estou falando.

O passar dos anos também alterou a formação da banda. Inúmeras vezes. Dessa vez, isso se refletiu na ausência do guitarrista Mitch Harris, substituído – segundo a banda, apenas na turnê – por John Cooke, integrante do Corrupt Mortal Altar e que fez parte do projeto Venomous Concept. Mas, claro, estavam lá Shane Embury no baixo e Danny Herrera na bateria. Os anos também, arrisco a dizer, mexeram na duração do show, com pouco menos de uma hora. Com isso, faltaram muitos clássicos no set list, bem recheado por músicas de Apex “Predator – Easy Meat” (2015), último (e bom) disco lançado pelo quarteto.

Sobre o evento em si, nunca é ruim ver o Napalm. A banda começou com a introdução “Apex Predator”, dando aquele clima pós-apocalipse que tão bem casou com o caos musical que viria a se seguir. “Silence Is Defeaning”, ótima música, sofreu com a má equalização, mas a galera na frente do palco não estava nem aí para isso – e formou logo a roda. O mesmo vale para “When All Is Said And Done”.
“Smash A Single Digit” pôs o Odisseia em um nível mais Grindcore, sendo seguida de “Timeless Flogging”, ambas do álbum mais recente, cujas canções, em sua maioria, seguem a receita tradicional do Napalm Death e funcionaram bem ao vivo – ninguém estava ali para ver novidade mesmo. “Continuing War On Stupidity”, mais cadenciada e com aquele trecho já tradicional claramente inspirado em Celtic Frost, fez a alegria da galera na roda em frente ao palco.

“Dear Slum Landlord” foi uma pisada no freio, talvez mais uma concessão ao tempo, pois não deve ser moleza tocar as músicas mais rápidas em sequência. Era como um aviso ao que viria a seguir… Respirem e tomem na cabeça “Scum”, “Social Sterility”, “Deceiver” e “Suffer The Children”. Ainda tinha “Breed To Breathe”, que não está entre as minhas preferidas, mas a galera pareceu não concordar com minhas escolhas. Foi refrão dos mais gritados da noite. Para minha sorte, “Mentally Murdered” veio em seguida, fazendo com que recuássemos quase uns 30 anos no tempo.

“Hierarchies” teve um efeito contrastante e trouxe o show novamente aos dias atuais. Não está entre as minhas favoritas de “Apex Predator – Easy Meat”, mas funcionou. Bom, ao vivo sempre funciona. O quarteto pegou o túnel do tempo novamente e recuou com “The World Keeps Turning” e com o cover “Conform”, do Siege.

“Lucid Fairytale”, um clássico e entre as prediletas do escriba aqui, foi um dos pontos altos. “How The Years Condemn” entrou bem no repertório, antes da pegadinha de Barney. Em meio à falação, ele chamou “You Suffer” e brincou se todo mundo estava atento, já que a “música” dura dois segundos.
Veio a inevitável arroz de festa “Nazi Punks (Fuck Off)”, cover do Dead Kennedys, necessária apenas como recado para os problemáticos dias que vivemos. E a festa Grind chegava ao fim com “Adversarial/Copulating Snakes”. Foi bom, mas curto: 55 minutos. Culpa do tempo…

Set list
1. Apex Predator – Easy Meat
2. Silence Is Deafening
3. When All Is Said And Done
4. Smash A Single Digit
5. Timeless Flogging
6. Continuing War On Stupidity
7. Dear Slum Landlord…
8. Scum
9. Social Sterility
10. Deceiver
11. Suffer The Children
12. Breed To Breathe
13. Mentally Murdered
14. Hierarchies
15. The World Keeps Turning
16. Conform
17. Lucid Fairytale
18. How The Years Condemn
19. You Suffer
20. Nazi Punks (Fuck Off)
21. Adversarial/Copulating Snakes

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