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ONSLAUGHT

Mesmo sendo uma plena quinta-feira, o evento promovido pelo Sebastian Bar no último dia 27 de outubro merecia um público maior. Afinal, dois nomes que devem e merecem ser reverenciados pelos admiradores do Thrash Metal, o brasileiro Kamala e o britânico Onslaught, subiram ao palco da casa prometendo shows do mais alto nível.

Os brasileiros tocaram da mesma forma que sempre o fazem: como se não houvesse amanhã. Num set muitíssimo bem ensaiado, dinâmico e enxuto, conseguiram alinhar nada menos que onze temas tirados de seus dois discos, os ótimos Kamala (2007) e Fractal (2009). Mesmo com a galera ainda adentrando à casa, o quarteto mostrou garra e performance como se estivesse diante de um estádio lotado, deixando bem claro o profissionalismo da banda. O som levemente embolado não chegou a prejudicar a banda, que saiu ovacionada de cena, como sempre costuma acontecer. O Kamala é um dos muitos nomes do Thrash nacional que merece ser acompanhado por atenção e certamente tem tudo para ser mais uma banda brasileira para fazer sucesso mundial.

Num intervalo curtíssimo no qual foi trocado todo o palco (aplausos ao roadie que comandou a operação), o Onslaught tomou a cena mostrando que, numa daquelas situações inexplicáveis com que tanto nos deparamos no Heavy Metal, tem fama muito inferior à sua competência. Diante de uma casa um pouco mais cheia (mas ainda abaixo do que merecia), deu início aos trabalhos com Killing Peace, do álbum homônimo de 2007 – e do qual mais músicas seriam apresentadas no show.

De cara, deu pra perceber que o som melhorara muito e que a banda tem uma precisão e uma pegada de impressionar. Sem conversa com a galera e sem pausa pra respirar, o Onslaught emendou mais quatro petardos na sequência: Born For War(de Sounds Of Violence, 2011), Let There Be Death (The Force, 1986), Sounds Of Violence (idem) e Angels Of Death (Power From Hell, 1985). Essa série serviu para deixar claro que, apesar de mesclar músicas de várias fases de sua carreira, o estilo do Onslaught permanece praticamente imutável, permitindo que sejam emendados temas com diferença entre si superior a 25 anos.

Essa pancadaria jogada na cara da plateia de uma só vez já permitiu mostrar que o entrosamento da banda é absurdamente profissional e que individualmente seus músicos são dignos dos maiores aplausos. A velocidade fica por conta da ‘cozinha’ composta por Jeff Williams (baixo) e Mike Hourihan (bateria) – aliás, se você acha que já viu Mike vendendo incenso e batendo sininho no farol, é mera impressão. Mas que o cara está idêntico a um adepto do Hare Krishna, isso está…

O guitarrista Nige Rockett, único membro fundador a permanecer no time, tem uma participação aparentemente mais discreta do que seu companheiro de seus cordas, Andy Rosser-Davies, mas na hora em que o amplificador deste último apresentou problemas e ele teve que se virar sozinho, mostrou que tem talento de sobra.

Já Rosser-Davies é daqueles guitarristas discretos, que se movimenta pouco e toca muito. Observando-o em cena, dá a impressão de que tocar guitarra é mais fácil do que comer um prato de feijão com arroz. Mas o motor do Onslaught é o vocalista Sy Keeler. Postura simpática no palco, Sy se destaca pelo timbre raro, um agudo com gutural sem exagero, pela potência e pela afinação irrepreensível. Verdadeiro exemplo para muito gritador que se pretende vocalista de Heavy Metal.

Na primeira pausa, o vocalista conversou rapidamente com a plateia, repetiu várias vezes o nome da cidade de Campinas e fez aquele agradecimento protocolar em português.

Planting Seeds Of Hate (de Killing Peace) e Metal Forces (The Force) vieram em seguida, fazendo o galera, em número razoável a essa altura, abrirem rodas na pista do Sebastian Bar, algo raro num local habituado a abrigar shows de Classic Rock.

Mais um papinho rápido com a galera por parte de Sy e lá íamos para a parte final do show, com Flame Of The Antichrist (The Force), Shellshock (única de In Search Of Sanity, 1989), Demoniac (The Force) e Burn (Killing Peace). Aquela saidinha fingida antecipou a rápida volta da banda ao palco e a última música da noite, Power From Hell, do disco de mesmo nome.

A saída de cena da banda foi saudada com entusiasmo pelo público, fazendo com que a segurança tivesse algum trabalho para colocar os músicos no camarim em paz. E era evidente nas caras dos cinco a satisfação pelo ótimo show e pela ótima resposta da galera. Pena que, numa daquelas injustiças que tanto vemos no mundo do Metal, muita gente tenha preferido ficar em casa a ver um belíssimo espetáculo como esse.

 

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