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PROGPOWER USA XII

A décima segunda edição do “ProgPower” em dez anos de existência mostrou que, apesar do mau momento econômico vivido pelos Estados Unidos, o festival se mantém forte e renovado. Desta vez contando com bandas que não necessariamente se encaixam no estilo indicado pelo nome do festival, aproximadamente 1.200 fãs vindos de várias partes dos EUA e outros países, incluindo o Brasil, se reuniram para quatro dias de muita música no maior e mais bem estruturado evento do estilo das Américas. Apesar de ter sofrido algumas baixas, como o Arcturus simplesmente desistindo de tocar e o Dream Evil tendo os vistos negados, o promotor do evento Glenn Harveston virou o jogo e adicionou duas bandas que fizeram desta a edição mais pesada de todos os tempos. Além disso, este foi o último “ProgPower” a seguir um formato mais tradicional, já que várias mudanças são aguardadas para 2012.

Uma característica peculiar do festival é a amizade entre seus frequentadores, que em grande parte passam o ano todo se comunicando e trocando ideias através do forum oficial do evento e das redes sociais.

Apesar de o início oficial estar marcado para sexta-feira, a programação oferece shows desde a quarta-feira, totalizando quatro dias de apresentações. Outro destaque é o cuidado que a produção tem com os frequentadores do festival. Além dos shows, os fãs ainda contam com sessão de autógrafos, um kit com um guia do festival, uma compilação em CD duplo e um área exclusiva para os representantes de gravadoras e lojas venderem seus CDs. Como se tudo isso não bastasse, ainda acontecem eventos exclusivos, como um set acústico do Vanden Plas tocando covers e originais, por exemplo. Enfim, é muita coisa pra pouco tempo, ainda mais que as festividades começaram já na quarta-feira, 14 de setembro, com uma apresentação acústica do Evergrey, seguida por um karaoquê versão Metal.

Quinta-feira (15/09)
Neste dia acontece o aquecimento de verdade. Outrora batizado de ‘Pre-Party’, ‘Showcase’ e atualmente ‘ProgPowerUSA Kick Off’, a noite começou com o Powerglove abrindo para um público ansioso. O quarteto faz um som basicamente instrumental interpretando temas clássicos de filmes e videogames. O bem humorado baixista Nick Avila logo iniciou com a costumeira frase: “Nós somos o Powerglove e estamos aqui para foder com as suas memórias de infância.” Trazendo toda uma produção de palco, com fantasias, espadas e outros objetos que lembram os jogos de videogame da década de 90, os caras fizeram um show no mínimo divertido.

Finalmente, depois de várias tentativas de tê-los no festival, o Vanden Plas conseguiu pisar no palco e fazer uma hora e meia de show. A banda, que já havia sido deportada dos Estados Unidos uma vez e em outra ocasião teve seu visto negado, mostrou que valia a insistência do promotor. Com uma qualidade de som impecável e uma ótima performance, o grupo fez um show que passou tão rápido que sequer aparentou ter o tempo que teve. Com a casa quase lotada, muitos fãs finalmente puderam cantar praticamente todas as músicas – entre elas, Postcard To GodHoles In The Sky, Scar Of An AngelFar Off Grace e Rainmaker – fato que deixou o vocalista Andy Kuntz visivelmente feliz.

Para fechar a noite, o Evergrey, já veterano do festival, foi incumbido de agradar a todos. E eles quase conseguiram. O show foi dividido em duas parte – na primeira, tocaram o álbum In Search Of Truth na íntegra e a segunda trouxe uma repertório diversificado, com músicas como Monday Morning ApocalypseWrongRecreation DayA Touch Of Blessing e Blinded. Ambos os sets passaram rápido apesar do longo set list e da performance um tanto apagada. Acredito que a troca de membros tenha sido uma das razões para tal, afinal a apresentação deles no festival em 2006 foi muito mais empolgante. De qualquer maneira, a banda deu o seu melhor e deixou uma ótima impressão.

Sexta-feira (16/09)
A primeira noite oficial do festival começou com o Creation’s End, banda liderada por Rudy Albert (guitarra, ex-Zandelle) e que conta com o vocalista Mike DiMeo (ex-Masterplan, Riot) e o eximio guitarrista italiano Marco Sfogli (James Labrie, ex-Mullmuzzler). Com boas músicas e uma cativante presença de palco, o grupo conseguiu quebrar o gelo rapidamente. O público vibrou bastante com os solos de Marco e mostrou-se receptivo com a banda.

Na sequência foi a vez de os suecos do Darkwater fazerem um show curto devido a atrasos, e que se por um lado teve boas músicas, por outro trouxe uma performance um pouco maçante em que apenas os mais familiarizados com as músicas puderam aproveitar ao máximo. A execução foi ótima, o som estava bom mas ficou faltando uma melhor interação com aqueles que estavam ouvindo a banda pela primeira vez.

Os australianos do Voyager foram a primeira banda a mexer com as estruturas do local. Esbajando energia e com músicas de muito bom gosto, o grupo deu de goleada e mostrou ter sido uma grata surpresa! Entre as ótimas composições, um excelente medley de sucessos do Rock e Pop. E mostrando um senso de humor acima do comum, a banda deixou claro que estava ali para conquistar novos fãs e certamente conseguiu. Os vocais de Daniel Estrin ao vivo são precisos e o baixista Alex Canion mandou muito bem na sua função e na agitação em cima do palco.

Logo foi a vez do Eldritch fazer uma excelente apresentação para um público mais seleto, digamos. Infelizmente o número de espectadores diminuiu consideravelmente durante a apresentação da banda italiana, mas isso não fez com que eles perdessem o pique. Enquanto o vocalista Terence Holler não parava um minuto, sempre se movimentando pelo palco, o guitarrista Rudj Ginanneschi agitava bastante com o seu headbanging. Via-se que muitos estavam sentados apenas apreciando o show, mas os que ficaram na frente do palco agitaram bastante com a grande performance do sexteto. O ótimo som e um repertório que favoreceu o disco El Niño (1998) ressaltou o fato de eles merecerem estar no festival.

Terminada a sessão de peso, foi a vez do Mob Rules atacar com o seu Metal Melódico açucarado e de propriedades soníferas. Que me desculpem os fãs, mas o timbre e a técnica de Klaus Dirks ao vivo não são lá essas coisas. Surpreendentemente, a pista ficou cheia e aparentemente eles agradaram muito aos que presenciaram o show, que contou com músicas como Children Of The Flames, Unholy War, Fuel To The Fire, Veil Of Death e In The Land Of Wind And Rain. Talvez a competência do instrumental tenha suprido a expectativa dos presentes, gerando um resultado positivo.

Com o cancelamento do Arcturus, a apresentação do Ihsahn era uma das mais aguardadas por muitos e ele certamente se entregou no palco. O vocalista e guitarrista Vegard Sverre Tveitan (ex-Emperor), vulgo Ihsahn, veio acompanhado do Leprous como banda de apoio e o resultado final foi impressionante. Apesar de destoar bastante do que costuma aparecer no festival, Ihsahn fez uma apresentação maciça e centrada. A ultilização de três guitarras, algumas vezes de oito cordas, destacou a densidade de sua música, e nem o som meio embolado de bateria prejudicou a apresentação. O ponto alto foi a execusão de The Tongue Of Fire, dos tempos de Emperor.

Fechando a noite foi a vez do Sanctuary arrancar as energias dos que ainda estavam de pé. Com a pista lotada e um caminhão de ótimas músicas, a banda liderada pelo vocalista Warrel Dane (Nevermore) não deu sossego e fez um show memorável. Warrel cantou músicas gravadas há mais de vinte anos a plenos pulmões com o restante da banda dando o seu melhor. A comunicação com os fãs foi constante e o show mostrou que a banda parece nunca ter parado. O recém integrado guitarrista Brad Hull fez uma ótima apresentação; Dave Budbill fez um grande solo de bateria; Lenny Rutledge tocava sua guitarra como se fosse a última vez na vida;  e Jim Sheppard, quem diria, finalmente estava com o seu baixo alto e definido, algo que nunca se viu nos shows do Nevermore. O set contou com músicas como Die For My Sins, Battle Angels, Sanctuary, Future Tense, Termination Force, Veil Of Disguise e Taste Revenge.

Ao final da apresentação, em meio aos agradecimentos da banda, o organizador do evento Glenn Harveston pediu para que todos se acalmassem para a exibição nos telões do vídeo com as bandas que farão parte da próxima edição do “ProgPowerUSA”. Confira a lista no final desta matéria.

Sábado (17/09)
O último dia começou com várias pessoas já desfilando as camisetas de suas bandas preferidas, e os comentários sobre os shows que aconteceram, os que iriam acontecer e a bandas para o próximo ano eram constantes. Os ingleses do Haken foram reponsáveis por abrir as festividades. Trazendo um som fortemente influenciado pelo Rock Progressivo, encorporando um pouco de influências psicodélicas e uma certa dose de peso, a banda sinceramente hipnotizou boa parte dos presentes. Com músicas elaboradíssimas e harmonias de muitíssimo bom gosto, eles ganharam o público pela qualidade e carisma. Apesar de não haver muitas pessoas na pista, o show fluiu naturalmente e nem mesmo as longas passagens instrumentais ou alguns vocais guturais atrapalharam na apresentação.

Infelizmente, não pudemos presenciar boa parte do While Heaven Wept porque tínhamos agendado entrevistas no mesmo horário, mas ficou uma impressão positiva pelo pouco do show que foi possível ver dessa já veterena banda norte-americana. O Red Circuit veio com a responsabilidade de mostrar seu Metal que dosa bem o Progressivo com melodias interessantes e levadas mais cadenciadas. Os vocais de Chitral ”Chity” Somapala (ex-Avalon, Firewind) funcionam muitíssimo bem ao vivo e seu carisma no palco é imenso. Para quem já o conhecia dos seus trabalhos com o Avalon, foi uma satisfação poder conferir a apresentação desse músico que tem uma história de vida no mínimo interessante. A performance da banda foi muito boa e a interação com o público garantiu uma ótima receptividade por parte dos que ainda não conheciam o som dos caras. Aproveitando a ocasião, tocaram uma música inédita e promoveram o novo trabalho de estúdio.

Uma das apresentações mais esperadas era a do Labyrinth, que tocava nos Estados Unidos pela primeira vez. Com um repertório privilegiando o mais bem sucedido trabalho deles, Return To Heaven Denied (1998), e o novo disco Return To Heaven Denied Pt. II: A Midnight Autumn’s Dream (2010), a banda não encontrou problemas e fez um dos melhores shows do festival. O retorno do guitarrista Olaf Thorsen fez toda a diferença e eles conseguiram fazer uma apresentação digna de headliners. Os recém integrados à banda, Sergio Pagnacco (baixo) e Alessandro Bissa (bateria), deram conta do recado e é impossível não destacar o carisma de Roberto Tiranti em cima do palco. A maneira como ele canta e a interação com o público foram algo ímpar! Apesar de volta e meia aparecer um vocal de apoio sem que ninguém além de Roberto cantasse – sim, eles usaram alguns playbacks para os backings – e do atraso para o início do show, tudo foi perfeito.

Para mudar completamente o rumo das coisas veio o Forbbiden. Exato, estamos falando de Thrash Metal, com direito a olhares espantados de tiozões e ‘prognerds’ perdidos sem saber o que fazer. A banda fez um excelente show e não poupou ninguém. Foi o volume mais alto e o som mais intenso de toda a história do festival. A apresentação só aconteceu graças ao visto negado do Dream Evil e, falando sinceramente, ainda bem que isso aconteceu. Em pouco mais de uma hora de apresentação, o grupo abordou o ótimo Omega Wave (2010) e escolheu a dedo cada música do vasto repertório – juro que vi alguém voando durante Chalice Of Blood. O guitarristas Steve Smith e Craig Locicero despejavam seus riffs enquanto Matt Camacho (baixo) adicionava um drive nas músicas que funciona muitíssimo bem ao vivo. Na bateria estava ninguém menos que Gene Hoglan, que é garantia de demolição. E a pérola do festival ficou por conta do vocalista Russ Anderson que soltou: ”Bem-vindos ao PowerProg, ProgPower, Thrash Power!!!”

Para fechar as festividades, tivemos a ótima e bem elaborada apresentação do Therion. Antes do início do show, vários rumores circulavam no lugar dizendo que o guitarrista argentino Christian Vidal não tocaria. O fato é que durante a passagem de som, logo no início da tarde, Christian caiu de uma altura de pouco mais de um metro e meio e bateu com a parte de trás da cabeça. Rapidamente socorrido pelo produtor do evento (Glenn é enfermeiro licenciado) e encaminhado para um hospital, Christian acabou sendo liberado para a apresentação. O show do Therion é algo um tanto fora do padrão porque traz uma interpretação bem teatral e dramática. Os vocalistas foram entrando no palco de acordo com suas partes na música e posicionando-se ao lado da bateria. Além de Christian e do fundador do grupo, Christofer Johnsson, o show contou com Nalle Pahlsson (baixo), Johan Koleberg (bateria), Lori Lewis (vocal), Thomas Vikström e sua filha de 18 anos Linnéa Vikström nos vocais e Snowy Shaw (vocal) completando o time. Apesar de fazer um som que não agrada a muitos são inegáveis a qualidade e a capacidade que essa banda tem de interpretar suas músicas ao vivo. O trabalho de voz deles é muito competente e toda a produção artística enriquece a apresentação. Mesmo com um repertório extenso, o show manteve o pique e fechou o festival com chave de ouro mais uma vez. Uma pena Mat Levén não fazer mais parte dos shows, ele realmente faz falta ao vivo.

Já com as apresentações encerradas, Glenn agradeceu a presença de todos, trouxe toda a equipe do festival para o palco e encerrou mais uma edição do festival. Que venha o “ProgPower XIII” em 2012, com as seguintes atrações até então confirmadas: Sinbreed, kingcrow, Solution .45, Serenity, Primordial, Redemption, Epica, Above Symmetry, Lanfear, Amaranthe, Mystic Prophecy, MaYan e Pretty Maids.

Site relacionado: www.progpowerusa.com

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