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ROSS THE BOSS

Grande parcela dos fãs do Manowar ainda está traumatizada com a decepcionante turnê brasileira do ano passado, quando a banda simplesmente ignorou seus próprios clássicos  e executou somente músicas compostas a partir do disco Warriors Of The World (2002). Resultado: vaias e mais vaias, público deixando o local mais cedo e, no caso do show no Credicard Hall, em São Paulo, fãs ateando fogo em camisetas da banda como forma de protesto. E a pergunta recorrente era: “Como uma banda que se diz tão devota a seus fãs tem coragem de voltar ao Brasil após doze anos e não tocar nenhum clássico?”

Um ano e meio depois, o guitarrista e fundador do grupo, Ross “The Boss” Friedman, trouxe sua banda para uma turnê pelo Brasil com uma postura que torna inevitável a comparação com o último show do Manowar por aqui: muita disposição, simpatia e um set list obviamente calcado nos maiores clássicos da ex-banda, inclusive com músicas que o próprio Manowar não toca ao vivo com frequência. Uma pena que fatores como falta de divulgação, horário estranho (19h30) e valor do ingresso (R$ 70) afastaram o público do Manifesto, que recebeu cerca de sessenta pessoas.

Mesmo assim, nenhum sinal de decepção no rosto de Ross The Boss quando ele adentrou o palco acompanhado de sua banda alemã, com Patrick Fuchs (vocal), Carsten Kettering (baixo) e Matze Mayer (bateria). E pra quem não conhecia o som da banda, ficou claro na primeira música, Kingdom Arise, que não seria muito diferente do Manowar, calcado no Heavy Metal Tradicional que Ross The Boss ajudou a lapidar com sua ex-banda. Música de abertura do último álbum do guitarrista, Hailstorm (2010), Kingdom Arise foi cantada por alguns dos fãs à frente do palco, para surpresa (e nítida satisfação) do vocalista Patrick Fuchs.

O show foi logo emendado com Blood Of Knives, do álbum de estreia, New Metal Leader (2008), com a mesma energia da música de abertura. E não demorou para os fãs ouvirem o que mais esperavam: Thor (The Powerhead) foi a primeira canção do Manowar no show, executada com fidelidade e dedicada à memória do baterista Scott Columbus, ex-Manowar, que morreu em abril deste ano e que recentemente havia tocado com Ross. O trio alemão segurou bem a responsabilidade, especialmente no caso de Patrick Fuchs, que teve a missão de substituir o ícone Eric Adams. Fuchs tem um estilo diferente, mais próximo do Power Metal (e com menos facilidade para atingir os agudos do vocalista do Manowar), mas não comprometeu em nenhum momento.

O show seguiu com God Of Dying, também de New Metal Leader, e a primeira surpresa: Gloves Of Metal, clássico do segundo disco do Manowar, Into Glory Ride (1983), normalmente deixado de lado nos shows do quarteto de Joey DeMaio. A empolgação do público, no entanto, mostrou que a música deveria ser olhada com mais carinho pela própria banda, como faz Ross The Boss. O guitarrista, aliás, foi uma grande perda para DeMaio e companhia, e isso fica nítido em suas novas composições e também na execução das músicas de sua ex-banda. Técnico, mas sem esquecer da melodia na hora dos solos (leia-se menos “fritador”), Ross poderia levar essas qualidades de volta ao próprio quarteto, que hoje carece dessas características e se concentra nas canções mais sinfônicas, ainda que pesadas, de DeMaio.

Duas canções da banda solo, We Will Kill Dead Man’s Curve, abriram caminho para a parte mais Rock’n’Roll, emendando Death Tone Shell Shock, pérolas esquecidas de Battle Hymns (1982), disco de estreia da banda americana. The Shining Path, outra da banda, foi seguida pela dobradinha matadora Hail To England/Kill With Power, ambas de Hail to England (1983). Com o público na mão, emendaram Fighting The World, do disco homônimo de 1987 (e que não estava prevista no set), e Immortal Son, de New Metal Leader, antes de deixar o palco.

O bis teve a faixa título do novo álbum, Hailstorm, e dois dos maiores clássicos dos “Reis do Metal”: Hail And Kill (a única do último disco de Ross com a banda, Kings Of Metal, de 1989) e Battle Hymn. Alguns problemas técnicos no baixo de Carsten Kettering fizeram com que a banda tivesse que recomeçar essa última, mas nada que incomodasse os empolgados fãs na pista do Manifesto.

No fim, ficou claro que, apesar da qualidade da banda que o acompanha, Ross The Boss merecia mais, e isso significa um lugar no Manowar de hoje, até por conta da popularidade da banda. Infelizmente, sua mentalidade nunca bateu muito com a de Joey DeMaio e Eric Adams, muitas vezes mais preocupados com os discursos “true” e com sua cruzada “contra os falsos” do que com o próprio rumo do grupo. Foi essa diferença de pensamento gerou a saída do guitarrista da banda, segundo ele mesmo.

Ross e os outros três integrantes desceram do palco e se juntaram aos poucos, porém fiéis, fãs que presenciaram um show que foi mais Manowar do que aqueles do ano passado. E, não por acaso, os sorrisos, cumprimentos, fotos e autógrafos foram o exato oposto das camisetas queimadas na frente do Credicard Hall.

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